Pesquisar este blog

terça-feira, 9 de julho de 2019

ESCRAVIDÃO


ESCRAVIDÃO 
Meus amigos do Bandeirante
Ouçam-me com atenção
Nesta poesia vou contar
Sobre a escravidão

A escravidão é diferente de tudo
Extremo sofrimento
Criança, mulher, homem, negro
Vivem em tormento

Quando chegaram na fazenda
Começam-lhe logo a maltratar
Jogando-os na senzala
Com fins a explorar

Ambição tem os senhores
Que só querem o dinheiro
Tirando o sonho de inocentes
Onde poderia existir, o tão sonhado respeito

Então minha gente
Agora pra terminar
Deixo-lhes a recomendação
Defenda o trabalhador
Disque 100 com determinação
Ajude a resgatar a dignidade
Para um sofrido cidadão.

(Hugo Leonardo Andrade Araújo Filho)
Hugo Leonardo Andrade Araújo Filho,16 anos, estudante do 1º Ano A, do Centro de Ensino Estado do Maranhão.


segunda-feira, 8 de julho de 2019

ESCRAVIDÃO CORROSIVA

Escravidão Corrosiva

Em uma sociedade desunida
O trabalho forçado habita
Por trás das cortinas
O mal que nos consome tem vida

Em muitos lugares podemos ver
Algo que existe antes de você nascer
Muitos são mantidos em cativeiro
Temos que mudar isso no mundo inteiro

Precisamos nos unir
Para que possamos construir
Um lugar onde a bondade irá fluir

E assim salvar um povo
Que padece pouco a pouco
De um massacre desumano.

(Ezequiel Silva de Oliveira)


Ezequiel Silva de Oliveira, 15 anos, estudante do 1º Ano A, do Centro de Ensino Estado do Maranhão.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

LIBERDADE


Liberdade

Um povo que pede socorro
Do trabalho análogo a escravidão
Do sofrimento constante
Do desespero em seu coração

Se livrar da tal dívida
Que "adquiriu" naquele meio
Voltar pra casa e pra família
Estar livre, seu maior desejo

Quantas pessoas já foram salvas
Por sorte escaparam
Mas não pense que foram todos
Pois muitos ainda por lá ficaram

É preciso abraçar esta causa
Algo importante a ser trabalhado
Que bom seria abolir
Que o melhor possa vir
E que deixe de existir escravos.

(Allana Santos da Silva)

Allana Santos da Silva, 15 anos, estudante do 1º Ano A, do Centro de Ensino Estado do Maranhão, o Bandeirante de Tuntum.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

POESIA - A EXPRESSÃO DA LIBERDADE - SONHO DE LIBERDADE!

A partir de hoje o Blog Ecos de Tuntum irá publicar um série de textos poéticos, que é produto da culminância do projeto POESIA - EXPRESSÃO DA LIBERDADE, executado pela turma do 1°Ano A, do Centro de Ensino Estado do Maranhão, o Bandeirante de Tuntum, sob orientação do Prof° Jean Carlos Gonçalves e da Professora Raimundinha Oliveira. São singelos textos produzidos pelos educandos, mas muito valorosos por se constituírem num instrumento de conscientização, resistência, denúncia e combate contra A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA, além de uma expressão de valorização dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana. Para iniciar o poema da aluna Anna Letícia Lima Léda. 




Sonho de Liberdade

Escravidão, escravidão
Por que isso existe,
Mesmo depois da abolição?

Direitos roubados,
Sonhos terminados,
Como é cruel
O tal de trabalho escravo...

Saem de seu lugar,
Em busca de algo melhor
E se assustam ao se deparar
Com tudo o que há de pior.

É por isso que um dia
Isso tem que acabar
Gritaremos em uma só voz:
Escravidão, nem pensar!

(Anna Letícia Lima Léda)
Anna Letícia Lima Léda, 15 anos, estudante do 1° Ano A do Centro de Ensino Estado do Maranhão, o Bandeirante de Tuntum. 

INAUDÍVEIS

INAUDÍVEIS 
Surdos gritos na noite fria. 
Não encontram eco. 
Apenas zumbis os testemunham, indiferentes. 
Vagantes, ignoram tão desesperadas súplicas, 
De quem, às vésperas, 
Negociou a última lareira.

JCG.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

AÇOITE DO SILÊNCIO


AÇOITE DO SILÊNCIO 
A cidade silencia...
Muda, bestializada, cala.
Ante a formação das almas
Em seu teatro de sombras 
Com atores opacos 
E heróis sádicos. 

JCG.







A partida de um ícone

Por Creomildo Cavalhedo Leite.
Alda Brandes
A Partida de um Ícone.


Professora Alda Lopes Brandes - Uma vida e um grande legado. Guardarei na minha memória as lembranças das histórias, ensinamentos e lições de vida para a vida.

Barra do Corda, perde uma estrela de primeira grandeza, cuja intensidade de calor e luz continuará por muito séculos, há de ser lembrada pelas realizações efetuadas sempre com muita dedicação, desprendimento, garra e determinação em todos os projetos que foram por ela idealizados e/ou participante da execução.

Os pesquisadores da História de Barra do Corda, perdem uma grande referência e uma guardiã do acervo histórico de múltiplas facetas colecionados ao longo da sua existência.

Guardarei com carinho a lembrança da última visita que, aconteceu em 26 de dezembro de 2012, quando de viagem pelo interior do Maranhão, tive a oportunidade e o privilégio de poder ouvi-la por um bom tempo, discorrendo sobre desafios enfrentados, bem como, muitas vitórias e experiências exitosas ao longo de sua jornada de vida em prol da História de Barra do Corda e sua preservação.

Ao concluir aquela visita, recebi das suas mãos cópias de dois Projetos de Leis de Emancipação do Município de Santa Vitória e Jenipapo dos Vieiras, apresentado e defendido pelo então Deputado Estadual Galeno Edgar Brandes na Assembléia Legislativa do Maranhão.

Em Janeiro deste ano, retornei a Barra do Corda, com o intuito de visitá-la, todavia, não foi possível, por estar em viagem, segundo informações, encontrava-se em Caldas Novas a passeio com a filha Aldaléia.

Aos Familiares e Amigos mais próximos deixo meu abraço fraterno e solidário neste momento de tristeza e dor.

Palmas - Tocantins, 2 de Julho de 2019.

Creomildo Cavalhedo Leite.

Raios de memória

Raios de sol que abraçam
A aurora boreal de meu ártico,
Aguça remotas lembranças
Que a noite cobriu de orvalho.

Gotículas que aos poucos vencidas
Descobrem a relva verdejante
Lastro da memória esquecida
Pelo noturno espetáculo,
De confusas vozes.

JCG.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Enéas Carneiro em dois tempos: do “voto cacareco” a um dos heróis da “nova direita”

Fundador do Prona, candidato três vezes à Presidência da República e imortalizado no cenário político-partidário pelo bordão que leva o seu nome, Enéas Carneiro teve sua memória reapropriada em tempos recentes. 

Por Odilon Caldeira Neto

“Sou professor de cardiologia. Registrei no segundo ofício, em Brasília, um documento afirmando que, se não for eleito, não serei candidato a qualquer outro cargo em nenhum escalão do poder. Nunca fui, não sou e nem serei político profissional. Meu nome é Enéas!”.

A estreia de Enéas Ferreira Carneiro (1938-2007) na história política brasileira ocorreu por meio dessa curta frase, pronunciada em escassos 15 segundos, no seu primeiro programa do horário político eleitoral gratuito na disputa à Presidência da República em 1989. Mas depois de três disputas para presidente, ele mudou de ideia: concorreu à prefeitura de São Paulo em 2000 e foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo em 2002.

Enéas-Carneiro
Deputado Enéas Carneiro falando à Comissão da Amazônia, em 2004. Foto: Antônio Cruz/ABr – Agência Brasil
Com discurso nacionalista e autoritário, Enéas Carneiro passou de uma figura anedótica da política brasileira a recordista de votos para deputado federal. Se seu nome tem sido usado como símbolo ou “mito” por alguns grupos de extrema-direita do país, as bandeiras que tais grupos atribuem a ele não são exatamente precisas. Enéas elogiava a filosofia marxista, embora não fosse de esquerda, era contrário ao neoliberalismo e não adotava discursos sobre a suposta ameaça comunista no Brasil, por exemplo.

Então vale perguntar: para além do bordão, que se tornou bastante famoso, qual foi o papel desempenhado por Enéas Carneiro na política contemporânea? Por que e como sua trajetória tem sido resgatada recentemente? Qual é a imagem de Enéas Carneiro nos dias atuais? 1

Estas são as perguntas que espero responder neste artigo e que derivam de reflexões que desenvolvi em minha tese de doutorado defendida em 2016.2
1989: o contexto da estreia de Enéas e do Prona

Durante boa parte do século XX, o mundo se viu dividido entre dois blocos de ideologias político-econômicas: o capitalismo liberal e o comunismo estatista. Mas, no final do século, este cenário começou a mudar. Em 1989, o contexto político internacional esteve marcado pelo esfacelamento da União Soviética e dos capítulos finais do “breve século” XX. 3 Isso acarretou profundas consequências para as interpretações sobre as formas de arranjo do Estado e dos limites (ou a ausência deles) para a economia de mercado.

É possível citar, também, uma crise de dimensão ideológica, em termos das fraturas de futuros tangíveis no que diz respeito à organização social e de relação entre indivíduos. Se o capitalismo liberal parecia ter vencido a batalha ideológica e se firmado como modelo político-econômico hegemônico, ele também passava por suas próprias reestruturações. O neoliberalismo assumiria um ímpeto ainda mais transnacional, marcado pela ideia de uma governança global e pela contínua quebra de fronteiras na economia, o que foi favorecido pelo surgimento das novas tecnologias. Ou seja, estamos falando do fenômeno de globalização da economia: um mundo sem barreiras alfandegárias, sem protecionismo, sem subsídios – e também sem direitos trabalhistas, sem leis ambientais e outras proteções.

Nesse contexto, o Prona (Partido de Reedificação da Ordem Nacional) e seu líder da fundação à extinção, Enéas Carneiro, reivindicaram o campo do nacionalismo, em contraposição ao internacionalismo socialista e às agendas neoliberais que fomentaram as teses de “fim da história”4. Contudo, é preciso levar em consideração que o campo das direitas, no Brasil e no mundo, não se resumia exclusivamente às questões vinculadas às dimensões do mercado ou do Estado, mas também de aspectos pautados no apego à tradição, à hierarquia e aos valores conservadores, inclusive com um discurso moralizador, de apego à hierarquia e à ordem.

O próprio nome do partido (e, mais importante que isso, as suas práticas) evidenciava essas questões: o apelo à reordenação da nação, reedificada por meio de um nacionalismo orgânico e em respeito à ordem, que viria a ser orquestrada pela figura de um hipotético presidente Enéas Carneiro.

Naquele ano de 1989, o Brasil dava os primeiros passos de sua mais recente experiência democrática, após longos anos de ocaso das liberdades civis e políticas e um longo processo de transição, que certamente pode ser reconhecido como uma “transição conservadora”, 5 dada a persistência de atores e instituições atreladas ao regime de exceção – muito embora esses os atores políticos passarem a renegar, naquele momento, a classificação à direita do espectro político, num fenômeno que Leôncio Martins chama de a “direita envergonhada”6.

O Prona foi articulado às vésperas das eleições e propagava o culto à ordem e à autoridade, bem como a crítica aos políticos profissionais. Enéas Carneiro, portanto, era apresentado como a personificação da indignação do homem comum, a partir de uma espécie de simbiose entre um personagem “folclórico” (com seu devido potencial carismático) e uma liderança emergente e antissistêmica. Em seu discurso, se colocava como solução para uma desordem multifacetada e fazia apelo aos valores conservadores de uma sociedade marcada por experiências autoritárias e regimes antidemocráticos.
O crescimento político de Enéas Carneiro

Na primeira eleição à Presidência em que concorreu, a atuação de Enéas Carneiro chamou mais atenção pela propaganda eleitoral sintética e pelo uso da frase “Meu nome é Enéas”, alçando o líder do Prona à categoria de anedotário político. No entanto, os componentes de um nacionalismo autoritário e conservador, de larga influência na cultura política nacional, não passaram despercebidos a diversos setores da direita brasileira, que paulatinamente se aproximaram do partido.

Fossem grupos de pressão de militares da reserva, com um crescente descontentamento com os caminhos da chamada “Nova República”, ou mesmo pequenas siglas neofascistas atuantes no Brasil e no exterior (EUA e Argentina, em especial), fato é que o Prona construiu, para si e para Enéas Carneiro, a categoria de referencial para a extrema direita brasileira. E, mais que isso, a partir dessas relações, o Prona construiu uma identidade mais robusta, articulada e fundamentada no campo do pensamento nacionalista autoritário.

Em 1994, isso pode ser constatado de modo pleno. Em uma eleição polarizada entre Fernando Henrique Cardoso (PSDB, eleito em primeiro turno) e Luís Inácio Lula da Silva (PT), Enéas Carneiro alçou a terceira posição, garantindo 7,38% dos votos válidos, ficando à frente de candidaturas de peso, como de Leonel Brizola (PDT), Orestes Quércia (PMDB), entre outros nomes.

A que se deve isso? O discurso de “voto de protesto” certamente teve algum impacto, afinal de contas, Enéas Carneiro era uma figura outsider e antissistêmica. No entanto, além dessa dimensão do protesto, em que Enéas foi apelidado por alguns veículos de imprensa como “voto cacareco”7, a candidatura em 1994 ganhou um programa de governo, intitulado “Um grande projeto nacional”. Esse “grande projeto” foi construído com o apoio de vários intelectuais e militares, maior tempo de exibição nos canais de Propaganda Eleitoral, assim como uma legitimidade construída desde 1989 no campo da direita radical.

O discurso nacionalista, conservador, em contrariedade aos partidos políticos tradicionais e à privatização de estatais, foi uma característica perene das candidaturas de Enéas Carneiro em 1989, em 1994 e nas eleições seguintes. Em 1998, Enéas Carneiro conquistou a quarta posição nas eleições para Presidente, em eleição marcada pela proposta de construção de uma bomba atômica como instrumento de dissuasão estratégica.

Já em 2000, Enéas Carneiro contradisse o seu primeiro pronunciamento e se candidatou à prefeitura de São Paulo. Em 2002, foi o candidato recordista de votos para Deputado Federal, levando consigo outros cinco membros do Prona, no que fora chamado de “efeito Enéas”. Foi reeleito em 2006, meses antes da fusão do Prona com o Partido Liberal (PL) – o que posteriormente geraria o Partido da República (PR) – e cerca de um ano antes de seu falecimento, vitimado por leucemia mieloide aguda.
Usos da memória

Após a morte de Enéas Carneiro, e especialmente ao longo do processo de agitação de setores conservadores, a que diversas e diversos especialistas denominam como as “novas direitas” ou “onda conservadora”,8 a figura do líder do Prona passou a ser apropriada por essa novas e antigas expressões da direita brasileira. No entanto, desperta atenção algumas questões.

Em primeiro lugar, Enéas Carneiro é costumeiramente retratado nas redes sociais como uma figura política tributária à história do anticomunismo no Brasil, que tem expressões em diversos polos do pensamento de direita, seja o católico, das Forças Armadas ou do próprio fascismo. Sem dúvida, em vários momentos o líder do Prona dedicou a sua atuação a confrontar reivindicações e correntes do campo progressista, principalmente o Partido dos Trabalhadores e de sua principal liderança (Lula). Seja no campo político, mas também em um terreno pretensamente assentado na intelectualidade, Enéas Carneiro se apresentava como um anti-lula.

No entanto, a relação era mais complexa que os usos da memória podem sugerir. Em relação à ideologia comunista, a posição de Enéas Carneiro era de críticas quanto à realidade histórica, o que chamava de “fracasso da Revolução Socialista”. Concomitantemente, Enéas Carneiro ressaltava que interpretava a teoria marxista como a “estruturação filosófica mais bela sobre a vida social no planeta”, 9 fazendo ressalvas de que na prática, infelizmente, a teoria não se cumpriu.

Outro ponto importante para entender as apropriações (e suas devidas reapropriações) de Enéas Carneiro em tempos mais recentes, diz respeito à ampla coalizão das direitas em torno da centralidade das correntes neoliberais e em defesa das privatizações, tal qual visto em larga medida na campanha eleitoral do atual presidente, Jair Bolsonaro. Para Enéas Carneiro, as privatizações eram um mal de primeira grandeza, maior que qualquer perigo comunista – perigo, aliás, que Enéas Carneiro, de fato, jamais “denunciou”. Para ele, se existia uma conspiração secreta para a destruição da soberania nacional, ela se estruturava nos ataques às estatais e na atuação desenfreada do capitalismo financeiro no Brasil. Portanto, mais que pretensamente anticomunista, o líder do Prona foi um “antineoliberal” do campo da direita nacionalista.

Essas operações de rearticulação e reapropriação da memória no campo da direita radical brasileira devem ser vistas como forma de sustentação de uma relação entre uma “tradição histórica” recente (Enéas Carneiro) à luz das necessidades do tempo presente, inclusive para legitimar o posicionamento no espectro político de determinadas candidaturas presidenciais. Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro, por exemplo, protocolaram, em 2017, um pedido de inserção do nome de Enéas Carneiro no livro de Heróis da Pátria brasileira. Afinal, se em 1989 existia o fenômeno das “direitas envergonhadas”, na atualidade as direitas fazem questão de afirmar o seu nome e reivindicar seus espaços.

Embora outros grupos de extrema direita brasileira também se apropriem da memória de Enéas Carneiro, tais como os neointegralistas, cada grupo faz uma leitura diversificada e específica sobre a trajetória de Enéas Carneiro, buscando similaridades entre o líder do Prona e os interesses desses grupos em vista para o futuro. Ainda assim, a operação de “resgate” de uma mesma figura como elemento identitário e construção de uma tradição pode gerar a ideia de algum tipo de afinidade ou aproximação entre esses diferentes grupos. 

De qualquer maneira, quando se realiza o resgate da figura política de Enéas Carneiro, é também o resgate de um desconforto com a imagem de uma democracia que, para muitos, não se cumpriu. Não despropositadamente, o líder do Prona é apresentado como um líder que o Brasil não soube aproveitar, não soube valorizar. Em suma, Enéas Carneiro seria “o melhor presidente que o país jamais teve”. De certa maneira, é um jogo dado entre memória e história, mas também entre autoritarismo e democracia.


Notas
[1] A marca de 1,57 milhão de votos que Enéas Carneiro recebeu em 2002 só foi superada em 2018, quando Eduardo Bolsonaro recebeu 1,8 milhões de votos para deputado federal também pelo estado de São Paulo.

[2] CALDEIRA NETO, Odilon.“Nosso nome é Enéas!”: Partido de Reedificação da Ordem Nacional (1989-2006). Tese (Doutorado em História), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016.

[3] CALDEIRA NETO, Odilon.“Nosso nome é Enéas!”: Partido de Reedificação da Ordem Nacional (1989-2006). Tese (Doutorado em História), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016.

[4] A tese do “fim da história” desenvolveu-se em meados de 1989, a partir dos escritos do Cientista Político Francis Fukuyama. Em linhas gerais, Fukuyama afirmava que, após o fim da União Soviética, a democracia liberal ocidental seria, além de hegemônico, o modelo final de desenvolvimento político para a humanidade e sua história. FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

[5] POWER, Timothy. The Political Right in Postauthoritarian Brazil: Elites, Institutions, and Democratization. Penn State University Press, 2000.

[6] RODRIGUES, Leôncio Martins. Quem é quem na constituinte: uma análise sócio-política dos partidos e deputados. São Paulo: OESP-Maltese, 1987,

[7] Em 1959, o Rinoceronte “Cacareco” foi virtualmente eleito vereador na capital paulista. Fenômeno similar ocorreu com o Macaco “Tião”, eleito vereador na cidade do Rio de Janeiro em 1988. O intuito da comparação, mais que mensurar a dimensão do voto de protesto, pode ser interpretado como um exercício de deslegitimação de Enéas Carneiro.

[8] VELASCO E CRUZ, Sebastião; KAYSEL, André; CODAS, Gustavo (Org.). Direita, volver!: o retorno da direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2015.

[9] Entrevista: Programa Ferreira Neto, 1989.

*Odilon Caldeira Neto é historiador e Pesquisador (pós-doutorado) do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria. Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com doutorado-sanduíche no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Possui pós-doutorado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Autor de “Sob o Signo do Sigma: Integralismo, Neointegralismo e o Antissemitismo”. Coordenador da Rede “Direitas, História e Memória” (http://direitashistoria.net). Academia.edu: http://ufsm.academia.edu/OdilonCaldeiraNeto. Escreveu uma bibliografia comentada sobre Integralismo para o Café História.

CALDEIRA NETO, Odilon. Enéas Carneiro em dois tempos: do “voto cacareco” a um dos heróis da “nova direita” (artigo). In: Café História – história feita com cliques. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/eneas-carneiro-em-dois-tempos/‎. Publicado em: 1o jul. 2019. Acesso: [1º/07/2019, 09:00h].