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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

D Pedro II, o Imperador mecenas

 

Em Particular a Imperatriz Teresa Cristina sempre foi alvo de jornais e nobres da época por sua simplicidade e falta de capricho em seus trajes e adornos. Sempre muito discreta, só usava suas joias de cunho pessoal, nunca usou as joias do cofre Imperial, as tais “joias da coroa”. A mídia zombava de uma Imperatriz que se vestia como uma senhora de classe média.

A maioria das joias particulares de família foram leiloadas e outras roubadas pelos militares dias após o Golpe de 1889. Já as joias Imperiais foram totalmente saqueadas pelos militares.

Teresa Cristina foi a maior responsável pelo começo da imigração italiana para o Brasil .

Teresa Cristina era uma ótima cantora lírica e pianista .

O Brasil atualmente possui a maior coleção arqueológica das Américas graças à Teresa Cristina .

Pedro doou pouco antes de sua morte muitas de suas possessões para o governo republicano brasileiro, que posteriormente foram divididas entre o Arquivo Nacional, o Museu Imperial, a Biblioteca Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Sua única condição era que esse presente fosse nomeado em homenagem a sua falecida esposa, e assim hoje ela é conhecida como a "Coleção Teresa Cristina Maria".

A coleção é registrada pela UNESCO como patrimônio da humanidade no Programa Memória do Mundo.

Todos familiares foram expulsos com a roupa do corpo , a Imperatriz do Brasil Dona Teresa Cristina , não pode nem levar uma maleta com algumas mudas de roupas para trocar no decorrer da viagem . 

Seu neto e grande amigo Pedro Augusto que já sofria de esquizofrenia e tinha melhorado bastante graças as visitas do doutor Freud e ajuda de discípulos de Allan Kardec , teve um novo surto , talvez o pior de todos de sua vida , tentando jogar se ao mar gritando por socorro e amordaçado por militares a mando de Deodoro . 

Pombos com mensagens bilhetes de ajuda dentro de garrafas foram jogados em meio a saída da baía de Guanabara e até mesmo em alto mar , foram inúteis , mesmo com algumas garrafas que chegaram ao litoral carioca , paulista , cearense e baiano dias depois...

O povo acordou no dia seguinte com tropas militares desfilando e espancando a população que em estado de choque não entendia o que estava acontecendo . 

Vários artistas e intelectuais da música , do teatro , jornalistas , escritores , poetas foram exilados para Angola e Amazônia . 

Além do começo de uma grande ditatura e o rompimento de todos os processos sociais de melhoria da vida dos recém libertos da abolição e o fechamento dos principais jornais da época que começaram a sofrer severa censura por tempo indeterminado.

Reforçando ainda este ideal de que a educação foi fundamental para o caráter de Dom Pedro II, Barman, evidencia que “O Imperador considerava a educação como de importância nacional e era ele mesmo um exemplo do valor do aprendizado.”.

Heitor Lyra expõe em seu livro ‘História de Dom Pedro II (1825–1891)’ uma fala do imperador em que fica claro o enraizamento da intelectualidade no seu pensamento, onde ele diz que 

“Se não fosse Imperador, gostaria de ser um professor. Não conheço tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e preparar os homens de amanhã”.

O Brasil tinha a maior quantidade e com qualidade de médicos, engenheiros, juízes, diplomatas e advogados das américas entre 1876-1889. As Faculdades brasileiras eram poucas, porém com padrão bem elevado de ensino.

Pedro II criou uma cota para negros alforriados ingressarem no Colégio Pedro II e nas Faculdades. Essa cota não foi aprovada pelo parlamento, porém Pedro II tirou de seus próprios proventos a garantia da cota. No período de 1872 e 1889 centenas de ex-cativos se tornaram médicos, advogados, engenheiros... Graças a chamada “bolsa do imperador”.

Tornou-se membro da Royal Society , da Academia de Ciências da Rússia, das Reais Academias de Ciências e Artes da Bélgica e da Sociedade Geográfica Americana.

Em 1872 foi eleito membro da Académie des Sciences francesa, uma honra dada anteriormente a somente dois outros chefes de estado: Pedro, o Grande e Napoleão Bonaparte.

Ele comentou: "Se não fosse imperador, gostaria de ser um professor. Não conheço tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e preparar os homens de amanhã." A educação também colaborou no seu objetivo de criar um sentimento de identidade nacional brasileira.

Seu reino viu a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro para promover pesquisa e preservação nas ciências históricas, geográficas, culturais e sociais. A Imperial Academia de Música e Ópera Nacional e o Colégio Pedro II também foram fundados, o último servindo como modelo para escolas por todo o Brasil.

Ele também financiou a criação do Instituto Pasteur, assim como a casa de ópera Bayreuth Festspielhaus de Wagner, além de outros projetos semelhantes. Seus esforços foram reconhecidos tanto em casa quanto no exterior.

Charles Darwin falou dele: "O imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito."

Aumento do próprio salário??! O Imperador esteve no trono brasileiro por 50 anos. Mas nunca aceitou aumento na sua dotação, isto é, o salário. Quando morreu exilado em 1891, não havia acumulado riqueza alguma. Faleceu em um modesto quarto de hotel de 3 estrelas em Paris que era pago por um grande amigo, o Barão de Loreto.L


Fonte : IHGB, ARQUIVO NACIONAL RJ, BIBLIOTECA NACIONAL RJ,

MUSEU IMPERIAL PETROPOLIS RJ, Biografia Pedro II Ser ou não Ser de José Murilo de Carvalho 2006 ( Membro da Academia Brasileira de Letras ) .


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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Etmologia dos Estados brasileiros

 O grupo linguístico tupi, caribenho pemon e português nomeiam os estados brasileiros, referindo-se normalmente a acidentes geográficos, animais ou santos. 

Alguns estados possuem mais de uma hipótese para sua nomeação, com teorias mais aceitas, escritas no mapa e menos aceitas, aqui na descrição.

Pernambuco é um desses casos. Para os nativos caetés do grupo tupi, seria chamado de paranãpuka, que significa “buraco no mar” ou “furo que o mar faz”, em referência a separação da Ilha de Itamaracá do continente.

A segunda hipótese é o nome "burgo de Fernão" em referência a Fernão de Noronha, primeiro português a explorar o pau-brasil.

Para os tupi, o fonema “f” era trocado por “p”. Fernão tornou-se "pernão" e como no tupi há uma inversão de palavras, Boca de Fernão foi transformado em algo próximo de “Pernão Boca” ou “Pernambuka”.

Amapá vem do tupi, significa "lugar da chuva", ou a simplificação do nome de uma árvore característica da região. Também pode vir da língua nheengatu que significa "terra que acaba".

Roraima vem do grupo linguístico caribenho pemon, que significa "montanha verde-azulada", do grupo linguístico ianomâmi "montanha trovejante" ou do étimo "fonte dos papagaios" 

Ceará, pode vir tanto do "canto da jandaia" como do Rio Ceará, que em tupi significa "água verde".

São Paulo, embora refira-se ao Apóstolo Paulo, era o nome da primeira igreja jesuítica do local, São Paulo de Piratininga de 1554.

Maranhão pode vir tanto do tupi, "rio que corre" ou do espanhol marañón que significa "cajueiro". Em todo caso, a palavra caju vem do tupi. 

Em Santa Catariana, ou é uma homenagem a santa Catarina de Alexandria ou a Catarina Medrano, esposa do explorador veneziano Sebastião Caboto, que chegou em Santa Catarina em 1526.

O Distrito Federal não está incluso, pois sua etimologia é autoexplicativa😅

Já o Brasil, foi nomeado devido ao pau-brasil. O termo “brasil” já existia antes do século 16, vindo do francês brésil – usado para tinturas vermelhas com cor de brasa (que por sua vez vêm do latim, brasile).

Fontes: https://glo.bo/3l32iNf, https://bit.ly/2JH5JeH, https://bit.ly/3jZUudJ, https://bit.ly/2I55cm6 e https://bit.ly/3jVqzDy

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

AURORA

 

AURORA
Não direi que me encantas mais do que o silêncio
porque é assim que despertas as aves e os caminhos.
Meus olhos também nascem pelo parto da esperança
porque vivo na imortalidade
renascendo em cada dia.

Deixa-me rever em prece tua face ressurgida
porque tua luz é sempre uma catarse.
Teu olhar estende as linhas do horizonte
e toda a paisagem é então uma ventura
e já não és mais nada
porque desfaleces no seio da beleza.

Repara como sou pequeno diante do teu rosto amanhecido
mas como é grande o que em mim te contempla.
Para renascer basta-me apenas teu momento
tua humilde majestade
tuas pétalas de fogo
e essa corola ardente
porque não peço nada mais que a tua luz
inaugurando o mundo em cada alvorecer
e que nunca me encontres cego ou vencido.

(Manoel de Andrade)
Extraído do livro “CANTARES”, publicado por ESCRITURAS.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

As dez mais antigas cidades do Brasil

Desde que os portugueses desembarcaram oficialmente no Brasil em 1500, os povoados só foram  à cidades (na época vilas) mais de 30 anos depois, sendo a primeira São Vicente, fundada em 22 de janeiro de 1532 por Martim Afonso de Sousa à mando do rei português João III.

Com a fundação da cidade, a cultura de cana-de-açúcar e de engenhos tornou-se a economia básica do Brasil, aliado a mineração no córrego dos rios e comércio de africanos escravizados. Apenas com a fundação de Salvador em 1549 como uma capital e base militar, houve uma maior povoação do litoral brasileiro.

Há uma disputa entre as prefeituras de Cananéia e São Vicente pelo título de cidade mais antiga do Brasil. Porém, essa disputa é baseada em uma confusão entre os conceitos de vila (cidade) e povoado (assentamentos). Cananéia foi provavelmente o primeiro povoado do Brasil mas não a primeira cidade.

O irmão de Martim Afonso, Pero Lopes de Sousa, acompanhou uma expedição em 12 de agosto de 1531 para a “ilha de Cananea" - essa expedição é muitas vezes citada como o marco fundador da cidade, mas oficialmente sua elevação de povoado para vila ocorreu apenas em 1532 e não há registros que tenha sido em 1531.

O sul de São Paulo, atual Vale do Ribeira já era habitado desde 1502 por portugueses, espanhóis e milhares de indígenas. A região foi vistada pelo geógrafo Américo Vespúcio no mesmo ano. Além de batizar o continente com seu nome, Vespúcio foi o primeiro a demonstrar que o Brasil não era uma parte da Ásia, mas sim um novo continente ao contrário do que pensava Cristóvão Colombo.

A colonização portuguesa nas Américas no geral ocorreu em um ritmo mais lento que a espanhola. Quando São Vicente foi fundada em 1532, a Espanha já tinha fundado 41 cidades desde o Caribe até os Andes, começando em 1493 com La Isabela na República Dominicana.

As condições financeiras de Portugal e a dificuldade de financiar expedições atrasou o povoamento do Brasil muitas décadas. Enquanto os espanhóis encontraram e apoderavam-se de expressivas toneladas de ouro acumuladas pelos astecas em 1519 ou dos incas em 1532, os portugueses não encontraram nenhuma riqueza semelhante na época.

Obs: as fotos dos prédios religiosos na imagem não correspondem a data em que as cidades foram fundadas.

 Fonte: https://www.facebook.com/1556107611352119/posts/2390781664551372/

  1. Fontes: https://bit.ly/2YlGkeZ e https://glo.bo/3ld2VnY

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Adesão de Caxias à Independência do Brasil.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição e São José
Igreja de Nossa Senhora da Conceição e São José - Matriz Católica caxiense.

Por Wybson Carvalho*

Neste sábado, 1º de Agosto, Caxias completará 197 anos de adesão à Independência do Brasil.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição e São José - Matriz Católica caxiense –; local no qual foi assinada Ata de Rendição dos Portugueses à Independência do Brasil.

Imagem atual da Nossa Senhora da Conceição e São José, Caxias-MA.

Proclamada a Independência do Brasil, no dia 07.09.1822, em nossa pátria não reinou a calma. Na Bahia e Maranhão, as lutas contra a nossa Independência foram mais sangrentas. O Maranhão só vem aderir à causa da nossa Independência, em 28 de julho de 1823, e Caxias é o último foco de resistência. Segundo o historiador caxiense, César Augusto Marques, a Vila de Caxias aderiu à causa da Independência da seguinte forma: A junta provisória do governo do Ceará, desejando favorecer as intenções dos habitantes do Piauí, que ambicionavam a sua independência, deliberou expedicionar para essa província o governador das Armas, José Pereira Filgueiras, e Tristão Gonçalves Pereira Alencar Araripe, para que promovesse o bom êxito do tal projeto.  Pondo-se em marcha os expedicionários a 30 de março de 1823, recebeu o dito governador a carta imperial, de 16 de abril do mesmo ano, autorizando-o a reunir toda a força para proclamar a Independência do Maranhão. Apresentou-se a junta aos redores da Vila de Caxias com perto de 6000 homens, e, depois de longas fadigas e privações, no dia 31 de julho do dito ano celebrou-se uma honrosa convenção em sessão extraordinária da Câmara Municipal, reunida na então capela de Nossa Senhora dos Remédios, tendo a ela comparecida: o clero, a nobreza, o povo, e os sitiantes comandados; entre outros, pelo major Salvador Cardoso de Oliveira e João da Costa Alecrim e os sitiados sob o comando do major português João José da Cunha Fidié.

 No dia seguinte: 1º de agosto/1823, as tropas independentes entraram em Caxias e, no dia 06 daquele mês, procedeu-se a eleição para vereadores tendo sido eleitos: Francisco Henrique Wilk, capitão Clemente José da Costa, José Isidoro Viana, Francisco Joaquim de Carvalho, João Ribeiro de Vasconcelos Pessoa e José Maria César Brandão. Na realidade, a bravura do povo caxiense foi, é, e sempre será uma característica marcante nas conquistas de uma cidadania livre e soberana. Em verdade, no ano de 1822, quando ocorreu, simbolicamente, o “Grito da Independência do Brasil”, a Vila de Caxias era habitada, predominantemente, por uma população lusitana. A classe hegemônica constituída de portugueses exercia a dominação ao comércio, à igreja e à educação no lugar. E, portanto, assim, não queria contrariar os interesses da Coroa de Portugal à qual tínhamos o jugo de subordinação política.

 Mas, somente quase um ano depois, precisamente, em 1º de agosto de 1823, o povo caxiense livrou-se do domínio português e a aderiu à Independência para se tornar soberano e patriota, também, à cidadania brasileira. A Vila de Caxias tornava-se, também, livre do cunho de estado colonial e se constituía em um próspero centro comercial e soberano da nova Província do Maranhão.

FOTO: WYBSON CARVALHO (Poeta e escritor)
FOTO: WYBSON CARVALHO
(Poeta e escritor)
___________________

* Wybson Carvalho - Poeta e escritor - nasceu na cidade de Caxias do Maranhão, no dia 30 de junho de 1958. Funcionário público municipal em sua terra nas áreas da imprensa e cultura. Comunicólogo, com habilitação em Relações Públicas pela Universidade de Pernambuco e é jornalista colaborador em diversos periódicos regionais. Poeta com vários livros publicados, dentre os quais: Neófitos da Terra, Eu Algum, Iguaria Real, Eu Algum na Iguaria Real, Inferno Existencial, Ambiência da Alma, Personagem, Poesia Reunida (Coletânea – poemas) e Necrópolis.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Condolências à Família Carvalhêdo

Por Creomildo Cavalhedo Leite*
Patriarca José Carvalhêdo de Melo (nona geração da Família Carvalhedo no Brasil)
Brasão da Família Carvalhêdo

Família 
Carvalhedo 

Shalom...
"Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos."
Salmos 116:15
    
Partiu para a eternidade o valoroso guerreiro e Patriarca José Carvalhêdo de Melo (Nona Geração da Família Carvalhedo no Brasil), nascido no antigo Povoado Curador, então município de Barra do Corda - MA, em 19 de março de 1930, 

Filho de: 

* Antonio de Sousa Carvalhêdo casado com  
* Enedina Melo de Albuquerque Carvalhêdo.

Neto de:

* Antonio de Souza Carvalhêdo casado em 1ª Núpcias com
* Joana Chaves de Araújo.

Bisneto do: 

* Major Antonio de Souza Carvalhêdo casado com 
* Luzia Carvalhêdo.

O Patriarca José Carvalhêdo de Melo, casou com Adália Araújo de Melo e tiveram os seguintes filhos, todos nascidos em Presidente Dutra:

* Raimundo Nonato Araújo de Melo;

* Lenice Maria Araújo de Melo;

* Miguel Araújo de Melo;

* Silvio Araujo de Melo - * 15/08/1959 + 24/12/2011;

* José Jarbas de Araújo Melo;

* Humberto Araújo de Melo.
Apontamento de um ramo genealógico dos Carvalhêdo.

Expresso neste texto, que tive a oportunidade e o privilégio de visitar e conhecer o Ilustre cidadão José Carvalhêdo de Melo (Tio Zezinho), na Chácara Ipueiras, cujo nome da Chácara, fez-me recordar rapidamente de um outro Patriarca da Família, no passado mais distante, refiro ao Capitão-Mor José de Araújo Chaves, das "Ipueiras", casado com Luzia de Mattos Vasconcelos, residentes na "Serra dos Côcos", Província do Ceará, o qual era o filho primogênito do português Antonio de Souza Carvalhedo (*1680) casado com Nazária Ferreira Chaves (*1685), filha do português Coronel Manoel Martins Chaves, proprietário do engenho na paragem Capela do Buraco, depois conhecido como Porto da Folha, em Penedo das Alagoas, quando ainda era Capitania de Pernambuco. 
José Carvalhêdo de Melo (Tio Zezinho) e o pesquisador genealógico da Família, Creomildo Cavalhedo Leite.
Na segunda-feira dia: 7 de Outubro de 2019, pude realizar este encontro, o qual, foi um encontro de gerações da família Carvalhêdo no Brasil, foi uma visita rápida, por cerca de quatro horas de alegria, nas quais pude conhecer e registrar várias histórias relatadas pelo patriarca José Carvalhêdo de Melo, cito uma que ele resgatou do fundo da sua memória, e deixo aqui exarada como testemunho histórico.

"Quando criança certa vez ouviu de forma detalhada a história da famosa "Lagoa da Mata", relatada por Manoel de Souza Carvalhêdo, irmão mais velho de Antonio de Souza Carvalhêdo seu genitor, que, "A Lagoa da Mata", tinha cerca de trinta hectares de extensão, era a na verdade a Lagoa da Jacoca, que outrora no final do século XIX, ficava nas proximidades da povoação do Curador, margeado pelo Riacho do mesmo nome e pelo Riacho Preguiça tributário do Rio das Flores que, deságua no Rio Mearim".

Ao finalizar a entrevista almoçamos na companhia desta maravilhosa Família Carvalhêdo, fizemos vários registros fotográficos, imagens e de áudio com autorização e companhia do Srº José Jarbas de Araújo Melo, com objetivo de documentar e escrever sobre os mais de Trezentos Anos de História da Família Carvalhêdo no Brasil.
Creomildo Cavalhedo Leite, José Carvalhêdo de Melo (Tio Zezinho) e seu filhoJosé Jarbas de Araújo Melo, vereador do município de Presidente Dutra-MA.
Creomildo Cavalhedo LeiteLenice Maria Araújo de Melo, José Carvalhêdo de Melo (Tio Zezinho), José Jarbas de Araújo Melo,e a jovem advogada Sílvia Alves Rodrigues de Melo, é neta do patriarca. Chácara Ipueiras, nas imediações da cidade de Presidente Dutra-MA, 07/10/2019. 

Finalizo esta crônica histórica, elevando uma Oração ao Deus da minha vida, para que seja confortado e consolado o coração de todos os queridos Familiares, conforme o Salmista nos ensinou:
"Contudo, o Senhor mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida". (Salmos 42:8).
Um abraço fraterno e solidário neste momento de dor e reflexão.

Creomildo Cavalhedo Leite.

Faço parte da: Décima Geração da Família Carvalhêdo no Brasil.

Creomildo Cavalhedo Leite.
Palmas-TO, 18 de junho de 2020.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

VENTOS DE JUNHO

VENTOS DE JUNHO

Os ventos se desviam da muralha
Irrompem o meu cárcere.

Indomáveis, adentram sem paciência...

Abraçam, apertam, afagam...
Meu corpo febril em transe
Que na varanda desfalece.

Cai preso às extremidades de macios grilhões...

Apressam freneticamente o ritmo,
Em movimento pendular,
A minha cápsula do tempo
Para instantaneamente reencontrar...
Os ventos de outros junhos...


De quando sentado à porteira
Assistia o movimento ondulante
Do milharal verde-escuro
Sob o sol a pino, escaldante...
Ressoando o resvalar das palhas,
Em contraste, o céu azul-anil.

No horizonte, um grito, muitos ecos...

Ouço-os, resignadamente,
Do mirante de minhas infantas lembranças.

(Jean Carlos Gonçalves)

domingo, 10 de maio de 2020

MÃE!!!

MÃE!
Sua face,
seus cabelos,
carregam as marcas,
das intempéries do tempo,
reminiscências de dantescas,
memoráveis, épicas batalhas,
que de mãos limpas travou.

Dilemas, triunfos, dissabores...
que o tempo não apagou.
Mas que a sucessão dos dias,
das estações flouridas,
tornou-os mais constantes
e mesmo nas encruzilhadas...
tornaram-se mais definidos,
pela certeza de sua insurgência,
pelo evidente enfrentamento.

No front, a Amazonas da Ternura,
Firmeza, Destreza e Abnegação
Altiva mira obstáculos
Cavalga, canta alegre Coração.
Em meio a luta,
ouve uma só voz,
o filho em perigo,
gritando: MÃE!

Jean Carlos Gonçalves.
10/05/2020.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Parabéns, Barra do Corda!

Parabéns Barra do Corda!

Do alto dos teus 185 anos de muitas histórias escritas pelos heróis, hoje anônimos e esquecidos na memória de muitos dos teus amados filhos.

Rio das Cordas...

Recordo rapidamente da primeira menção registrada nas páginas do Livro do Tempo, ocorrida em 1749 e posteriormente registrada em lindo mapa publicado em 1761, um feito para a posteridade e outro momento valioso de uma carta endereçada a Rainha de Portugal, nos idos de 1784, onde está registrado o nome Barra do Rio das Cordas, onde é sugerido a edificação de um forte para o fortalecimento e defesa dos teus primeiros Povoadores...

Sim, Princesa e Pérola do Sertão, tu tens muitas páginas de histórias repletas de brava e arduas batalhas empreendidas por aqueles que, já partiram e adentraram os Portais da Eternidade, todavia, deixaram seu legado e suas sementes na forquilha do Rio das Cordas.

Parabéns aos teus filhos, hoje residentes, que darão continuidade na projeção da tua epopéia, no decorrer de outras datas festivas da tua data natalícia de imersão entre os Povos do Brasil do Mundo.

Palmas - Tocantins,

03 de maio de 2020

Creomildo Carvalhedo Leite
Creomildo Carvalhedo Leite

quinta-feira, 30 de abril de 2020

LUZ DA VIDA

LUZ DA VIDA
Surge majestoso no horizonte
Garboso, altivo e imponente
Descortina o palco da vida
Agora, brilhante e incandescente
Afugenta a escuridão da alma
Deixa a minha seara, 
Flourida e reluzente.
...............................................................
Jean Carlos Goncalves.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

MEU SILÊNCIO


MEU SILÊNCIO
O silêncio é o combustível para manter resistente os que não acreditam mais em sua própria capacidade para dialogar com este mundo de simulacros.

(Jean Carlos Gonçalves)


segunda-feira, 13 de abril de 2020

ALTERIDADE

Por Francisco Porfírio*

A alteridade é o reconhecimento de que existem pessoas e culturas singulares e subjetivas que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras. Reconhecer a alteridade é o primeiro passo para a formação de uma sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante, onde todas e todos possam expressar-se, desde que respeitem também a alteridade alheia.


Significado de alteridade

O dicionário Aurélio traz a seguinte definição de alteridade:

“al.te.ri.da.de - (francês alterité) - substantivo feminino - 1. Qualidade do que é outro ou do que é diferente. - 2. [Filosofia]. Caráter diferente, metafisicamente.”|1|

A palavra alteridade advém do vocábulo latino alteritas, que significa ser o outro, portanto, designa o exercício de colocar-se no lugar do outro, de perceber o outro como uma pessoa singular e subjetiva.
A alteridade é o reconhecimento e o respeito das diferenças entre as pessoas.
A alteridade é o reconhecimento da diferença, tanto no significado linguístico comum quanto no significado filosófico, pois a alteridade é o que é, por essência e definição, diferente. Segundo Nicola Abbagnano, lexicólogo que publicou um imenso dicionário de termos filosóficos, alteridade significa “ser outro, colocar-se ou constituir-se como outro”|2|.

Alteridade na psicologia

O significado de alteridade para a psicologia não se encontra afastado dos significados filosófico e comum do termo, com a exceção de que os psicólogos serviram-se muito dos estudos antropológicos para incrementar um significado no termo que remete à cultura. O ato de enxergar o outro como um ser singular implica reconhecer que o outro é diferente de você. O reconhecimento da diferença individual é o primeiro passo para o exercício do respeito e da tolerância, pois se você quer que a sua individualidade seja respeitada, é necessário que, antes, você respeite a individualidade do outro.

Segundo o Dicionário de psicologia, alteridade é o “conceito que o indivíduo tem segundo o qual os outros seres são distintos dele. Contrário a ego”|3|. Enquanto o ego é a instância individual, a alteridade leva-nos ao reconhecimento do coletivo.

Nesse sentido, é a alteridade que pode garantir a coesão social, por exemplo. Também é a alteridade e seu reconhecimento a chave para evitar o etnocentrismo, a exploração de outros povos e a escravidão. Pensando com a antropologia, alteridade é o meio pelo qual é possível enxergar nas outras culturas as suas especificidades, evitando o prejulgamento.

Alteridade e etnocentrismo

antropologia originou-se como uma ciência fortemente etnocêntrica. Edward Burnett Tylor e Herbert Spencer, os primeiros antropólogos ingleses, propuseram uma teoria, que chamaram de classificação das raças, extremamente racista e etnocêntrica.

Para os pensadores, havia uma hierarquia das raças que se atestava pela cultura: quanto mais claras as pessoas, mais desenvolvida a cultura, ao passo que as sociedades formadas por pessoas de peles mais escuras tendiam a desenvolver culturas inferiores. Ora, essa visão racista e etnocêntrica, que vinculou o antigo conceito de raça à cultura, vai ao extremo oposto do que diz o significado de alteridade.
Franz Boas foi um importante nome para o estudo das sociedades e etnias periféricas, de acordo com o eurocentrismo.
Somente o geógrafo e antropólogo alemão, radicado nos Estados Unidos, Franz Boas conseguiu enxergar a necessidade de desvincular “raça” de cultura. Para o pensador, entender uma sociedade significava entrar nela, aprender a sua língua, conviver com seus nativos e, sobretudo, deixar de lado os preconceitos e a visão da sua própria cultura. Caso contrário, o efeito esperado poderia ser o de olhar para a cultura diferente da sua como sendo inferior.

Outro importante antropólogo do século XX, o polonês Bronislaw Malinowski defendeu que a imersão na cultura deve ser total e completa e que o antropólogo deve passar muito tempo na sociedade em questão para de fato compreendê-la.

Esse exercício, enunciado pela primeira vez por Boas e colocado como método por Malinowski, foi bem descrito no livro Argonautas do Pacífico Sul. Interpretando a obra de Malinowski, podemos dizer que a alteridade é uma peça fundamental ao antropólogo, pois sem ela o estudioso cai na armadilha do etnocentrismo.

Alteridade e empatia

É comum o pensamento de que alteridade e empatia são sinônimos, porém são termos diferentes. Enquanto a empatia refere-se à capacidade de colocar-se no lugar do outro, sentir a dor do outro de maneira imaginária ou por analogia, a alteridade é a capacidade de reconhecer que o outro é daquele jeito porque ele é, essencialmente, diferente de você. Além do reconhecimento da diferença, a alteridade propõe um respeito ético ao outro como ser singular. É na alteridade que surge a tolerância.
Reconhecer a dor do outro e respeitá-lo é um duplo exercício de empatia e alteridade.

Exemplos de alteridade

Segundo o sociólogo polonês contemporâneo Zygmunt Bauman, o mundo está cada vez mais fragmentado. A tendência atual é a do individualismo, um estilo de vida que leva ao egoísmo. Nesse sentido, a alteridade encaixa-se em momentos de coletividade, dando lugar à tolerância. Vejamos alguns exemplos de alteridade:

Imagine que imigrantes e refugiados comecem a entrar em seu país, passando a habitar a sua cidade. Exercer a alteridade, nesse caso, é reconhecer que aquelas pessoas sofreram e que elas saíram de suas terras natais porque foram obrigadas ou porque queriam levar uma vida digna. Exercer a alteridade, nesse caso, é acolher e oferecer o apoio possível a elas.
Imagine que você seja praticante de uma religião cristã, de vertente católica. No mundo existem cristãos protestantes, cristãos espíritas, muçulmanos, hindus, candomblecistas etc. A alteridade reside, nesse exemplo, no fato de que você deve reconhecer a história e a individualidade de cada pessoa e respeitar a escolha religiosa dela sem prejulgá-la.
Notas:
|1| HOLANDA, Aurélio B. Dicionário da Língua Portuguesa. 6. ed. Curitiba: Positivo, 2004.
|2| ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 35.
|3| Dicionário de Psicologia. São Paulo: Itamaraty, v.5, 1973., p. 75

____________________
Por Francisco Porfírio*
Professor de Sociologia

PORFíRIO, Francisco. "Alteridade"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/conceito-alteridade.htm. Acesso em 13 de abril de 2020.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Os conceitos de Globalização, Mundialização e Internacionalização

Os conceitos de Globalização, Mundialização e Internacionalização 


Globalização
A globalização é um dos principais temas abordados pela Geografia. O conceito passou a ser utilizado no início dos anos 80, momento em que a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações, porém há quem conteste essa data e defenda que a globalização começou mais tarde, somente com a queda das barreiras comerciais.
A globalização é um fenômeno do modelo econômico capitalista, e pode ser definida como o processo que abrange aspectos políticos, econômicos e sociais, acarretando maior integração e intensificação entre os países e as pessoas. Ela está presente nas nossas rotinas e exerce grande influência em diversos aspectos do nosso cotidiano. Ou seja, ela diz respeito a como os países interagem e aproximam pessoas, e, ao mesmo tempo, interligam-se ao mundo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam informações, realizam transações financeiras e comerciais, e designam muitas coisas ao mesmo tempo.

Vale destacar que a globalização é visível em diferentes escalas e possui consequências variáveis de acordo com cada país, na qual os países mais ricos são os mais beneficiados por esse processo. Assim, as principais beneficiadas pelo processo de globalização são as empresas transnacionais, visto que essas continuam tendo suas matrizes em seus países de origem e abrem filiais nos países em desenvolvimento. Essas ações fazem com que elas expandam seu mercado consumidor, além disso, obtêm mão de obra e matéria-prima baratas, e utilizam-se também de outros benefícios, como por exemplo as isenções de impostos, fatores esses que intensificam ainda mais o lucro alcançado por essas empresas no decorrer dos anos.

Se por um lado o processo de globalização possui muitas vantagens, como o desenvolvimento tecnológico que torna mais fácil a vida das pessoas, de outro, também nos apresenta uma série de consequências, como a concentração da maior parte do dinheiro nos países desenvolvidos, pois esses passam a produzir lucros exorbitantes, que gera uma brutal concentração da riqueza, de forma que os países em desenvolvimento não conseguem acompanhar os avanços da tecnologia dos países desenvolvidos, refletindo esse quesito diretamente em sua economia.
Pode-se concluir que a globalização constitui o estágio máximo da internacionalização, da amplificação do sistema-mundo de todos os lugares e em todos os seres humanos, com mais ou menos intensidade.

Mundialização

O conceito de mundialização é muito utilizado como sinônimo do conceito de globalização, porém, apesar de seus eixos de conexão, não podemos entender esses dois processos como iguais. Dreifuss (1996), Ortiz (1994) e inúmeros outros estudiosos diferenciam o conceito de mundialização de globalização, pois se referem a ele como um processo que envolve a esfera cultural, sendo marcantes nesse conceito os fatores associados aos modos de vida. Assim, ao tratarmos do conceito de mundialização, estamos falando sobre a incorporação e assimilação de hábitos e costumes de outros lugares do mundo, que acarretam mudanças em nosso modo de vida.

Deste modo, enquanto a globalização enfatiza os processos de natureza econômica e tecnológica, na mundialização, o que se sobressai são os processos culturais. Entretanto, os processos econômicos e tecnológicos também se fazem presentes na mundialização, ou seja, incorpora-se tanto esse fenômeno de nossa sociedade global, quanto um universo mais simbólico atrelado ao cultural que se reproduzem em escalas variadas de acordo com cada sociedade.
Por isso temos a tendência em detectar a mundialização por meio de seus sinais exteriores. McDonald’s, Coca-Cola, cosméticos Revlon, calças jeans, televisores e toca-discos são sua expressão. Nos pontos mais distantes, Nova York, Paris, Zona Franca de Manaus, na Ásia ou na América Latina nos deparamos com nomes conhecidos (…). Qual o significado disso? Que a mundialização não se sustenta apenas no avanço tecnológico. Há um universo habitado por objetos compartilhados em grande escala. São eles que constituem nossa paisagem, mobiliando nosso meio ambiente. As corporações transnacionais, com seus produtos mundializados e suas marcas facilmente identificáveis, balizam o espaço mundial. (ORTIZ, 2000, p. 107).

Internacionalização 

A internacionalização é um conceito aplicável em várias áreas, devendo ser compreendido como as trocas econômicas, políticas, culturais, e também as reações decorrentes dessas, que são realizadas entre diferentes nações de todo o mundo. Para Harris e Wheeler (2005), a internacionalização é o processo de comercialização dos produtos ou serviços de uma empresa, fora do seu mercado local ou de sua origem, ou seja, voltada ao mercado externo. De acordo com HAESBAERT e LIMONAD (2007), a internacionalização corresponde às trocas econômicas, porém, essas carregam em si aspectos políticos e culturais, que atuam como ampliadores das fronteiras nacionais. 
O Brasil tem desenvolvido uma série de processos que resultam nessas relações de internacionalização, principalmente no que diz respeito a atuação de empresas no exterior e também da internacionalização de setores da educação, especialmente no ensino superior. 

Anteriormente, para uma empresa se internacionalizar ela dependia de uma série de procedimentos, tais como: de exportação ocasional; de exportação por intermédio de um agente; de exportação por intermédio de uma filial comercial; e de implantação produtiva que substitua parcial ou totalmente o fluxo de exportação. Hoje em dia a internacionalização já abrange uma rede de acordos inter empresariais que sobressaem as fronteiras políticas, e suprimem as fronteiras econômicas nacionais. Entretanto, é necessário atentarmos para a distinção de internacionalização, do conceito de comércio internacional, pois esse se refere exclusivamente a importações e exportações, sendo a internacionalização um processo muito mais amplo e complexo.

As diferenças e as características predominantes dos conceitos

Os termos globalização, mundialização e internacionalização são utilizados muitas vezes de formas indistintas. No entanto, alguns estudiosos da área preferem utilizar o termo globalização quando abordam processos econômicos e tecnológicos, e utilizar a terminologia de mundialização para se referir aos processos de ordem cultural (HAESBAERT; LIMONAD, 2007).
Deste modo, a globalização é a demonstração da sociedade do ponto de vista mundial, é o crescimento da independência de todos os povos e a junção de todos os países, como se estivéssemos interligados e sobrepostos às fronteiras existentes anteriormente a esse processo.
Globalização é a maneira como a sociedade atual, etiquetada de "aldeia global" (IANNI, 1990), está condicionada pelo poder econômico. Ou seja, é uma certa fase da mundialização mas com uma certa especificidade e que se caracteriza pelo reforço da ideologia neoliberal, pelo aumento do capital fictício até níveis nunca anteriormente atingidos, num contexto de articulação e mundialização acelerada dos mercados financeiros e pela adoção de políticas econômicas, nacionais e internacionais, que reforçam o papel das multinacionais (HALL, 1990) (TIISEL, 2018, p. 04).
Isto posto, ela está centrada no poder econômico com forte influência da política econômica neoliberal, e descentralizada territorialmente no que se refere a produção e administração de uma empresa. Ou seja, a globalização não é somente o novo dogma dos economistas, mas deve ser caracterizada como uma nova racionalidade das instituições internacionais e multilaterais dos países. 

Desta maneira, pode-se concluir que a globalização é o resultado de significativas alterações estruturais do processo de internacionalização. Simplificadamente, a mundialização pode ser compreendida como o resultado da multiplicação e da intensificação das relações que se estabelecem entre os agentes econômicos situados nos mais diferentes pontos do espaço mundial. Ou seja, a globalização não deve ser entendida como um processo antigo, mas sim como uma nova fase do sistema capitalista, em que a mundialização aparece com a característica principal da globalização, que salvo as características estruturais (qualitativas e quantitativas), na pior das hipóteses, poderia ser utilizada como sinônimo de globalização. 

Assim, a mundialização que é uma troca cultural de informações e conhecimentos entre sociedades, passa a aparecer em diversas análises como uma mudança qualitativa no quadro dos processos de internacionalização anteriores a ela. Abaixo, elencamos algumas características que merecem destaque no que se refere à globalização.

Características da Globalização 

● Integração social, econômica e política;
● Conexão às localidades distantes;
● Impulsionamento do comércio mundial com movimentação de capital,
● União de mercado mundial (relações comerciais e financeiras);
● Fortalecimento das relações internacionais;
● Intensificação da produção e do consumo de bens e serviços;
● Avanço tecnológico nos meios de comunicação e nos transportes;
● Instantaneidade e velocidade das informações (por exemplo, via Internet);
● Aumento da concorrência econômica e do nível de competição;
● Eliminação das fronteiras comerciais;
● Ampliação do uso de máquinas na execução de tarefas;
● Crescimento da economia informal;
● Valorização de mão de obra qualificada;
● Maior privatização de empresas estatais.

Desdobramentos na atualidade

A distinção dos conceitos através de exemplos da atualidade - 


Exemplos de Globalização 

● A empresa não se limita a um único país, seja no processo de venda ou de produção. Uma indústria pode fabricar o mesmo modelo de automóvel em montadoras que estão localizadas em diferentes países, e depois vendê-los a outros países; 
● A integração de pessoas do mundo inteiro que conseguem se relacionar de forma direta, independente da distância que exista entre elas, através das tecnologias de informação e comunicação; 
● As doações que podem ser realizadas pela Internet ou telefone, em qualquer parte do mundo, como as que são feitas para ajudas humanitárias, também retratam o conceito de globalização.


Exemplos de Mundialização 

● A utilização do jeans no mundo inteiro. Mesmo sendo um tecido quente, o jeans virou um modo de vida, de estilo e até de necessidade do padrão de se vestir, passando a ser um grande exemplo de mundialização;
● As redes de fast-food que comercializam comidas consideradas típicas de outros países, como hambúrgueres e comidas orientais;
● A realização de festas tradicionais de outros países, como o típico Halloween;
● A incorporação de hábitos específicos de leituras, como os mangás. 


Exemplos de Internacionalização 


● Comercialização de produtos e serviços por empresas no mercado externo via exportação, e também abertura de filiais em outros países;

● No âmbito do ensino, podemos citar as Universidades e suas práticas recorrentes de intercâmbio; a aceitação de dupla titulação, ou seja, o reconhecimento de uma formação acadêmica que foi realizada no país de origem juntamente com outro país; parceria com Universidades estrangeiras para realização de projetos e também outras relações que envolvem dois ou mais países;
● A internacionalização também acontece nas escolas particulares de ensino fundamental e médio através do ensino bilíngue; e também através do programa High School, em que o aluno realiza uma parte ou todo o ensino médio no exterior em uma instituição conveniada.


Materiais Relacionados:

· FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. Aula sobre Globalização. Brasil Escola. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/aula-sobre-globalizacao.htm. Acesso em: 10 jan. 2020.

· FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. O que é Globalização. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-que-globalizacao.htm. Acesso em: 10 jan. 2020.

· FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. Globalização. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm. Acesso em: 10 jan. 2020.

· BEZERRA, Juliana. Globalização. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/globalizacao/. Acesso em: 10 jan. 2020.

· CARDOSO, Marcelo. Mundialização. Disponível em: http://www.trabalhosescolares.net/mundializacao/. Acesso em: 10 jan. 2020.

· TEIXEIRA, Juliane Marise Barbosa. et al. Mundialização versus Globalização: a economia baseada no conhecimento como condutor da inovação. Anais do IV SINGEP – São Paulo – SP – Brasil. 2015. Disponível em: https://singep.org.br/4singep/resultado/436.pdf. Acesso em: 10 jan. 2020.

· TIISEL, Fernanda Leopoldina Dutra Brandani. Mundialização da economia: impactos no consumo e na valoração do trabalho humano. 2018. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/arquivos/2018/4/art20180419-01.pdf. Acesso em: 11 jan. 2020.

· A globalização do mundo actual. Globalização x Mundialização. 2007. Disponível em: http://aglobalizacaoeomundoactual.blogspot.com/2007/05/globalizao-x-mundializao.html. Acesso em: 11 jan. 2020.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Impotente refém

Impotente refém  

Queria ser senhor do tempo!
Ter tempo!
Dar tempo!
Compartilhar tempo!
Esperar, programar...
Oportunizar tempo! 
A quem não tem 
A quem julga não ter 
A quem imputa seu padecer 
A quem generosamente... 
Dedica seu tempo 
E faz de mim o movimento... 
Do pêndulo contínuo... 
Que contou meu tempo... 
De menino... 
E de mim forjou... 
A caricatura imperfeita 
Que a única certeza é:
Ser impotente refém do tempo!!!

(Jean Carlos Gonçalves)

sábado, 28 de março de 2020

Um lampejo de memória

Por Jean Carlos Gonçalves.
Elenco do Atalanta de Tuntum, na temporada 1999.

     Em pé (da esquerda para a direita): Técnico Baiano. Jogadores: Lydyogley, Jean Carlos, Zé Nildo, Fabinho, Valdenes, Maurício, Toinho, Zoni e Rivaldo. Agachados: Manelinho, Francisco, Cleones, Geofran, Edmilson, Silvinho e Remi.

     Um álbum empoeirado na estante, começo a folhear as páginas me deparo com uma velha fotografia, por um instante me desprendo do presente, viajo no tempo... O ano é 99, precisamente a 28 de março de 1999. É dia de final do campeonato municipal relativo ao certame de 1998. Aos 14 minutos do primeiro tempo a explosão nas arquibancadas do velho estádio, lotado em sua capacidade. Ah! Velho cenário, de tantas glórias... Nunca havia marcado naquela arena. Aconteceu justamente, no dia em que a alegria seria momentânea, pois perderíamos o jogo de virada pelo placar de 2x1, para o arqui-rival São Raimundo.

      A fotografia acima retrata o elenco do Atalanta Futebol Clube na partida da semi-final entre Atalanta e Vila Nova (4x1 em favor do primeiro) no domingo que antecedeu a grande final, acima destacada. O aludido elenco participou dos campeonatos de 1998 e 1999. Maior parte desses jogadores formou a base do time do campeonato de 2000. Além dos jogadores que aparecem na imagem, também fazia parte do grupo o talentoso meia Alexandre do Bacabal que estava suspenso para essa partida e o Chiquinho, que se encontrava lesionado.

       Continuo a buscar nos arquivos de minha memória, as cenas, os personagens, protagonistas e coadjuvantes, destaques e anônimos daqueles tempos áureos de nosso majestoso futebol. Fico rememorando os momentos de fulgor, reflexos de pura alegria que de forma tão marcante e que exercia tamanho poder de influência em nossos comportamentos, sociabilidades, no cotidiano. Mesmo com os antagonismos, as rivalidades entre as grandes agremiações locais, que por vezes deixavam os ânimos acirrados... Como éramos felizes e só nos damos conta disso agora.

    De repente, embora envolto na minha memória, retorno ao presente e começo a comparar o que se tinha e o que se tem com relação ao futebol local, percebendo que existem muito mais diferenças do que semelhanças. Fico pensando, refletindo, dividido entre a nostalgia do passado e a lamentável situação de hoje.

       Isso fica evidente, na crise, ou mesmo, perda de identidade que passa o nosso futebol (para ser generoso, pois os adjetivos adequados seriam outros menos afáveis) e a para falar de falta de ações efetivas para resgatar o brilho, a magia, o fascínio de uma das manifestações culturais de nossa terra.

       A crise atual não encontra resistência concreta. Isso é fato. Mas o que poderia ser feito diante do descaso, da desorganização e da descredibilidade constatada nos últimos campeonatos realizados?

     O segmento governista, motivado por seus interesses, ou o senso comum, cuja visão não-crítica compromete por demais a compreensão da realidade, pode até refutar tal ponto de vista e argumentar se utilizando dos patrocínios da Prefeitura Municipal, das premiações, da construção do novo estádio, dentre outros. Entretanto, que fique claro: As medidas adotadas atualmente são totalmente despidas, da espontaneidade, do encanto daqueles certames realizados no estádio paroquial Dom Adolfo Bossi.

        Ah! O ESTÁDIO DOS PADRES! Que nostalgia!

     Saudade de uma época em que a população desportista, tinha nas tardes de domingo o seu programa favorito. Antigo palco, onde a torcida se maravilhava com as belas jogadas dos nossos craques do passado, Expedito Pé de Ouro, Walber, Celino, Eba, Dejó, e tantos outros. Mas também de figuras folclóricas como Osano Saraiva, Inácio, Lourdes (a mão do jogador Fiúsa), pessoas cuja irreverência perdeu a originalidade, o sentido, que abrilhantava as arquibancadas ou seu “lugarzinho sagrado” atrás da trave da entrada e hoje sobrevive apenas em nossos lampejos de memória, talvez a única forma de resistência ante a falta e/ou ineficiência de eventos esportivos, que quando realizados, são exclusivamente utilizados como mecanismo ideológico, de cunho propagandístico, pelo governo local, e, aliás, nem pra tal fim, tem alcançado êxito.

       Cabe enfatizar: a “política futebolística implementada” é um desrespeito para com a população desportista, com a tradição do melhor futebol da região central do Maranhão. Competições sem graça, sem empolgação. Um estádio novo, cujo projeto foi executado de forma duvidosa, desprovido de drenagem, que não resiste a qualquer chuva mais demorada.

    Portanto, que fique registrado nossa indignação, e se no momento nós insatisfeitos com a organização do futebol tuntuense não reunimos condições para oferecer uma alternativa ao modelo atual, utilizemos então, pelo menos, a memória para criticar, refletir e analisar a condição atual, a nossa realidade. 
        Afinal, eis aí o grande papel da história.