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domingo, 27 de janeiro de 2019

AMIZADE SELADA


MENSAGEM DE CREOMILDO CARVALHEDO AO PROFº JEAN CARLOS GONÇALVES


Shalom!

Obrigado Professor Jean Carlos Gonçalves, pela recepção calorosa e por conhecer sua Família maravilhosa, nos abrindo um espaço na sua Agenda bem agitada, para permutarmos informações sobre o quadrante espacial chamado Território Fértil do Japão.

Cuja gênese, retroage no tempo das eras passadas e após o transcurso de quase oito anos, mergulhado nas mais variadas pesquisas em fontes dispersas, que  estavam aguardando serem encontradas e trazidas à luz, para que, as mesmas possam ser confrontadas com as muitas teses disseminadas ao longo dos últimos 200 anos, pelos mais variados e conceituados escritores do nosso Torrão Maranhense, de forma que, os fatos vindo a tona, com as fontes da época, certamente acrescentará  alguns tijolos na Catedral do conhecimento desta grande Região batizada de Japão  pelos heróis anônimos, pioneiros e desbravadores.

Temos no nosso acervo o registro de uma das primeiras propriedades, que tem-se noticia, a qual, chamava-se:
"Fazenda Santa Maria do Japão", cuja localização era situada nas proximidades e limites do Riacho Japão, Riacho Jacaré e outros corregos daqueles tempos idos, lembrando que o dono desta citada Fazenda era o então Coronel Diogo Lopes Araújo Salles, cujas terras confrontava com a Fazenda Jacoca, do seu sobrinho o Major Antonio de Souza Carvalhedo.

Este pequeno mergulho é um verdadeiro refrigério no Riacho do Tempo, cujas águas aplacaram à sede dos bravos Sertanejos e continua a nos instigar a enfrentar as intempéries e nunca fraquejar e nem esmorecer com os constantes desafios.

À posteridade terá a oportunidade de apreciar a bravura e a coragem dos primeiros Povoadores da Região do Japão, desde o antigo Arraial do Campo Largo, nas barrancas do Rio Alpercatas e o Rio Itapecuru, e do Rio Corda com o Rio  Mearim e do Rio Flores que recebe com tributo as águas dos Riachos:
* Preguiça, Curador, Jacaré e Japão, bem como outros que, deságuam no Rio Mearim.

Estas linhas, são pequenos traços da imagem de uma grande Tela, cujo retrato ainda está informe, precisa-se apurar ainda mais a tinta do conhecimento, para que possa refletir no quadro, ora em tela,  as informações desta grande  História chamada simplesmente: Japão.

Palmas - Tocantins, 27 de janeiro de 2019.

Creomildo Cavalhedo Leite.

Creomildo Carvalhelho em visita a residência do Profº Jean Carlos Gonçalves.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

ENCONTRO DE AMIGOS - PELA MEMÓRIA DA MATA DO JAPÃO!



Creomildo Carvalhedo Leite, seu irmão Cleoman Carvalhedo Leite, em agradável e proveitosa conversa na residência do Profº Jean Carlos Gonçalves.
 Hoje, nesta sexta-feira, 25 de janeiro de 2019, o administrador do Blog, o Prof° Jean Carlos Gonçalves teve a grande satisfação e a honra de receber em sua residência em Tuntum-MA, o dileto pesquisador Creomildo Carvalhedo Leite.

Amigos virtuais há dois anos, finalmente selaram e reafirmaram, agora pessoalmente, a parceria e a amizade, engendrada no comum gosto pelo estudo do passado do Sertão maranhense, especialmente, da parte da região central do Maranhão, denominada pelos antigos povoadores de Mata do Japão ou, simplesmente, Japão, e/ou mais especificamente, o Japão de Fora, 

Trata-se de uma vasta extensão do centro-maranhense que compreende as terras que se estendem do Alto Alpercatas até a confluência do Rio Flores com o Mearim, que correspondem parte do território de Barra do Corda, Fernando Falcão, São Domingos, Santa Filomena, Presidente Dutra, Tuntum, dentre outros. Região esta, caracterizada por uma floresta exuberante, de fauna e flora diversificadíssimas, além de solo ubérrimo, propício para agricultura, e, que atraiu milhares de desbravadores, retirantes e perseguidos políticos, das sangrentas lutas travadas no contexto do processo histórico de construção do Estado Nacional brasileiro durante a primeira metade do século XIX.

O espaço geográfico da Mata do Japão é portador de uma história rica e belíssima, mas que infelizmente também é um objeto de pesquisa absurdamente ignorado ou pouco cortejado pelos nossos pesquisadores, historiadores, escritores e memorialistas. 

Com raízes incrustadas nesta parte do Maranhão, Jean Carlos e Creomildo Carvalhedo, possuídos de um profundo sentimento nativista, passaram a se debruçar sobre o passado mais remoto desta porção de nosso Sertão. E justamente, no afã de desvendar os enigmas e as muitas lacunas sobre a história regional; devido o desejo manifesto de resgatarem e/ou (re)interpretarem o quê aqui que se sedimentou como história oficial do Maranhão, os dois apaixonados pelo estudo do passado, tiveram a ventura de terem seus caminhos cruzados, mediante o conhecimento produzido e veiculado na internet, em blogs e  redes sociais.
Creomildo Carvalhedo Leite e familiares em almoço na residência do Profº Jean Carlos Gonçalves, em Tuntum-MA. 
Após quase dois anos do primeiro contato virtual, hoje puderam de viva voz trocar ideias, compartilhar anseios, vislumbrar novas perspectivas acerca da pesquisa e produção historiográfica sobre o sertão maranhense.

O encontro entre o Profº Jean Carlos e o Pesquisador e servidor público do Estado do Tocantins foi um momento marcante na relação de amizade de ambos. Facilmente perceptível pela cordialidade, o respeito e a admiração recíproca.

Que bons frutos sejam colhidos dessa saudável amizade!!!

Pesquisador Creomildo Carvalhedo Leite em sua biblioteca particular em Palmas-TO. 
Creomildo Carvalhedo Leite, Cleoman Carvalhedo Leite, Smith Veloso Leite e Mairla Bílio Oliveira, em visita ao Balneário da Tiúba, em Tuntum-MA. Em 25/01/2019.






domingo, 13 de janeiro de 2019

JOSIMAR GONÇALVES, O CINEASTA!


Por Jean Calos Gonçalves.
Josimar Gonçalves, o Cineasta.
     “Luz, câmera, ação! 
      A ordem natural se encarrega de montar cenário. 
   No horizonte, a aurora se anuncia com os primeiros raios solares, que incidem sobre as copas das mais robustas árvores da Mata. Os pássaros iniciam timidamente seus gorjeios, mas que gradativamente intensificam a melodiosa orquestra matinal daquele bucólico vilarejo dos idos anos 1970. O galo no terreiro, imponente, faz despertar quem, abraçado pela noite, adormecera com o ávido desejo de no seguinte dia, cedo despertar para os seus sonhos mirar. 
   Daí a natureza passa a dividir espaço com a criatividade da ação efetiva de quem de pé se coloca para ajudar a tecer o enredo da vida social dos que habitam os rincões da não reconhecida Pré-Amazônia maranhense. 
   Um despertar, uma rede recolhida, uma lâmina que rigidamente se faz afiar, um café com aroma e sabor de ternura, um botão que ao girar em sentido horário, leva ao mundo de sonho e fascínio, pelas ondas sonoras das AM e FM, especialmente, da Rádio Nacional de Brasília-DF e da Rádio Pioneira de Teresina-PI." 

     Com toda modéstia, a descrição acima pode até ser confundida com o início de uma obra literária, mas se não foi a forma mais original, foi a que com base na imagem que construí e escolhi para apresentar-lhes um dos mais admiráveis protagonistas do centro-maranhense que tive o privilégio de conhecer nos últimos tempos: Josimar Gonçalves, o Cineasta. 
Desenho do então menino Josimar, aos 9 anos.
   Natural do povoado Socorro, distrito do município de Governador Eugênio Barros-MA, o filho de Manoel e Zulmira, nasceu em 06 de agosto de 1971. O penúltimo dos cinco filhos do casal de retirantes cearenses, Josimar, desde o início de sua infância, esteve mergulhado num universo de dificuldades, próprias do período e das condições da região, mas também imerso num mundo de fantasia e imaginação aguçadas pela sensibilidade de quem ouvia a programação das principais estações de rádio, pelas quais acompanhava, principalmente, os programas com participação de ouvintes por meio de cartas escritas e das novelas. Pois na época o lugar não contava sequer com energia elétrica e as imagens ainda que em preto e branco dos televisores, só chegariam anos mais tarde. 

   O contato com o rádio foi primordial para que o menino sonhasse em ser ator, roteirista, editor e produtor de novelas. Assim cresceu, imbuído da vontade de representar, de dirigir, de produzir, de criar, de fazer dramaturgia, cinema. Esse desejo manifesto, que logo se tornou notório na comunidade local, intensificou ainda mais quando em 1983 chegou ao povoado a primeira televisão, pela qual pode assistir e reconstituir diariamente a desenvoltura dos grandes atores da teledramaturgia da TV Globo, até hoje maior produtora do gênero do país. 

     Ainda na década de 1980, quando contava apenas 9 anos, passou a ter contato com a fotografia. Experiências oportunizadas por um irmão mais velho que comprara uma câmera, e então ambos passaram a ter uma parceria, prestando serviços em eventos no povoado e região, Quando seu irmão adulto não podia comparecer aos batizados, casamentos e festas de aniversário, o menino Josimar entrava em cena e, assim, passou a atuar e ganhar a vida como fotógrafo, mas sem nunca perder o foco de seu sonho de criança, de ir muito mais além. 
Câmera fotográfica,comprada por um irmão mais velho de Josimar em 1980
     Nos idos de 1990, o jovem sonhador, acostumado com as matas e babaçuais da Mata do Japão, se depara com a selva de pedras de São Paulo-SP e com todas as dificuldades de uma metrópole, especialmente, para um filho de Nordeste brasileiro, que via os melhores empregos serem ocupados por quem detinha um alto grau de escolarização ou uma forte rede de amizade. Como não era o seu caso, depois de um tempo desempregado, trabalhou como faxineiro, cobrador de ônibus, porteiro. Contudo, durante seu vivencia na Terra da Garoa, teve condições de comprar uma câmera Kodak, com a qual passou a exercitar ainda mais o ofício, bem como de participar cursos e palestras sobre fotografia, nas quais adquiriu mais conhecimentos na área. 

Câmera fotográfica adquirida por Josimar em 1991, quando residia em São Paulo-SP.

   No ano de 2000, devido a problemas de saúde de sua mãe retornara ao Socorro, onde continuou fazendo fotografias. Mas foi com uma câmera digital de 8 megapixel adquirida em 2007, que fez seu primeiro filme – “É de mermo mermo”, em 2010. Na época, por falta de conhecimento técnico, o trabalho, não teve qualquer edição. No entanto, o espírito determinado e perseverante do futuro cineasta só aumentava. 

Câmera digital de propriedade de Josimar Gonçalves. Com ela fora gravada as cenas do filme "É de mermo mermo", em 2010. Abaixo, uma cena.

   Em 2011, como adquiriu uma filmadora Mini VD, com a qual realizou o segundo trabalho, Trumento I, ainda sem edição das imagens. 
Com essa filmadora, Josimar Gonçalves gravou o Trumento I
   Entretanto, em 2012, para lançar o Trumento II, buscou apoio técnico de profissionais do Estúdio Layson da cidade de Presidente Dutra-MA, que realizou uma edição de ótima qualidade para os padrões de então, sendo bastante elogiado. Eufórico e empolgado com a repercussão positiva, Josimar compra seu primeiro computador e mesmo sem qualquer conhecimento básico em informática, passou a se familiarizar com os hardwares e softwares, especialmente, programas de edição de vídeos e imagens. 

Filmadora utilizada para gravar as cenas dos filmes Zé Budega, Prefeito Zé Budega e o Trumento do Pardal.
    Também foi em 2012 que comprou outra filmadora Full HD, que deu vida ao enredo de Zé Budega (2013), desta vez, lançando mão de seus conhecimentos em produção e edição. No ano seguinte, deu continuidade com O Prefeito Zé Budega e, em 2017, com o Trumento do Pardal



    Quando instalou internet em sua residência no ano de 2013, passou a pesquisar com muito mais afinco sobre mídias, técnicas e tecnologias relacionadas a produção e edições, além de outras temáticas relacionadas. Portanto, um autodidata forjado pelo sonho de ser e de valorizar a cultura. 

   Naquele período, o menino sonhador já se fizera um homem mais abalizado nos meandros da vida e, de modo algum, o esposo de Marly Costa e o pai de Ernesto e Olga, deve ser reduzido a alguém que simplesmente acompanhou e se tornou produto do universo midiático configurado pelas novas tecnologias do mundo contemporâneo mais recente. O nosso Cineasta da Mata do Japão é, sobretudo, um humanista, que transpira cultura. Trata-se de um nativista genuíno; um ativista cultural; um restaurador de documentos históricos; um investigador nato do passado de sua gente e que diuturnamente, ao longo de sua trajetória de vida, tem contribuído para o resgate, o arquivamento e a conservação da memória local e de toda e qualquer forma manifestação da cultura popular. E é justamente, a partir dessa matéria: das histórias, das tradições, dos contos pitorescos, dos costumes, da linguagem simples e peculiar do povo sofrido, das manifestações e ritos, dos sujeitos históricos que protagonizaram/protagonizam a vida do povoado, município e região, que Josimar Gonçalves, se fez – o Cineasta. 

Sua saga como produtor cinematográfico se iniciou com“É mermo mermo” (2010); posteriormente lançou O TrumentoI (2011); O TrumentoII (2012); Zé Budega (2013); O Prefeito Zé Budega (2014); O Trumento do Pardal (2017). 

    Em suas produções, apesar de suas criativas doses de ficção, o Cineasta procura, fundamentalmente, se basear em fatos reais vivenciados pela comunidade para dar vida a personagens e roteiros, regados com muito humor. Além de abordar problemáticas vivenciadas pela comunidade ante aos desafios do mundo contemporâneo e de possibilitar, por meio de uma linguagem simples e apoio voluntarioso da comunidade do povoado do Socorro, uma análise crítica das demandas e das relações sociais na atualidade, embora com parcos recursos financeiros e materiais. 

  Apesar das dificuldades, da falta de apoio financeiro e institucional, seu trabalho tem ultrapassado as fronteiras do Maranhão e até do país. Suas produções foram expostas em vários municípios maranhenses, além de unidades da federação, a exemplo do estado de São Paulo, no qual seus filmes estiveram em cartaz por 30 dias em 2013, sendo exibido no Centro Tradicional Nordestino, no bairro do Limão, zona norte, que tem como público principal, a comunidade nordestina naquele estado, período em que seu trabalho foi assistido por mais de 20 mil pessoas. Além disso, seu canal no You Tube já contabiliza mais de 13 milhões e mais de 35 mil inscritos (link, no final do texto). Uma proeza de quem conta com uma câmera e um elenco voluntário constituído por membros da própria comunidade. Pessoas simples, humildes, mas que devido ao carisma e persuasão do abnegado Cineasta, abraçaram a ideia de representar e produzir cultura. 
Crianças no bucólico povoado do Socorro.
   Diante do exposto, é evidente a importância de Josimar Gonçalves para a cultura do município de Governador Eugênio Barros e região, e, portanto, muito digno e merecedor de respeito e reconhecimento, posto que, seus trabalhos são expressão de seu profundo conhecimento da vida simples e rica de nosso povo, de sua sensibilidade, criatividade e desejo sincero de fazer – de valorizar sua gente. 
Moradores do povoado Socorro, Governador Eugênio Barros-MA, debulhando feijão.
A vida simples, o cotidiano, as atividades laboriosas são registradas pelas lente de Josimar Gonçalves.
     Assim sendo, o Blog Ecos de Tuntum reverencia e apresenta esse discípulo dos irmãos Lumière, desejando-lhe sinceros votos de felicidade e sucesso nos futuros trabalhos em prol da cultura do distrito do Socorro, Eugênio Barros e do centro-maranhense. Logo, não há exagero em dizer que Josimar Gonçalves, o Cineasta, personifica muito bem o sentido da frase: Luz, câmera, ação! 


Claquete de cinema. Apenas ilustrativo.
      Uma vez que detém: 
A luz do conhecimento buscado, colhido, construído da cultura popular;
A câmera que focaliza e apresenta a essência dos ritos e manifestações da gente deste sertão;
A ação de quem com o claquete e a “batuta” da ousadia, orquestra cenários encantadores, que ecoam as antes silenciadas vozes e eternizam os ignorados protagonistas de outrora desta parte do Maranhão. 
Então... 
Atenção! 
LUZ, CÂMERA, AÇÃO!!!



Link para a página de Josimar Gonçalves no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCMM7BVMieQ626NLrhNKOXfA