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sexta-feira, 6 de junho de 2025

Acta da Organização do Partido Republicano da comarca da Barra do Corda.

Por Creomildo Cavalherdo Leite*
Página do Jornal Pacotilha (MA) - 1880-1909 - Ano: 1892\Edição 00094 (1)

Apresento uma página memorável sobre a história de Barra do Corda, escrita pelas mãos do líder politico Frederico Pereira de Sá figueira, o qual registra os fatos de sua época e ao dar publicidade na imprensa maranhense imortalizou, através da sua pena, os nomes dos cidadãos, que no exercício de cidadania, dos direitos políticos, participaram daquela reunião, uma Assembleia Extraordinária, para deliberarem sobre a organização do Partido Republicano de Barra do Corda, em pleno domingo, dia 20 de março de 1892, um ano bissexto que entrou para a história.

Leiamos o relato extraído do Jornal Pacotilha (MA) - 1880-1909 - Ano: 1892\Edição 00094 (1) Página 3/4.

"Aos 20 dias do mês de março de 1892, nesta Villa da Barra do Corda, Estado do Maranhão, reunidos em casa do cidadão Antônio da Rocha Lima, os cidadãos abaixo assignados para o fim de organizarem o Partido Republicano nesta comarca, foi pelo cidadão Rocha Lima declarado o motivo da reunião, salientando a necessidade que tem os povos cultos de si dividirem em partidos arregimentados, que pela sua disciplina, moralidade e união sirvam de óbice aos desmandos do partido que ocupa o poder, o qual sem receio de oposição aos seus actos, jamais governam com o direito e a justiça.
Declarou mais que, estando os cidadãos, presentes em oposição ao actual governo, esta é a ocasião em que se devem agremiar em partido forte e unido para, pelos meios legais, opor resistência moral à política que sustenta o actual governo; pois só assim se podem compreender sinceras e dignas as agremiações politicas e não na ocasião em que se reúnem os bandos precatórios que disputam os proventos oficiais.

Submetido à aprovação dos membros presentes o programa do Partido Republicano desta comarca, foi elle, depois de discutido unanimemente aprovado, e como lei que fica sendo do mesmo partido, vae aqui transcripto.
1º - O Partido Republicano e a agremiação de cidadãos patriotas e independentes residentes na comarca da Barra do Corda.
2º - Seu fim em geral é sustentar as instituições republicanas, as constituições Federal e do Estado; pugnar pela independência, autonomia, manutenção da ordem, paz e felicidade do Estado e do município, de acordo com o systema federativo, que jura defender e manter.
3º - Sendo o município a base do systema federativo a elle consagra o partido toda sua atenção em particular, promovendo o seu desenvolvimento material e moral.
4º - Como agremiação politica atenderá na manifestação do voto ao mérito à capacidade e a virtude, única qualidade que distinguem os cidadãos entre si.
5º - As suas deliberações serão tomadas por uma junta eleita pela maioria dos agremiados. Esta junta obedecerá à um centro Diretor na capital do Estado, com quem se comunicará nas suas relações politicas, e ao ínclito chefe do Partido Republicano em toda a Republica Quitino Bocayuva.

Em seguida pediu a palavra o cidadão Frederico Filgueira e em rápida analise fez o histórico do nosso actual systema de governo, demonstrando que elle mais do que outro qualquer precisa ser vigilante e unida a oposição; que esta é a ocasião de todos os cidadãos patriotas dedicarem à causa pública os seus serviços, trabalharem com denodo e civismo para a organização da Pátria, de modo assegurar nela as instituições republicanas.

Procedida a eleição da comissão directora e seus suplentes, recaio ella nos cidadãos seguintes:
1- Epifanio Moreira de Souza
2- Antônio da Rocha Lima
3- José Francisco dos Santos Vasconcellos
4- Frederico Pereira de Sá Figueira
5- Manoel Ferreira de Mello Falcão
6- Vicente Ferreira d'Araújo Leitão
7- João Manoel de Queiróz Câmara.

Suplentes
1- João Resplandes d'Araújo
2- Manoel Joaquim de Mello Albuquerque
3- Manoel de Araújo Chaves
4- Annibal Nogueira de Souza
5- José Pinto de Souza
6- Raymundo Rodrigues Guimarães
7- Aprigio Escôto Muniz.

Constituída por esta forma a comissão directora, elegeu ella o cidadão Frederico Figueira para servir o cargo de secretário e deliberou que a comissão oficiasse ao Directorio do Partido Republicano nesta villa e pondo a sua disposição os seus serviços.
E para que tudo ficasse constando se lavrou a presente acta que vai assignada por todos os presentes. - Eu, Frederico Pereira de Sá Figueira, secretário, a escrevi.

1- Epifanio Moreira de Souza
2- Antônio da Rocha Lima
3- Frederico Pereira de Sá Figueira
4- Manoel Ferreira de Mello Falcão
5- José Francisco dos Santos Vasconcellos
6- Vicente Ferreira d'Araújo Leitão
7- João Manoel de Queiróz Câmara
8- Manoel Joaquim de Mello Albuquerque
9- Raymundo Rodrigues Guimarães
10- João Resplandes d'Araújo
11- Antônio Pinto de Almeida
12- Annibal Nogueira de Souza
13- José Pinto de Souza
14- Aprigio Escôto Muniz
15- Alvaro Augusto de Figueiredo Breda
16- Izaac Martins Reis
17- Amâncio José Rodrigues
18- Manoel Jerônimo dos Santos
19- Antônio Aureliano Pires
20- Ricardo Leão Pires
21- Luiz d'Araújo Pinto
22- Narciso Francisco dos Santos
23- Sabino Câmara
24- Leovigildo Bernardo da Silva
25- Brígido Alves de Moraes
26- José da Silva Teixeira
27- José do Patrocínio Martins Jorge
28- Felinto de Souza Milhomem
29- Manoel Milhomem de Souza
30- Luiz Henrique Zaine
31- Antonio Manoel Pinto
32- José Lázaro Teixeira
33- Antônio da Silva Teixeira
34- Júlio da Silva Teixeira
35- Epifanio Ferreira da Costa Parrião
36- Pedro Ferreira da Silva
37- José de Paiva Cavalcanti
38- Victoriano Forjó Brabo
39- Thomé Vieira Passos
40-Pretextato Antônio Dino
41- Scipião de Souza Milhomem
42- José Aureliano Pereira
43- Diogo Leão d'Araújo Chaves
44- João de Souza Carvalhêdo
45- Jose de Souza Carvalhêdo
46- Antônio de Souza Carvalhêdo
47- Francisco de Souza Carvalhêdo
48- Trajano Alves Pereira
49- Júlio de Mello Albuquerque
50- João de Mello Albuquerque
51- José de Mello Albuquerque
52- Joaquim de Mello Albuquerque
53- Rodolpho de Mello Albuquerque
54- Cosmo de Mello Albuquerque
55- Ugulino Ferreira da Silva
56- Casimiro Antônio da Silva
57- Martiniano Ferreira da Silva Doce
58- Amaro Pinto Brandão
59- Pedro Bento d'Araújo
60- João Pinto d'Araújo
61- Conrado Resplandes d'Araújo
62- Zacharias Torres Pinto
63- Luiz Bezerra Lima
64- Emiliano Ferreira da Silva
65- Pedro Ferreira da Silva
66- José Vieira de Mello
67- José Ferreira da Costa Parrião
68- José Marques de Negreiros
69- Severo Marques de Negreiros
70- Liberalino Marque de Negreiros
71- Henrique de Souza Negreiros
72- Oliveiros Lopes d'Araújo
73- Torquato Rodrigues da Costa."

       Conhecer a história e seus personagens, para poder preservar o legado, cujo patrimônio imaterial, e cultural, não tem como ser medido e calculado com valores monetários.
Por último, deixo convite, para um exercício genealógico, à geração atual de Barra do Corda, que posam buscar, e identificar seus ancestrais, se foram citados nesta matéria.

Palmas - Tocantins, 6 de junho de 2025.
Creomildo Cavalhedo Leite
E-mail: creomildo04@gmail.com
Creomildo Cavalhed Leite, pesquisador.


quarta-feira, 28 de maio de 2025

Uma carta em defesa da honra, escrita por Antônio de Souza Carvalhêdo.

Por Creomildo Crvalhedo Leite.

Dez anos depois da imprensa Maranhense, noticiar em suas páginas:

“Um triste acontecimento em Barra do Corda, ocorrido em 27 de maio de 1860, eis que surge uma carta publicada pelo Major Antônio de Souza Carvalhêdo no Jornal: “A Imprensa”, no dia 15 de setembro de 1870, em Teresina, Capital do Piauí, e neste testemunho, evocando lembranças de quando ele ainda bem jovem chegou na Província do Maranhão, nos idos de 1826.

O testemunho da História escrita, é um verdadeiro farol, para melhor iluminar os fatos e feitos dos nossos Ancestrais que, há muito nos precederam e deixaram seu legado.

Eis o teor das linhas publicadas no “Jornal:

‘A Imprensa’ - Publicações Gerais - Ao público.

Senhores Redatores da "Imprensa" - No Jornal "Piauhy" nº 132 de 4 de junho deste ano foi inserido um extenso comunicado, assinado pelo Sr. coronel Antônio Fernandes de Vasconcellos, no qual entre outras asserções, imputa ele ao Sr. João da Cunha Alcanfor o assassinato de uma Índia no Distrito da Barra do Corda, Província do Maranhão! Não posso ser indiferente à vista de uma imputação que além de acintosa, é por demais caluniosa, e propalada contra uma pessoa, cuja honradez nunca foi metida em dúvida pelas pessoas que de perto o conhecem;

Passo portanto a dizer quanto sei a este respeito, visto como sou residente na Província do Maranhão desde o ano de 1826, e creio (que) o Sr. Alcanfor foi habitar aquela Província em 1846, sei do quanto a respeito de suas desavenças lá se deu; sei que ele pode ter alguns erros em sua carreira política, crimes decididamente não.

Em (27 de) maio de 1860, na aldeia dos Índios Guajajaras houve uma grande sedição contra a pessoa de seu diretor o Sr. Alcanfor, na qual houve mortes, ferimentos, roubos e incêndios; e foi tão forte o alarme que o governo mandou o chefe de polícia sindicar do fato. E eu fui seu companheiro de viagem.

Era neste tempo presidente do Maranhão o Sr. Dr. João Silveira de Souza, e chefe de polícia o Sr. Manoel Clementino Carneiro da Cunha, que instaurou o processo sobre o caso ocorrido e pronunciou a 25 indivíduos, inclusive o meu amigo capitão Frederico Augusto de Souza, este como mandante e outros, os índios, como mandatários. Eu fui nomeado pelo chefe de polícia curador dos ditos índios no processo que se lhes instaurou.

Alguns dos inimigos políticos do Sr. Alcanfor despeitados com seus triunfos no vai e vem da revolta, pretenderam tomar uma outra desforra, e ei-los no campo em voltas com a calunia, que apenas serviu para dar-lhe um novo triunfo. Na verdade, assalariaram um mestiço de nome José Lazaro Teixeira para dar em Juízo uma denúncia, indiciando-o criminoso de uma índia no ano de 1856, a pretexto de estar esta (aquela) furtando legumes em sua roça!

Note-se que o denunciante era um cabra patranheiro e que só serviu para apresentar uma denúncia em Juízo, e lá não mais apareceu! Sofreu o Sr. Alcanfor dois processos por esta imputação caluniosa, um em virtude desta denuncia, e o outro por ordem superior, e ambos saíram improcedentes, não obstante estarem seus inimigos no poder.

Note-se mais que ele assistiu pessoalmente à ambos os processos e nenhum dos Juízes processantes o prendeu previamente, como sua inocência se achava gravada na consciência de todos. No último processo depuseram 26 testemunhas, sendo 8 oferecidas na ordem oficial e 18 referidas; quase todas juraram contraproducente, de maneira que o triunfo do acusado foi completo, e o embuste descoberto; e é por um fato desta ordem que se vai a imprensa manchar a reputação de um cidadão que merece consideração social?!

É, pois, evidente que o Sr. Coronel Fernandes foi mal-informado, e seria para desejar, que n'um caso grave, como é este, houvesse mais critério e prudência em descrevê-lo! É quanto me cumpre dizer em abono da verdade.

Independência, 30 de julho de 1870.

Antônio de Souza Carvalhêdo. 

Fonte: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=783765&pesq=%22Barra%20do%20Corda%22&pasta=ano%20186&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=807 

Jornal ‘A Imprensa’: periódico político (PI) - 1865 a 1889

Ano 1870\Edição 00264 – Theresina, Quinta-feira 15 de setembro de 1870, Pág 4/4. 

Palmas – Tocantins, 27 de maio de 2025.

Creomildo Cavalhedo Leite. 

E-mail: creomildo04@gmail.com

Creomildo Cavalhedo Leite


terça-feira, 13 de maio de 2025

Emerson Araújo tomou posse como presidente da Academia Tuntuense de Letras, Educação e Artes (ATLEA), na noite desta sexta-feira, 09/05, no Maison Mineiro em Tuntum-MA.

 

Emerson Araújo tomou posse como presidente da Academia Tuntuense de Letras, Educação e Artes (ATLEA), na noite desta sexta-feira, 09/05, no Maison Mineiro em Tuntum-MA.


Na noite desta sexta-feira, 9 de maio, Tuntum celebrou um marco histórico com a instalação da Academia Tuntuense de Letras, Educação e Artes (ATLEA). O evento, realizado no espaço Maison Mineiro, reuniu autoridades, intelectuais, artistas e membros da comunidade para prestigiar a posse dos acadêmicos fundadores e, especialmente, do professor Emerson Araújo, que assumiu a presidência da instituição.

A criação da ATLEA representa um avanço significativo para a valorização da cultura, da educação e das artes no município. Durante a solenidade, os membros fundadores ocuparam suas cadeiras acadêmicas, cada uma representando personalidades históricas e culturais relevantes para a região. O professor Emerson Araújo, reconhecido por sua dedicação à literatura e à educação, destacou em seu discurso a importância da academia como um espaço de resistência cultural e incentivo à produção artística.

Além da cerimônia de posse, a programação incluiu apresentações culturais, homenagens a educadores e artistas locais, além de pronunciamentos de autoridades municipais e estaduais ligadas à cultura e à educação. A ATLEA nasce com o propósito de fomentar a criatividade e a formação de novos talentos, promovendo concursos literários, saraus, palestras e parcerias com escolas e instituições educacionais.

A fundação da academia representa o desejo coletivo de fortalecer a identidade cultural de Tuntum, resgatando e projetando o patrimônio imaterial do povo tuntuense. A presença da comunidade foi essencial para que essa iniciativa ganhasse força e se consolidasse como referência no estado do Maranhão.

Com a posse de Emerson Araújo e dos demais acadêmicos, a Academia Tuntuense de Letras, Educação e Artes inicia sua trajetória com grandes expectativas e uma agenda repleta de ações voltadas para o fortalecimento da cultura e da educação na região.


terça-feira, 6 de maio de 2025

190 anos depois da Gênese da Fundação de Santa Cruz da Barra do Corda

Por Creomildo Cavalhedo Leite.*
Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Praça Manoel Rodrigues de Melo Uchôa. Esta em homenagem ao fundador de Barra do Corda-MA.

     Tenho cópias de Testamentos, Inventários, Arrolamento e Partilhas de Bens de vários personagens que estiveram presentes na  segunda Povoação Oficial, a partir da segunda quadra do século XIX, com a leva de desbravadores que partiram da antiga Freguesia São Bento dos (de) Pastos Bons, passando pelo Arraial de Campo Largo, à esquerda das barrancas do rio Alpercatas, subindo pela pioneira estrada real que dava acesso as Fazendas São Bernardo e Fazenda São Miguel de Gado vacum e cavalar.

         Implantadas com autorização expressa e às custas do Império após 1820, conforme é citado de forma sucinta e instigante, pelo valoroso Antônio Bernardino Pereira do Lago, Tenente-Coronel do Real Corpo de Engenheiros, nomeado por decreto de 21 de novembro de 1818 de Dom João VI, para servir na Capitania do Maranhão com a missão: 

"de levantar a Carta topográfica da Capitania, (...) acompanhado por seu desenhista, o Tenente Joaquim Cândido Guilhobel, e guiado pelo piloto Cipriano José de Almeida,..." 

"No mesmo ano (1820), fez estabelecer, no distrito de Pastos Bons, duas Fazendas de gado, que em poucos anos aumentaram a produção..." (LAGO, 2001, p. 59-60)

     A Fazenda São Bernardo, cuja abrangência alcançava às cabeceiras do riacho Ourives que deságua no então, Rio da Corda e também nas proximidades da Aldeia Mucura (mais tarde seria batizada com o nome São Lourenço), e também no Povoado Leandro o qual é citado pela autora Carlota Carvalho na sua Obra: "O SERTÃO Subsídios para a História e a Geografia do Brasil." 

         Já o antigo povoado de São Joaquim dos Mellos (atualmente pertencente ao municpio de Tuntum-MA), seria fincado bem como muitos outros, deixo aqui exarado um em especial: o povoado Maracanã. Foi lá que, o Major Antônio de Souza Carvalhêdo (meu Tataravô Materno) e sua família implantaram a sua Fazenda Jacoca, em 1849, e nela o meu Bisavô Materno, Anastácio de Souza Carvalhêdo, Trabalhou com sua família e pelo menos dois dos seis filhos nasceram na sede da grande Fazenda Jacoca, o meu Avô Materno, Hortêncio de Sousa Carvalhêdo e sua irmã Anália de Sousa Carvalhêdo.

     Antes de mergulhar nesta pesquisa, eu tinha curiosidade e indagava: Por que o bravo e destemido Manoel Rodrigues de Mello Uchôa, teria penetrado pela região das Areias em busca do local conhecido como "Forquinha do Rio da Corda"?

          Até então não fazia sentido para mim, hoje vislumbro que para o visionário Mello Uchôa, era a rota mais prática, bem diferente do roteiro empreendido, nas palavras de Carlota Carvalho, que cita: 

"Em 1831, Raimundo Maciel Parente, nascido no Baixo Mearim, subiu este Rio levando muitos escravos africanos e fundou uma fazenda agrícola na confluência de um riacho que nominou Corda." (CARVALHO, 2006, p, 138)

        Raimundo Maciel Parente e muitos outros abnegados e  bravos heróis que permanecem às sombras e merecem, também, o brilho da coroação e reconhecimento pelo legado e das muitas realizações efetuadas naquele tempo cheio de desafios, porém, não fraquejaram., pois os seus feitos até hoje merecem um lugar especial no Panteão dos Heróis de Barra do Corda.

    Parabéns a todos que amam esta bela Cidade e sua rica e profícua história e pelo seu Aniversário de 190 anos.

Palmas Tocantins, 1° de maio de 2025.
Creomildo Cavalhedo Leite.
E-mail creomildo04@gmail.com
Pesquisador Creomildo Cavalhedo Leite.

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(*) Creomildo Cavalhedo Leite, é Funcionário Público do Estado do Tocantins, Pesquisador, Cronista e Genealogista. 

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Árvore Genealógica de Laudimiro Leite Neto

"Árvore Genealógica de Laudimiro Leite Neto, meu genitor que hoje estaria completando 91 anos."

Creomildo Cavalhedo Leite.

 

Árvore Genealógica de LAUDIMIRO LEITE NETO, seus Pais, Avós, Bisavós e Tataravós lado Paterno e Materno.

Na antiga Data de Sesmaria Canabrava, Picos, Piauí, no dia 8 de abril de 1934, nascia Laudimiro Leite Neto; Óbito no dia 3 de junho de 2022, na Cidade de Palmas - Tocantins;

Filho de: 

* Melchiades de Sousa Leite, nascido no dia 10 de dezembro de 1910, na antiga Data de Sesmaria Canabrava, Picos, Piauí -   

Óbito dia 4 de janeiro de 2007, em Esperantinópolis MA, casado que foi com: 

* Raimunda Francelina de Carvalho, nascida no dia 6 de maio de 1911, em Picos, Piauí; 

Óbito dia 22 de novembro de 1992, em Esperantinópolis MA; 

Neto lado Paterno de: 

* Laudemiro de Souza  Leite, nascido em Picos, Piauí, no ano de  1888 - Óbito em 1944 no retorno de uma viagem do Goiás, para o seio da Família no Maranhão, casado que foi com: 

* Maria Madalena de Sousa, nascida por volta do ano de 1890, em Picos, Piauí - Óbito dia 1º de outubro de 1955, em Picos, Piauí; 

Neto lado Materno de: 

* Franklin Antônio de Carvalho, nascido na Povoação Guaribas, São Luís, Piauí, no ano de 1875 - Óbito: 1932, em Canabrava, Picos, Piauí, casado que foi com: 

* Francelina Joaquina de Carvalho, nascida em Picos, Piauí, no ano de 1885 - Óbito no dia 23 de outubro de 1966, no Povoado Invenção, Presidente Dutra Maranhão; 

Bisavós lado Paterno de: 

* Raimundo de Souza Leite, nascido Povoação Guaribas, São Luís, Piauí, no ano de 1861 - Óbito cerca de 1920, em Picos, Piauí,  

casado que foi com: 

* Martina Correia Leite, nascida na Povoação Guaribas, São Luís, Piauí, no ano de 1860 - Óbito no Povoação Guaribas, São Luís, Piauí; 

* Francisco Chaves Lima Feitosa, nascido na Antiga Fazenda Cachoeirinha (Atual Parambú) Ceará, no ano de 1860 - Óbito em 1925, casado que foi com:

* Anna Arrais Lima Feitosa, nascido  na Antiga Fazenda Cachoeirinha (Atual Parambú) Ceará - Óbito em Picos, Piauí; 

Bisavós lado Materno de: 

* Antonio Rodrigues de Carvalho, nascido no dia 15 de janeiro de 1844, Rodeador, Picos, Piauí - Óbito no ano de 1936 em Picos, Piauí, casado que foi com:

* Justina Maria da Conceição, nascido aproximadamente 1854, em 

Jaicós, Piauí - Óbito ocorreu antes 1898, em Rodeador, Picos, Piauí; 

* Antonio Correia da Silva, nascido em abril de 1855, em Oeiras, PI; Óbito cerca de 1928, Povoação Guaribas, Piauí, casado que foi com:

* Joaquina Maria de Sousa, nascido aproximadamente em 1864, em 

Guaribas, Piauí; 

Tataravós lado Paterno de: 

* Alexandre de Souza Leite, nascido dia 26 de fevereiro de 1814, na Vila de Valença, Piauí - Óbito: Antes de 1909, casado que foi com: 

Catharina Thereza de Jesus, nascida antes de 1820, na Vila de 

Valença, Piauí - Óbito após janeiro de 1909, na Povoação Guaribas,  Piauí; 

Tataravós lado Materno de:

* Serafim Rodrigues de Carvalho, nascido em 1819, na antiga Fazenda Jenipapeiro, Oeiras, Piauí - Óbito após 1880, Rodeador, Picos, Piauí, casado que foi com: 

* Maria Victória do Nascimento, nascimento de 1823 a 1827, 

Barra, hoje São Luís do Piauí - Óbito em Rodeador, Picos Piauí; 

* Joaquim da Rocha Soares, nascido 1825, na antiga Fazenda Guaribas, São Luís do Piauí, Piauí - Óbito após o 1903, Pio IX, Piauí,  casado que foi com: 

* Francisca Maria da Conceição, nascida aproximadamente em 1827

Jaicós, Piauí - Óbito aproximadamente em 1866, em Jaicós, Piauí; 

* João Correia da Silva, nascido aproximadamente em 1821, 

casado que foi com: 

* Júlia Maria de Sousa Pereira, nascida (?) - Óbito: cerca de 1871; 

* Nicolau José Bezerra, sem informações da data de nascimento e óbito, casado que foi com:   

* Veneranda Maria do Espírito Santo, sem informações da data de nascimento e óbito; 

No documento oficial publicado em de 1762, dos Possuidores de Terras na Capitania de São José do Piauí, é citado o "Sítio do Roçado" na antiga Freguesia de Nª Srª da Conceição dos Aroazes da Vila de Valença da Capitania do Piauí, tendo como proprietário: 

* ANTÔNIO DE SOUZA LEITE, nascido em Oeiras Piauí, no início dos anos de 1700, casado que foi com: 

Árvore Genealógica de ANTONIO DE SOUZA LEITE, dos seus 4 Filhos, Netos e Bisnetos..


* FRANCISCA MARIA DA GLÓRIA, nascida aproximadamente em 1720 - Sem informações da data do óbito; 

São os Pais de: 

1 - Tenente Bazilio Pimenta Carneiro, nascido cerca de 1744, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, 

casado que foi com: 

Eulália Pereira de Araújo, nascida aproximadamente em 1754 - Sem informações da data do óbito, tiveram seis (06) Filhos;

2 - Felipe de Souza Leite, nascido cerca de 1745, em Oeiras, Piauí - Óbito antes 1790, em Valença, Piauí, casado que foi com: 

Antônia Maria da Conceição Leal, nascida aproximadamente 1760

Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, tiveram cinco (05) Filhos; 

3 - João Américo de Souza, nascido aproximadamente em 1747, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, casado que foi com: Anna Joaquina de Godoy Barros, nascida aproximadamente em  1765, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, tiveram uma (01) filha conhecida até o momento; 

4 - Adrianna de Souza Leite, nascida aproximadamente em 1750

Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, casada que foi com: Antônio Borges Teixeira, nascido no dia 28 de janeiro de 1735, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, tiveram oito (08) Filhos; conforme descrição abaixo: 

I - Joanna Maria da Conceição, nascida aproximadamente em 1770, na Freguesia de Nª Srª da Victória da Cidade de Oeiras do Piauhy, Bispado de São Luís do Maranhão - Sem informações da data do óbito, casada que foi com: João Nepomuceno Ribeiro, nascido 

aproximadamente em 1765, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, tiveram dois (02) Filhos conhecidos até o momento, que são: 

* Manoel, nascido no dia 9 de fevereiro de 1790, na antiga Fazenda da Boiada, Freguesia de Pastos Bons, Bispado de São Luís do  Maranhão; 

* Valéria, nascida no mês de junho de 1793, em Oeiras, Piauí; 

II - Félix Borges de Souza, nascido no dia 1º de setembro de 1772, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, casado que foi com: Suteria Maria do Rosário, nascida aproximadamente em 1775, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, tiveram dois (02) Filhos conhecidos até o momento, que são: 

* Joanna de Souza, nascida em de julho de 1792, em Oeiras, Piauí; 

* Eva de Souza, nascida em agosto de 1798, Oeiras, Piauí; 

III - Francisca Maria da Glória, nascida aproximadamente 1777, em 

Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, teve um (01) Filho conhecido, que é: 

* Adrião, nascido em maio de 1800, em Oeiras, Piauí; 

IV - Antônio Borges de Souza, nascido no dia 28 de dezembro de 1778, em Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito; 

V - Francisco Borges de Souza, nascido no 15 de janeiro de 1779

Oeiras, Piauí - Sem informações da data do óbito, casado que foi com: Antônia Maria da Trindade, nascido aproximadamente 1777, Sem informações do local de nascimento e a data do óbito, tiveram três (03) Filhos conhecidos até o momento, que são: 

* Maria Borges, nascida dia 23 de maio de 1798, em Oeiras, Piauí; 

* Cândida de Souza Leite, nascida aproximadamente 1799, em  Oeiras, Piauí; 

* Francisco, nascido aproximadamente 1801, em Oeiras, Piauí; 

VI - Maria, nascida no mês de outubro de 1781, em Oeiras, Piauí, sem outras informações; 

VII - Manoel Borges de Souza, nascido aproximadamente 1783, em 

Oeiras, Piauí, sem outras informações;   

VIII - Anna, nascida no ano de 1784, em Oeiras, Piauí, sem outras informações; 

Portanto, temos uma lacuna na nossa Arvore Genealógica, de uma Geração em aberto, para descobrirmos o nome do casal que, são os Pai de: 

ALEXANDRE DE SOUZA LEITE, 

nascido em 26 de fevereiro de 1814, que é o Tataravô de LAUDIMIRO LEITE NETO, nascido dia 8 de abril de 1934, hoje seria o aniversário de 91 anos, todavia, aprouve ao Senhor Deus Todo-Poderoso, Doador da Vida levá-lo e deixar em nossas lembranças o legado, sua determinação, garra, e os bons momentos festivos com a família e amigos; 

Um abraço fraterno.

Palmas Tocantins, 08 de Abril de 2025. 

Creomildo Cavalhedo Leite 

E-mail: creomildo04@gmail.com

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Professor Galeno Edgar Brandes (10/10/1930 a 12/07/1994).

Ptofessor Galeno Edgar Brandes.

Professor Galeno Edgar Brandes,

Um grande líder, forjado nas batalhas da arena da vida, cuja serenidade e calor humano, continua a brilhar mesmo após trinta anos da sua partida;

Professor Galeno Edgar Brandes,

Um verdadeiro Guerreiro que ao longo da sua jornada, conseguiu projetar para além do seu tempo a história da Princesa do Sertão através da sua Obra: "Barra do Corda na História do Maranhão".

Professor Galeno Edgar Brandes,

Um gigante entre os maiores do seu tempo, conseguiu manter o equilíbrio como um Maestro de uma grande orquestra sinfônica, realizar sonhos e deixar outros líderes brilhar, cada um no seu próprio segmento, e a passagem dos anos confirma muito bem esta constatação.

Professor Galeno Edgar Brandes,

Um cronista-mor, privilegiado que ajudou escrever várias páginas da história de Barra do Corda, nas áreas da educação, cultura, social e política, sendo sempre um doador do seu tempo e de si mesmo, por isto, deixou um legado enorme e tornou-se uma verdadeira lenda da minha geração.

Aos idealizadores, mentores e organizadores desta Exposição:

"UM ENCONTRO DE AMOR POR BARRA DO CORDA"

Deixo aqui exarado na pedra do rio do tempo meus sinceros parabéns e profundo reconhecimento a todos colaboradores pela materialização deste projeto nascido na "Casa de Cultura Professor Galeno Edgar Brandes ".

Um abraço fraterno.

Palmas Tocantins,
15 de julho de 2024.

Creomildo Cavalhedo Leite.
E-mail: creomildo04@gmail.com

terça-feira, 26 de março de 2024

"O Inventário do Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles"

Creomildo Cavalhedo Leite (*)

O Inventário do Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles

Povoado Maracanã, ao longo de muitos anos foi uma das Sedes da Fazenda Jacoca, a qual tinha o marco inicial plantado na beira do Riacho Preguiça, e confrontando com a Fazenda Santa Maria do Japão, banhada pelos riachos Japão ao lado do antigo Povoado Curador, hoje Presidente Dutra, e Jacaré, próximo da Cidade de Tuntum;

A Fazenda Jacoca estendia-se desde o Coração da Mata do Japão até o Alto Sertão, chamada pelos antigos Povoadores como a Região das Areias, por ser cabeceira de vários Riachos e Brejos, que alimentam, por um lado o Rio das Flores e no outro extremo o Rio Corda, e ambos são tributários do Rio Mearim;

Esta faixa de Terra, até início do Século XIX, pertenciam ao antes Julgado de Pastos Bons, cujos limites fronteiriços estendiam-se para a antes Aldeias Alta, a atual Caxias e estendia rumo a Oeste para as bandas do Rio Tocantins;

A configuração do relevo geográfico e hidrográfico deste quadrante espacial, na parte central da Província do Maranhão, demorou a ser representada nos Mapas do Império do Brasil, porém, constatamos a existência de mapas que, incluíam este espaço físico desde 1749 (Mapa das Cortes);

No mapa de 1761, que apresenta a Província do Piauí e parte da Província do Maranhão, existem Relatórios, Cartas enviadas para notificar ao Rei na Corte em Lisbôa - Portugal, os quais apontavam, de forma dispersa, alguns Rios como o Mearim, Grajaú, Itapecuru, Serras, Lagoas e outros detalhes inerentes à cartografia da época;

Através de documentos oficiais, podemos citar a comprovação histórica do início do desbravamento, mapeamento, abertura da primeira estrada, nos idos do ano de 1837, pelo então Cidadão Diogo Lopes de Araújo Sales, iniciada no antigo Arraial de Campo Largo, na margem esquerda e beira do Rio Alpercatas, adentrando as antes impenetráveis e densas matas verdejantes, até a confluência do Rio das Flores, com o antes caudaloso Rio Mearim;

O Povoamento, nesta grande região, através dos registros dos primeiros sitiantes que, tomaram posse das Terras, são épicos e de muitas lutas, para combater os desafios postos, pela natureza em sua força indômita, todavia, prevaleceu a garra, a coragem e a determinação do Sertanejo para vencer e se estabelecer, fincando suas raízes;

Eram Terras do Brasil Colonial e depois Brasil Imperial, chamadas de Terras devolutas, um imenso espaço vazio, que bem poucos conheciam, e menos ainda tinham a coragem e intrepidez para penetrar nesta grande zona fértil, chamada de Japão;

No período da deflagração da insurreição chamada Balaiada, que assolou a Província do Maranhão, no período de 13 de Dezembro de 1838 a 1841, é relatada por vários renomados e laureados escritores, sobre este conflito, as consequências para a combalida economia da então Província Maranhense era devastadora;

Nas buscas empreendidas no mundo virtual da redes mundial de computadores, passando pelos muitos Livros e Jornais para encontrar pegadas na história dos meus Ascendentes Genealógicos, fui agraciado com vários documentos, todavia, um é muito especial o qual descreve minuciosamente, os primeiros anos da Cidade Barra do Corda, aquela que seria chamada de pérola do Alto Sertão do Mearim;

Nos idos do Ano 1849, o então Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles, cerca de 1791 a 1865, filho do Capitão Francisco Xavier de Araújo Salles, 1767- (?), conhecido como Capitão Salles do Serrote, já era agraciado com o título de Cavaleiro do Império, Coronel Honorário da Guarda Nacional, Comandante da Legião da Guarda Nacional de Pastos Bons e da Chapada. O citado Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles, em carta, cita textualmente:

"Eu, Diogo Lopes de Araújo Salles,

Nesta Freguesia da Santa Cruz da Barra do Corda, declaro para ser registrado no livro respectivo de Terras desta Freguesia que possuo no Lugar denominado "Santa Maria (do Japão)" uma posse de Terras com légua e meia em quadro pouco mais ou menos, limitando ao Oeste com Antonio de Souza Carvalhêdo, ao Sul com José de Mello Albuquerque, ao Norte e ao Sul com Terras Devolutas cujas Terras me apossei em 1949 para crear gados. E de como cumpre mandei passar duas iguais Declarações nas quais assino.

Villa da Santa Cruz da Barra do Corda, 9 de Novembro de 1855.

Diogo Lopes de Araújo Salles, n° 22 apresentado em 10 de Novembro.

Lançado no Livro respectivo.

Paguei de emolumentos Mil e Quinhentos e Vinte Reis, a Manoel Ribeiro de Mendonça, Vigário da Vara da Comarca."

A descrição da Terra e sua abrangência:

"Santa Maria, até a Serra das Lagoinhas, onde extrema com Caxias e Codó, compreendendo as Moradas Santa Maria, Lagoa do Mandacaru, José Firmino, Canafístula e Serra das Lagoinhas."

Participaram desta empreitada alguns de seus familiares (genro e sobrinhos), cada um abaixo citado, ocupando terras na região e registrando-as oficialmente em lugar próprio. São eles:

* José de Mello Albuquerque, casado com Francisca Alves Feitosa (genro)

E os sobrinhos:

* Major Antonio de Souza Carvalhêdo, casado com Luzia Carvalhêdo;

* Anastácio Martins Chaves, casado com Dona Joanna Martins Chaves

* Francisco Ferreira de Souza;

* Francisco de Sousa Mil Homens.

Esses desbravadores tomaram posse em 1849, como ocupantes e sitiantes, de grandes extensões de terras situadas na região conhecida como Mata do Japão, e inicialmente passaram a criar gado vacum. As áreas, depois, foram por eles registradas, e logo depois começaram a chegada muitas pessoas para morar e trabalhar nelas. Todas elas foram levadas a registro, em especial a Fazenda JACOCA.

Em pesquisas por mim realizadas, no Ano de 2016, descobri a seguinte menção na obra denominada 'Barra do Corda na História do Maranhão', de autoria do Professor Galeno Edgar Brandes - São Luís: SIOGE - 1994, na página 207, no segundo parágrafo. Mensagem exarada como testemunha do tempo, assim descrita:

"Enquanto isso se passava, antes dos idos de 1866, ocorrera na vila de Barra do Corda, o passamento do coronel Diogo Lopes de Araújo Sales, membro da comissão encarregada de arregimentar voluntários na região (Para a Guerra Brasil/Paraguai). Líder inconteste, amigo e protetor de Manoel Rodrigues de Melo Uchôa, nos choques e desentendimentos existentes entre o nosso fundador e o intelectual e comandante dos Bem-te-vis - Militão Bandeira de Barros. (Vide Registro no Livro do Cartório do 1º Oficio da Comarca de Barra do Corda - Fls. 39, 39 verso e 40). Onde se encontra o Inventário daquele Homem Público que ajudou no desenvolvimento e manutenção da Paz nos primeiros quarteis do século XIX."

Por diversas vezes realizei viagens a Barra do Corda, Maranhão e fui ao Cartório daquela cidade em busca deste citado documento, não tive êxito, entretanto. Depois, junto com alguns amigos, que buscavam documentos de familiares para comprovação genealógica, encontrei o Inventário do Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles, em uma pasta composta por cerca de 400 imagens, trabalho realizado pelo Guerreiro H. Ennes, bem como a transcrição das primeiras páginas do Inventário, conforme segue, a título de apresentação:

"Procuração bastante que faz Dona Joanna Rodrigues de Faria”

Saibão quantos este público instrumento ou procuração bastante ou procuração bastante [sic] virem que no anno de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos sessenta e seis nesta Villa do Tamboril, termo da Comarca do Ipu da Província do Ceará, em meu cartório me apareceu Dona Joanna Rodrigues de Faria, moradora no lugar Campo Largo [?] deste termo, conhecida de mim e das testemunhas abaixo assinadas pela própria de que dou fé, e por ella foi dicto na prezença das mesmas testemunhas que pela presente instituia por seus bastantes procuradores na Villa da Barra do Corda da Província do Maranhão ou em qualquer parte que [ilegível] esta se apprezentar a seus filhos, Firmino Rodrigues de Faria e seus irmaons Doutor Herculano de Araújo Salles e Diogo Lopes de Araújo Salles Junior e a elles in solidum ou a cada um de per si dá planos e especiaes poderes todo o seu direito e justiça no inventário e partilha amigável ou judicial que [linha corroída] [fl.20].

Illustrissimo Senhor

Diz Firmino Rodrigues de Faria, como procurador de sua Mãe Dona Joanna Rodrigues de Faria, que tendo requerido inventário nos bens ficados por falecimento do Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles, para o que foi por Vossa Senhoria marcado o dia de hoje e não tendo voltado a deprecada, que foi expedida para a Villa da Chapada, afim de ser citado o herdeiro Manoel de Mello Albuquerque, como cabeça de sua mulher Dona Maria de Araújo Mello, e nem tão bem sido citada a inventariante cabeça de casal; por isso o Supplicante requer a Vossa Senhoria haja de marcar novo prazo para o referido fim.

Nestes termos

O Supplicante Pede a Vossa Senhoria Illustrissimo Senhor Juiz Municipal o justo deferimento e Espera Receber Mercê.

Barra do Corda, 5 de setembro de 1866.

Firmino Rodrigues de Faria

[fl.23]

Termo de Juramento e Declaração de Cabeça de Cazal e Auto de Inventário

Aos vinte dias do mez de Setembro de mil oito centos e sessenta e seis no, digo, seis nesta Villa de Santa Cruz da Barra do Corda, do termo da comarca da Chapada, Província do Maranhão, em as cazas de morada de Francisco de Mello Albuquerque onde foi vindo o meretissimo Juis Municipal e de Orphãos em exercício deste termo o capitão Joze Martins de Arruda com migo escrivão interino de seu cargo assima nomeado ahi prezente a Excellentissima Senhora Dona Maria Jose de Araújo Salles, viúva que ficou do Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles, por elle Joze lhe foi deferido juramentos nos Santos Evangelhos, de baixo do qual lhe encarregou que declarado o dia em que tenha falecido o dito seu marido e se tinha feito alguma despocisão testamentaria, quais eram os herdeiros que lhe havião ficado; que idade tinhão e o que disse a curreição todos os bens, sem ocultar algum, debaixo da pena de perda do direito que nelles tiver, pagar o dobro da sua avaliação e incorra no crime de perjuria. E sendo por ella dicta disse que [ilegível] óbito dito seu marido Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles ti [fl.23v] Tinha fallecido no dia onze de Novembro do anno passado com testamento que se acha junto deixando cinco filhos cuja idade declararia no título dos Herdeiros e que prometia dar a Carregação todos os bens debaixo das pennas que elle tinhão sido carregados do que fiz este termo que assigno com o juiz. Eu Raimundo [ilegível] Ribeiro escrivão interino que a escrevi.

(Capitão José Martins de Arruda)

Maria José de Araújo Salles

Título dos Herdeiros

Cabeça de Cazal

Dona Maria Jose de Araujo Salles

Filhos:

. Dona Joanna Rodrigues de Faria, 50 annos, Viúva do finado Jose Rodrigues de Faria

. Doutor Herculano de Araujo Salles, 47 annos, Cazado

. Donna Francisca de Mello Albuquerque, 46 annos, Cazada com Jose de Mello Albuquerque.

. Dona Maria de Araujo Mello, 40 annos, cazada com Manoel de Mello Albuquerque

. Advogado Provisionado Diego Lopes de Araújo Salles Junior, 31 annos, Cazado, digo, Diogo Lopes de Araujo Salles Junior, Cazado, trinta e sette annos.

Fonte: Arquivo Judiciário Desembargador Milson de Souza Coutinho – TJMA.

Pesquisador Creomildo Cavalhedo Leite.

(*) Creomildo Cavalhedo Leite, é Funcionário Público do Estado do Tocantins, Pesquisador, Cronista e Genealogista.