Pesquisar este blog

terça-feira, 19 de março de 2019

JOSIMAR GONÇALVES COSTA - JOSIMAR CINEASTA.

JOSIMAR CINEASTA


Cena do filme Prefeito Zé Budega (2013), com roteiro e direção de Josimar Gonçalves, o Josimar Cineasta.

JOSIMAR GONÇALVES COSTA - "JOSIMAR CINEASTA".

Por Sérgio Rodrigues Freitas*

Josimar Gonçalves Costa, nascido no dia 6 de agosto do ano de 1971 no povoado Socorro, distrito de Governador Eugênio Barros-MA, é filho de Zulmira Gonçalves e Manoel Gonçalves. Hoje conhecido como Josimar cineasta é autor de seis filmes: “É de Mermo Mermo”, “Ô Trumento”, “Ô Trumento 2”, “Zé Budega”, “O Prefeito Zé Budega” e “O Trumento do Pardal”. Os quatro últimos foram sucesso nacional com milhões de visualizações nas redes sociais. A paixão pela sétima arte foi despertada ainda quando criança vendo das telenovelas e filmes exibidos em meados de 1984, quando se apaixonou pela interpretação e pelo personagem infantil “Zeca”, de Vereda Tropical interpretado por Jonas Torres. Seu sonho a partir desse momento era se tornar ator e sempre que terminava de assistir reunia alguns amigos para interpretar as cenas, tudo era feito de forma lúdica, porém, nascia ali o desejo de atuar e dirigir. Foi nessa mesma época que descobriu outra paixão, a fotografia, usando uma câmera fotográfica de seu irmão, passou a registrar as cenas do seu povoado e fazer alguns retratos de familiares e moradores, além das exuberantes paisagens da sua região. Em 1990 vai para São Paulo em busca de trabalho e com seu primeiro salário adquire sua primeira câmera fotográfica e continua praticando fotografia, passou alguns anos e retornou para o Povoado Socorro onde trabalhou cobrindo casamentos, aniversários e eventos em geral, assim conseguiu juntar dinheiro. Em 2007, após uma viagem a São Luís, adquiriu sua primeira filmadora compacta Kodak e foi a partir daí, aos 36 anos, mesmo não tendo conseguido realizar o sonho de ser ator que Josimar deu início a sua trajetória como diretor e produtor de seus próprios filmes, com sua câmera na mão e muita vontade de contar as histórias do seu povo, da sua cultura ele foi reunindo amigos sem nenhuma formação teatral e foi treinando essas pessoas, passando o roteiro com técnicas de interpretação e depois de meses de ensaios e filmagens nasceu seu primeiro filme, em 2007, “É de Mermo Mermo” sem nenhum trabalho de adição, mas mesmo assim foi motivo de orgulho para todos que participaram. Nos anos seguintes filmou “O Trumento”, com uma câmera melhor e com a técnica de edição efeitos especiais produziu, em 2012, “O Trumento 2” e, em 2013, “Zé Budega” ambos foram grande sucesso na região e nas redes sociais. Nos anos seguintes produziu “O Prefeito Zé Budega” e “O Trumento do Pardal” também grande sucesso na região e nos festivais independentes de cinema. O gênero predominante de seus filmes é a comédia, tendo como pano de fundo desde a vida simples e sofrida do interior do Maranhão até a política local, onde o diretor brinca e mostra algumas práticas de mau uso do dinheiro público e práticas de corrupção de prefeitos e familiares envolvidos na política, como mostra o filme “O Prefeito Zé Budega” que serviu de pesquisa e estudo para alunos da Universidade Federal do Maranhão. Josimar Cineasta conseguiu com sua experiência e força de vontade transformar pessoas comuns em atores e exibir seus filmes em festivais de cinemas independentes e assim mostrar que o maior combustível para fazer e transformar algo é a paixão e o sonho.
JOSIMAR CINEASTA

__________________
*Designer Gráfico 

Um mergulho na História de Barra do Corda - Um Século antes do seu nascedouro oficial.

Um mergulho na História de Barra do Corda - Um Século antes do seu nascedouro oficial.

Mapa da Província do Maranhão - Mj Francisco de Paula Ribeiro, 1819. 


Externo aqui, um convite à Comunidade Cordina, para que, possamos resgatar os Feitos e os Fatos da grande Saga que, foi Desbravar esta vasta região inóspita, inculta e cheia de desafios, e ainda assim, fazer dela, um verdadeiro Oásis, o berço de uma Civilização que, prima pelo saber e o fazer, tendo como meta o conhecimento e isto, em uma época que, a Educação, era vista como um artigo de luxo e decoração, restrito a pouquíssimas pessoas, nos idos da metade do Século XIX. 

São pequenos recortes de informações de uma época distante da nossa, um verdadeiro recorte no tempo; os quais nos proporcionam um vislumbre, um olhar pelo retrovisor da História, uma pequena amostra, para que possamos compreender um povo de garra e superação que, lutaram com e por idealismo e deixaram um notório legado que ficou escrito e espalhado, parte dele em Jornais, Livros e outras Publicações tanto na Província Maranhense como na Capital do Império, muitas vezes narrando o cotidiano das pessoas e fatos da Comunidade de então. 

Hoje, desconhecemos muitos nomes destes heróis abnegados e que, foram esquecidos, lançados e cobertos pela ingrata poeira da passagem do tempo, com isto, perdemos boa parte da cronografia de Barra do Corda que, cabe agora, aos Arqueólogos, Escultores e Construtores da História tentarem, buscar no passado, respostas para as muitas indagações do tempo presente: 

1º Quais foram os grandes eventos Corográficos transcorridos na Província do Maranhão, entre os anos: 1732 até 1832? 
2º O Que Provocou a Criação de Vilas e Novas Povoações ao longo dos Rios na Província do Maranhão? 
3º Por Que uma Nova Povoação na Confluência do Rio Corda e Mearim? 
4º O Que Fizeram Pelo Maranhão e/ou, Alto Sertão do Mearim, Estes Personagens Elencados: 
* 1 - Pe Antonio Machado; 
* 2 - Cel Antonio Corrêa Furtado de Mendonça 
* 3 - Capitão-Mor José Pinheiro de Meirelles Maciel Parente; 
* 4 - Sargento Manoel de Faria Ribeiro; 
* 5 - Antônio Lourenço da Silva; 
* 6 - Conego Machado; 
* 7 - Desembargador Francisco Carneiro Pinto Vieira de Mello; 
* 8 - Manoel Rodrigues de Mello Uchôa; 
* 9 - Coronel Diogo Lopes de Araújo Salles; 
*10 - Coronel Francisco Germano de Morais; 
*11 - Manoel Raimundo Maciel Parente; 
*12 - Tenente-Coronel João da Costa Alecrim; 
*13 - Pe Antonio do Rosário Cardozo; 
*14 - Capitão Salvador Cardozo de Oliveira; 
*15 - Capitão-Mor Vicente Ferreira de Carvalho; 
*16 - Major Antonio de Sousa Carvalhedo; 
*17 - Capitão-Mor Antonio Rabello Bandeira; 
*18 - Tenente-Coronel Militão Bandeira de Barros; 
*19 - Coronel Manoel Martins de Arruda; 
*20 - Tenente-Coronel João da Cunha Alcanfor. 

Todos que, desejam saber mais sobre Nossa História, para 'Conhecer e Saber Preservar'; em breve materializaremos, este trabalho, o qual é fruto de muitas mãos abnegadas e fontes diversificadas, uma coletânea de verdadeiras joias lapidadas e raras garimpadas, com dedicação e persistência, uma fração da Coleção de dados, com seus respectivos Créditos e Fonte. 

O objetivo é transformar, este acervo memorial de conhecimento, em um Compêndio Analítico Geográfico, Histórico, Econômico, Social e Político, visando preencher algumas lacunas da nossa História, de forma bem acessível, e com Documentos e Registros Oficiais de um Período que, abrange as Primeiras citações sobre o Rio da Corda em Cartografia do Século XVIII, bem como Cartas citando textualmente aquela que seria a Princesa do Sertão: 
"O que teria acontecido, se a mais de Setenta anos se tivesse fortificado a Barra da Corda, se ali se formasse hum presidio que protegesse os colonos dos ataques dos Indígenas, se o contato com estes facilitasse a catequese e aliança, (...)"
"Construção de uma Casa Forte no Rio da Corda,...!"
"...No mesmo ano fez estabelecer, (...) duas fazendas de gado, que em poucos anos aumentaram a produção e, (...) as rendas da Província, (...) uma é São Bernardo, (...) outra, São Miguel, (...)" 
Um pouco sobre o Período da Guerra da Independência na Província do Maranhão, passando pelos conflitos ocorridos, apresentando nomes que foram omitidos no transcorrer dos anos e que se perderam nas densas escuridão das noites no transcorrer dos tempos, entretanto, eles ajudaram a escrever e a Formatar a História da Freguesia, depois, Vila de Santa Cruz da Barra do Corda, e finalmente Barra do Corda.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Matéria do  Jornal o NORTE, sobre o Colégio Popular de Barra do Corda, fundado pelo Dr Isaac Martins dos Reis, em: Fev/1884 


Um abraço fraterno. 

Creomildo Cavalhedo Leite.

sábado, 16 de março de 2019

Conjecturas Históricas sobre a Pérola do Sertão: Barra do Corda.


O blog Ecos de Tuntum tem a satisfação de compartilhar um texto publicado no portal virtual JORNAL TURMA DA BARRA, de autoria do profícuo pesquisador Creomildo Cavalhedo, na ocasião dos 181 anos de fundação da cidade de Barra do Corda. Assim, publicou o Turma da Barra:

O barra-cordense Creomildo Cavalhedo é um pesquisador, historiador e conhece como poucos as bibliotecas deste país. Mora em Palmas, Tocantins. Segue o artigo sobre os 181 anos onde revela fatos importantes da história de Barra do Corda.

"Sim, logo, estarás comemorando a passagem solene de tua emersão na história dos povos, momento de alegria e reflexão... 

Há quem dera, pudéssemos ouvir de ti mesma, a tua própria história, sobre a tua saga e grande epopeia, transcorrida entre teus rios ao longo dos teus Cento e Oitenta e Hum Anos de Fundação... 

Proclamada, pelos desbravadores Manoel Rodrigues de Mello Uchôa, filho do Ceará e do Maranhense filho das barrancas do Mearim, Manoel Raimundo Maciel Parente, cujo sobrenome Maciel Parente tem toda uma História de Lutas e Grandes Conquistas, além deles devemos lembrar que, segundo documentos da época, tiveram outros nomes que participaram desta construção histórica, que são eles: 
* Francisco Sacotto e; 
* Felix Manoel Monteiro Jorge, os quais em março de 1837, descendo aportaram na Villa do Mearim," vindo pelo Rio Mearim, da paragem Rio da Corda, deixando as suas famílias na foz d'aquele Rio, onde pretendem fazer a Povoação, os quais necessitam de toda a proteção do excelentíssimo Governo desta Província para o fim que desejam." 

Estas palavras estão exaradas em ofício pelo então, juiz de paz do primeiro distrito Antonio José Alves de Figueredo, que informou ao Vice-Presidente da Província, o ocorrido sobre a fundação e os fundadores da povoação que seria denominada ao longo do tempo como Missão do Rio da Corda, Santa Cruz da Barra do Corda e finalmente como a conhecemos: BARRA DO CORDA. 

Entretanto, temos nas páginas da História Maranhense, os fatos que, antecederam a fase que denominamos: Fundação.

A autora maranhense Carlota Carvalho, cita algo breve porém, contundente, sobre um dos primeiros povoadores daquelas paragens, ela cita, textualmente o maranhense:
* Manoel Raimundo Maciel Parente, por volta de 1831.

Tenho cópias de alguns documentos oficiais e esclarecedores (Carta de Data de Sesmaria), fazendo referência, a povoação ao longo rio Mearim, Grajaú, e no rio da Corda (Era assim conhecido e também como Capim e Canela), e são muitas surpresas agradáveis e belas, e uma vou citar rapidamente, é sobre um:

“Requerimento de Manuel Maciel Parente ao Rei Dom José, pedindo carta de confirmação de sesmaria na ribeira do Mearim”, Data: 14 de outubro de 1773." 

Creio que, deva trata-se um parente bem próximo de Manoel Raimundo Maciel Parente, porém, por enquanto são apenas conjecturas; de um discípulo filho da terra, na busca das raízes históricas da nossa Barra do Corda. 
Por ultimo, cito aqui, trecho de uma longa correspondência entre o Coronel Antonio Corrêa Furtado de Araujo e a rainha de Portugal Maria I, as quais foram publicados na Província do Maranhão, em 5 de julho de 1854, inicia o articulista dizendo: 

“ Recebemos dous manuscritos do Coronel Antonio Corrêa Furtado de Mendonça, consta que escrevera muitos outros, acerca desta província, que ou se perderão, ou quase estão perdidos." 
(...)
“Senhora! Diz Antonio Corrêa Furtado de Mendonça, Cidadão da Gorvernança da Cidade do Maranhão (S.Luis), Capitão de Cavallaria Auxiliar do regimento da Capitania, e natural da Villa de Santo Antonio de Alcântara d’aquelle Estado.
(...)
“Desejando o Governador e Capitão General JoséTelles da Silva (1784 a 1787), estender a Povoação dos rios Mearim, Pindaré e Grajaú, do mesmo Estado do Maranhão, a rogos de seus moradores, escrevo ao supplicante o Officio que contem a cópia nº 31, encarregado lhe, por elle, uma exacta informação ao dito respeito, por conhecer o seu préstimo, o qual lhe deu, a que contem a copia Nº 32 em que lhe faz relação das qualidades do Paiz (Região) e dos haveres que em si contem muito interessantes ao Estado e ao Real Serviço de Vossa Magestade,"
(...)
"E na mesma se offereceu a fazer na BARRA DO RIO DA CORDA, ou onde convenha, à custa de sua fazenda e de seu irmão Theodoro Corrêa de Azevedo Coutinho uma Casa Forte guarnecida de precisa artilharia, para presidiar AS POVOAÇÕES, QUE NOVAMENTE SE FIZEREM, e todas as mais comodidades, que se leem na dita informação, e para mostrar que seus offerecimentos não são quiméricos, mas sim feitos com animo de os por, por obra, os fez presentes ao Exm. Ministro de Estado da Repartição e Domínios Ultramarinos, dirigidos por mão do Padre Mestre Confessor Fr. José Mayne, pedindo-lhe o beneplácito e approvação de Vossa Magestade, e apontou lhe algumas circunstancia conducentes e que podem elevar aquella Capitania a um grande auge de opulência, pelas copias nº 33 e 34,"

"E só com esta noticia, que se divulgou da pertensão do supplicante, se tem animado os moradores das mencionadas ribeiras, esperançados de que se haja de por em efeito, que tem pedido todos Terras por ellas a cima, para estender a lavoura, tanto quanto consta da certidão e dodocumento nº 35."
(...) 

O articulista faz uma profunda reflexão no seu texto, diz ele: 

“Falla também no offerecimento, que só por desleixo do Governo deixou de ser aceito, de fazer à sua custa e do seu irmão huma CASA FORTE NA BARRA DO RIO DA CORDA, guarnecida de artilharia, para presidiar as povoações que se fizessem."

"Este pensamento se não fosse despresado, teria mudado a face da Província, cuja lavoura teria prosperado muito mais; os dous grandes rios, de Mearim e Grajahú não estariam abandonados e desertos, como estão principalmente o segundo, até hoje."
(...) 
“O que teria acontecido, se a mais de Setenta Annos se tivesse fortificado a BARRA DA CORDA, e alli se formasse hum Presídio que, protegesse os colonos dos ataques dos indígenas, se o contacto com estes facilitasse a catechese e alliança, em huma palavra, se tivesse acceitado o offerecimento do distinto maranhense!" 

"O que seria os Rios, Mearim, Grajahú e da Corda, e talvez o Tocantins!"

"E a Villa da Victória!"

"Sem o Thesouro (A Fazenda Real) fazer o menor sacrifício!"
(...)

Voltando ao presente, estendo a todos que, amam esta terra que, tem dedicado:
* Energia;
* Trabalho e;
* Sonhos...

Faço um singelo convite para que, pesquisem e conheçam melhor a História deste quadrante especial do Maranhão e sobre esta bela Cidade:
- O que ela foi no passado; 
- O que ela representou no período do Brasil Império e no período da Proclamação da República, e por último;
- O que Barra do Corda, foi no inicio do Século XX.

Acredito que, todos que buscarem estas informações, ficariam surpresos com os fatos narrados contidos em muitas páginas de documentos, que relatam nossa História, entretanto, os mesmos estão espalhados em lugares distintos e distantes, tanto no Brasil com em Portugal. 

Meus sinceros cumprimentos aos barra-cordenses! 

Parabéns Barra do Corda, pelos teus 181 Anos de muitas histórias épicas. 

Um abraço fraterno deste teu filho que, mesmo estando longe, muito ti admira e te ama. 

Creomildo Cavalhedo Leite de Palmas (TO).


A imagem pode conter: 1 pessoa, atividades ao ar livre, água e natureza
NR: Foto do acervo de Creomildo na cachoeira Grande de Barra do Corda (MA)

REGRESSO À RUDEZA

Diamante lapidado 
Embriaga os olhos
Do coração pueril
E da lasciva vaidade

Encanta, mas desencanta
A quem o mira
Com as lentes da esperança
Da esperança que não espera
A precipitação do verbo
Inclinado, atravessado
Que se apodera da consciência
Da alma inocência

Diamante, de tão brilhante
Desperta a mente pensante
Ainda que deixe ofegante
Permite pela arquitetura
Da homilia projetada,
Captar sua rudeza disfarçada.

(Jean Carlos Gonçalves)

quarta-feira, 6 de março de 2019

Liberdade


Liberdade

Que bom é ser livre e poder exprimir o que me vai na alma,
ser o que sou e o que posso ser, pela simples razão de o ser,

ser a caneta de um poeta, e escrever sem medir as palavras,
ser as asas de um condor, e percorrer o mundo sem fronteiras,

ser o sol que se levanta,
ser as estrelas e a lua,
ser a guitarra de um cigano,
e encanto de mulher nua,

ser a água que bate nas rochas, e espalha sua brisa no ar,
ser um relógio de areia, sem ter inicio nem fim,

ser a canção de uma criança,
ser a mais bela melodia,
ser filho da liberdade,
ser tudo aquilo que queria.


Lisboa, 7 de Março de 2009 © Paulo Lourenço “Ramiro de Kali”

sábado, 2 de março de 2019

Registro de Uma Época.

Por: Creomildo Cavalhedo Leite.


Barra do Corda, nesta data festiva dos teus 182 anos, de muitos fatos que entraram para a História, teus filhos fazem hoje, uma genuína reflexão sobre o prisma que decompõe a luz, nos seus múltiplos campos do conhecimento histórico, econômico e social, para extrair do teu passado lições que, possam instruir e plantar a boa semente para viabilizar o futuro das gerações que virão e, continuar sempre avançando.
Sabendo que: ‘Escrever para a posteridade, é mergulhar no Oceano profundo da História...’
Entretanto, é algo que o escrevinhador vai perquirindo, navegando em águas sempre revoltas, mesmo tendo os melhores instrumentos para orientação nos momentos de tempestades, é necessário algo que, o impulsione além da razão, é preciso disciplina e garra para ir aprimorando e focar no objetivo de: ‘Decodificar, as entre linhas das páginas da História de um Povo... O Legado construído para as gerações futuras.’
E, para este momento que marca a passagem do teu surgimento - ‘Princesa do Sertão’ - entre tantas outras do teu tempo que, para trás ficaram, banidas da História dos Povos; receba esta justa homenagem nesta memorável data; trago à luz um artigo que tem por título: ‘Barra do Corda’, um texto publicado e veiculado de forma noticiosa na imprensa, da época, onde o articulista, é um: ‘Cavaleiro ali residente*, e muito conhecedor da localidade, as palavras, cuja leitura recommendamos’... faz uma descrição de forma apreciável da então Vila e terce elogios ao Dr Isaac Martins dos Reis, um grande personagem que foi o principal ator no seu tempo e que deixou um rico legado para tua História.
‘Barra do Corda’
‘Senhor redactor – É sempre necessário que uma localidade se faça de quando em vez lembrada por meio da imprensa, principalmente quando deixando-se de parte questões que involvem interesses particulares, se attende somente o interesse e o bem geral.
Este é o móvel que nos determina á traçar estas poucas linhas noticiosas.
Esta Villa fica a 80 léguas dessa Capital, à margem direita do rio Corda, no mesmo lugar em que este recebe do lado esquerdo as águas do Mearim. O seu local é admiravelmente salubre e soffrivelmente bello pelo seu aformoseamento produzido. D’um lado pelo Corda, que deslizando se n’um lindo curvo, dobra-se como que para abraçal-a offerecendo os seus tributos – Água pura, potável e christalina, e banhos incomparavelmente aprasiveis; do outro, por lindos outeiros, que visto de pequena distância assemelhão-se a uma grande e colossal serpente de cor verde, embalando o lusidio dôrso para adquiri o movimento; vistos de mais longe parecem ondas, que se succedem levemente agitadas.
A todos estes dotes naturaes accresce a esta Villa, é actualmente o ponto do interior, mais commerciantes e de mais futuro, já é o que outr’ora foi Caxias, - O empório de todo o commercio do interior da Provincia; basta dizermos que as Villas de Santa Fhilomena (do Piauhy), Victoria, Lôreto, Riachão, Carolina, Santa Thereza, todo o Sertão das Comarcas da Chapada, de Mirador e Pastos Bons, distando quatro, cinco ou seis vezes menos que Caxias, vem de preferência sortir-se nesta localidade.
De janeiro deste anno, á esta data, tem tocado n’este porto 8 vapores com carregamento importante... para esta Villa e seu termo, não fallando nos carregamentos aqui desembarcados com destino às outras localidades.
Bem veem portanto, o commercio do Maranhão, as companhias de navegação a vapor, o Governo da Província e os seus representantes, que esta localidade é a mais digna das vistas de todos, do que talvez tenhão até agora entendido. Se não bastão os títulos allegados, attendão ao menos alguns, ao seu interesse próprio, - que já é uma pequena parcella do bem geral e do interesse commum.
Pelo lado do commercio:
Esta localidade importando a quantidade de mercadorias que já referimos, não consta aqui um agente de vapores, e nem sequer uma casa em que possam ser armazenadas as mercadorias, até que os seus respectivos consignatários de outras localidades, as venham receber; aqui permanecem, em geral, mal acondicionadas, sujeitas a extravios e a deteriorações, em casa deste ou d’aquelle negociante, que com sacrifícios e prejuízos das próprias commodidades, vê-se obrigado a recebel-as.
Quanto à administração da justiça e policiamento do lugar:
Temos felizmente magistrados intelligentes, probos e solícitos cumpridores dos deveres dos seus cargos; as mais auctoridades locais são geralmente idôneas, e preenchem perfeitamente as funcções dos seus cargos; mas lutam com difficuldades invencíveis.
Estamos a 80 léguas distantes dessa Capital, n’uma Comarca de 30 léguas de extensão cercada de índios selvagens e errantes e temos presentemente duos praças (Dois Soldados)... commandados por um Sargento! Há dentro deste Termo diversos criminosos, alguns pronunciados e em lugar sabido, mas o que fazer para capturál-os? Temos uma Cadeia, que nada mais é uma choupana de taipa, sem commodidade e segurança alguma; e não obstante isto nenhum andamento tem tido um prédio para este fim, solidamente principiado em 1862!
Não temos egreja, uma capellazinha velha e em Mao estado, é o lugar em que se celebra os ofícios Divinos. Mas se não há Padre na Comarca, para que egreja? Tivemos a felicidade de vir da Freguezia do Mirador o Padre Joaquim da Silva Mourão, que se acha entre nós, e que, com um sacrifício e uma dedicação verdadeiramente Evangélica, conseguiu fazer um leve reparo na egrejinha, em que, com a pompa e concorrência que é possível esperar desta tão esquecida terra, se tem festejado o mês da virgem Maria.
A População desta Villa e seus subúrbios é relativamente grande, principalmente pelo accrescimo que teve com affluencia da emigração Cearense; é, porém, em geral, atrasada em instrucção: Individuos há em verdadeiro estado de atraso.
Foi criada pelo senhor Isaac Martins dos Reis, uma “Associação Auxiliadora do Ensino Popular”, a qual pela Adhesão que mereceu, pelo grande número de sócios... parece deixar para esta localidade os mais felizes resultados. Além d’algumas aulas que já foram criadas, o senhor Martins estabeleceu Conferencias públicas nos domingos, que tem sido sempre muito concorridas, por grande número de famílias e por pessoas de todas as classes.
Louvamos a ideia do senhor Isaac Martins, e o empenho e actividade com que elle e alguns amigos teem trabalhado em prol de uma tão justa e santa.
Voltaremos, e d’outra vez falaremos sobre um ponto capital, para o qual chamaremos a attenção do Governo da província.’ 
À esquerda, Isaac Martins; À direita, no alto, da esquerda para direita: Rocha Lima, Frederico Figueira e Dunschee de Abranches; À direita, abaixo, imagem do pesquisador Creomildo e Criança (Gustavo seu Neto).

De volta ao presente, externo aqui minha alegria Terra amada, meu berço e de muitos dos meus antepassados que nasceram, amaram, lutaram e participaram da construção da tua História que hoje contemplamos.


____________________
*Segundo o historiador Creomildo Cavalhedo, esse artigo foi assinado por um pseudônimo que se intitula ‘Um cavaleiro ali residente’. 
Mas as pesquisas seguem para se constatar se o ‘Um cavaleiro ali residente’ poderia ser Frederico Figueira