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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

NOS BRAÇOS DA NOITE!

Por Jean Carlos Gonçalves 

NOS BRAÇOS DA NOITE
Agarrou-me a indomável noite!
Abrupta, implacável, voraz...
Eu, complacente, impotente, 
Não resisto, mas insisto...
Em ser inteiramente vencido, 
Nem tão pouco renuncio
O que envolto em seus braços, 
Imponentemente proporciona:
Seu negro olhar penetrante...
E mesmo totalmente refém, 
Nele mergulho!

(Jean Carlos Gonçalves)

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

LÁGRIMAS

LÁGRIMAS
As gotas de orvalho...
Da noite de teus olhos...
Pecipitam-se, silenciosamente...
Na relva de tua enigmática face."
.........................................................

JCG

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

A VOZ DA LIBERDADE

A VOZ DE LIBERDADE
Sou o brado de luta
A voz da resistência
Que jamais silencia
Diante da vil truculência
Do chicote que açoita
A alma indefesa, sedenta

Sou o grito que ecoa estridente
Bálsamo dos cativos impotentes
Timbre que rompe as correntes
Que implode o pelourinho
E espedaça os grilhões
Antes da pena e do pergaminho.

..............................................................

(Jean Carlos Gonçalves)

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

OS 76 ANOS DA PRIMEIRA MISSA EM GRAÇA ARANHA E O BATISMO DE ANTÔNIO DO DIONÍSIO

Por Jean Carlos Gonçalves
Lembrança de batismo de Antônio Pereira da Silva, em cerimônia da Primeira Missa realizada no Centro dos Periquitos, atual sede do município de Graça Aranha-MA.
Neste 15 de novembro, para o graçaranhense, deve ser um dia que lembra muito mais do que a Proclamação da República do Brasil, instaurada há 130 anos. Compete ao povo reverenciar um marco importante da história local, pois completa-se 76 anos da Primeira Missa celebrada no Centro dos Periquitos, atual sede do município de Graça Aranha-MA.

No afã de buscar respostas para os questionamentos e inquietações acerca de nosso passado, conseguimos descobrir, com a ajuda dos guardiões da memória, um importante documento que se encontra na posse do primeiro cristão batizado no antigo Centro dos Periquitos.

Trata-se de uma lembrança de batismo do Sr° Antônio Pereira da Silva, o Antônio do Dionísio, nascido no Centro dos Periquitos em 19 de outubro de 1943, e que fora batizado antes de completar um mês de vida, em 15/11/1943, pelo Padre Eurico Borgéa, vigário da Paróquia de Colinas-MA.
Antônio Pereira da Silva, o Antônio do Dionísio, 76 anos, lavrador aposentado e ex-liderança do Sindicato dos Trabahadores Rurais de Graça Aranha-MA. Batizado na Primeira Missa realizada no Centro dos Periquitos, atual cidade Graça Aranha em 15/11/1943.

A montaria, como normalmente se fazia os percursos pelos sertões e, por conseguinte, as missas em desobriga, Padre Eurico Borgéa,  chegou com sua comitiva para realizar aquela que seria a Primeira Missa no Centro dos Periquitos, conforme registramos acima. Na mesma ocasião, o Vigário da Paróquia de Colinas, propôs a mudança do topônimo de Centro dos Periquitos para Palestina, uma vez que os membros da comunidade pronunciavam o antigo termo com fonética "distorcida" (Priquitos), causando desconforto aos defensores da moral e bons costumes. Então, debaixo daquela capelinha coberta de palha, sem paredes, o Padre realizou uma espécie de plebiscito, e em homenagem à Terra Santa, o lugar passa a ser denominado Palestina, sugestão do religioso que fora aceita pelos moradores do lugar sem ressalvas. 

Em poucos anos o povoado prosperou atraindo muitas famílias, especialmente flagelados das periódicas secas nos demais estados nordestinos, especialmente, cearenses, piauienses e norte-riograndenses, o que credenciou sua elevação à categoria de Distrito do município de Curador (atual Presidente Dutra) e, posteriormente, passando aos domínios territoriais do recém emancipado Pucumã (São Domingos) em 1952. 

Na década de 1950, com uma vida social e comercial cada vez mais dinâmica, surge a proposta de emancipação política, pelo então Deputado estadual, o colinense Orleans Brandão. Apreciada e aprovada a emancipação pela Asssembleia Estadual em 1959, sugere -se para o novo município, a mudança de topônimo, que passa a ser Graça Aranha, em homenagem ao renomado escritor, autor de Canaã, o ludovicense José Pereira da Graça Aranha, grande protagonista da Semana da Arte Moderna de 1922 .

Desse modo o ECOS DE TUNTUM, congratula esse grande graçaranhense, Antônio Pereira da Silva, o Antônio do Dionísio, lavrador aposentado e ativista pelos direitos dos trabalhadores rurais do município. Homem simples, humilde, cuja vida laboriosa fora assentada nos valores mais nobres e que tanto simboliza nossa gente. 

O parabenizamos pela data de aniversário de batismo, e por carregar essa simbólica marca viva de tão importante fato, que se impõe como patrimônio histórico de Graça Aranha-MA.

domingo, 10 de novembro de 2019

PARABÉNS, SANTA FILOMENA DO MARANHÃO!

Por Jean Carlos Gonçalves.
Praça Padroeira Santa Filomena
A posteridade conhecerá 
A saga de seus ancestrais
Seus caminhos percorridos
Suas batalhas triunfais

Sua origem, ora confusa
Causa desconforto e estranheza
Será posta à luz
Com a devida clareza.

Para fazer justiça aos pioneiros
Postar-lhes em lugar de dignidade
Seja o pioneiro José Tibúrcio Feio
Seja a tríade irmandade!

Aqueles que cumpriram a profecia
A divina anunciação
Do Oriente os três reis magos:
Viriato, Liberato e Esperidião.

Que da ribeira do Parnaíba
Da fazenda Saquinho abriu caminhos
Para o gado e arapuás
Escreverem antigos pergaminhos

Registros sem pena e tinteiro
Na labuta do sertão
Partiram para este Eldorado
Zona fértil da Mata do Japão

Deixaram sua casa e parentela
Tal qual Abraão
Para numa rica terra
Construir grande nação.

Numerosa e abençoada prole
Cumprimento da bendita profecia
Sob os auspícios de Deus,
Santa Filomena, que seus filhos guia

Rebentos que herdaram a terra;
Que buscaram o mundo ganhar;
Que ecoam com orgulho
Sua insígnia de Arapuá

Mais que uma marca,
Uma fidalga honraria
Para quem no sangue carrega
A coragem e valentia

De quem desbravou a Mata
De quem semeou a terra
De quem lutou pela libertação
De quem bravamente construiu,

Santa Filomena do Maranhão!!!

(Jean Carlos Gonçalves)

Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Direitos Autorais – Lei nº 9.610/98.

Citação deve ser: GONÇALVES, Jean Carlos.
Profº Jean Carlos Gonçalves, servidor público vinculado a Secretaria Municipal de Educação de Santa Filomena do Maranhão desde 1º/03/2001.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

CONFUSÕES


Confusões
Oh solidão! nua e crua
A complexidade, minha e sua
A vida sem filtro
Sem ninguém pra perguntar? 
Sem ninguém pra se importar! 

A tristeza de perder
O choro por não ter
Poucos assumem
Que essa é a graça de viver

A alegria de ganhar
Um sorriso de momento
São coisas passageiras
Que habitam no pensamento

A cada dia que passa... 
Uma cadeira fixa na calçada
Mostra a tênue beleza
Das confusões de uma vida passada.

(Eliel Davis Diniz Reis)

Todos os direitos reservados ao autor, conforme a Lei de Direitos Autorais – Lei nº 9.610/98.

Eliel Davis Diniz Reis

______________________
O jovem tuntuense Eliel Davis Diniz Reis, é concludente do Ensino Médio, no Centro de Ensino Estado Maranhão, na cidade de Tuntum. O mesmo exercita sua criatividade, por meio de suas composições de letras musicais e da escrita poética.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A FERA DE MACABU

A Fera de Macabu: a história do erro judiciário que levou um inocente para a forca e marcou o fim da pena de morte no Brasil.

Manuel da Mota Coqueiro era um rico fazendeiro da região de Macaé, Rio de Janeiro. Possuidor de muitos inimigos ricos e influentes, esse homem foi vítima de um dos maiores erros judiciais da história do país. Sua morte, por enforcamento, mostrou a face cruel da influência política nos julgamentos da época e a forte dúvida em relação à sua inocência impulsionou o debate sobre a crueldade e insanidade da pena capital aplicada pelo Estado.

Devido ao fim do tráfico negreiro com a lei Eusébio de Queirós, Mota Coqueiro e diversos outros fazendeiros da época iniciaram a prática do regime de parceria com colonos livres. Nas suas terras da fazenda Bananal, foi residir e trabalhar o meeiro Francisco Benedito da Silva, acompanhado de sua numerosa família.

Embora com idade avançada e já tendo filhos e enteados, Mota Coqueiro teve um caso amoroso com Francisca, uma das filhas de Francisco Benedito. A jovem acabou engravidando e seu pai, ao saber do caso, passou a pressionar o fazendeiro, pedindo vantagens econômicas como compensação pela gravidez da filha.

A partir de então, ocorreram vários conflitos entre Mota Coqueiro e Francisco Benedito, o qual foi ameaçado de expulsão das terras que ocupava. O colono foi apoiado por alguns pequenos proprietários dos arredores. Em certa ocasião, Francisco Benedito e um amigo, pequeno proprietário da região, emboscaram e agrediram Mota Coqueiro quando ele vistoriava a fazenda Bananal.

Mota Coqueiro tinha vários inimigos pessoais com influência na política local. Dentre eles, seu primo, Julião Batista Coqueiro, que o odiava por nutrir por ele um sentimento de vingança. Vinte e cinco anos antes, quando Julião Batista foi estudar longe de Macaé, Coqueiro aproveitou-se da ausência do primo para cortejar e casar com sua antiga noiva. Sua primeira esposa, porém, morreu algum tempo depois e o fazendeiro casou-se com Úrsula das Virgens, a qual era viúva e tinha um filho.

Também era mal visto na região por alguns padres e fazendeiros católicos, pois tinha tomado posse de várias extensões de terras, entre as quais, antigas propriedades dos Jesuítas que ficaram desocupadas quando estes foram expulsos do Brasil.

Em uma noite chuvosa de 1852, Francisco Benedito e toda sua família foram mortos a golpe de facões por um grupo de cerca de oito negros, escapando somente Francisca, a filha grávida. A casa foi incendiada, mas a chuva não permitiu que os corpos fossem queimados totalmente. Além de Francisco Benedito, foram assassinados a sua esposa, três filhos adolescentes e três crianças, uma delas com três anos de idade.

Mota Coqueiro tinha chegado na fazenda Bananal na tarde deste dia. Durante o horário provável em que ocorrera o crime, estava na casa grande em reunião de negócios com vários empresários locais que desejavam comprar madeira das suas terras. A distância entre o local em que estava Mota Coqueiro e o local onde ocorreu o crime era de menos de 2 quilômetros e ninguém presente na reunião percebeu qualquer movimento anormal na fazenda.

Francisca, a filha sobrevivente, fugiu durante dois dias pelas matas, até que pediu auxílio em uma fazenda de Julião Batista, na qual morava um amigo próximo do primo e desafeto de Coqueiro. Este imediatamente levou o caso às autoridades competentes. O delegado e o subdelegado de Macaé acusaram Mota Coqueiro de ter sido o mandante da chacina.

Alguns dias após o crime, fugindo a cavalo, Coqueiro é reconhecido e preso, após pedir água em uma fazenda.

Levado para a prisão da cidade de Macaé, e sondado pela imprensa local, ganhou o apelido de "Fera de Macabu".

Após a prisão, uma série de erros e manipulações judiciais passam a ocorrer. Depois da aceitação da denúncia, os promotores do caso infringiram muitas normas jurídicas para conseguir a condenação do réu. Arrolaram como principal testemunha uma ex-escrava da fazenda de Coqueiro (na época, escravos não podiam testemunhar). A negra Balbina acusou um dos feitores da fazenda, com quem ela teve um caso amoroso, de ter sido o executor do crime a mando da Fera de Macabu, outros inimigos políticos de Coqueiro foram convocados para depor. Inimigos do réu pagavam a imprensa para criar notícias que manchassem ainda mais a sua imagem.

O fato é que em nenhum dos julgamentos conseguiu provar cabalmente a participação de Mota Coqueiro no crime. A maioria dos testemunhos não afirmava que o fazendeiro era o autor do crime, apenas informava que ele teria motivos para executar as vítimas. No fim dos julgamentos em primeira instância, Coqueiro foi condenado à forca. Seus advogados recorreram aos tribunais superiores, mas não conseguiram reverter a sentença. O caso chegou até o conhecimento de Dom Pedro II, que por pressões políticas e por não acreditar na inocência de Coqueiro, confirmou de vez o tenebroso destino do réu.

Após a negação do Imperador, Coqueiro é enviado para uma prisão no Rio de Janeiro, onde passa por um tratamento para se fortalecer fisicamente. O procedimento fazia parte da preparação do condenado para a forca. No dia da execução, o réu deveria estar forte o suficiente para caminhar até o patíbulo, ouvir a sentença final e dar as últimas palavras.

Até o final, Mota Coqueiro negou a autoria do crime. Embora se possa duvidar de sua inocência, é fato histórico notório que ele não recebeu um julgamento justo, nem foram feitas investigações detalhadas e imparciais sobre os eventos.

No dia 6 de março de 1855, três anos após o crime, a Fera de Macabu é enforcada. Antes de morrer, suas últimas palavras serviram para amaldiçoar a cidade: "Que esse lugar tenha 100 anos de atraso para pagar tudo que fizeram pra mim." A frase ficou conhecida como a maldição do Mata Coqueiro.

Há um debate muito grande em relação ao fim da pena de morte no Brasil, e se o fato realmente fez cessar esse tipo de castigo em território nacional. A verdade é que Dom Pedro II se arrependeu imensamente de não ter dado a graça ao prisioneiro e passou a ser mais flexível em conceder penas alternativas à aplicação da pena capital, além do mais, o Imperador era fã do escritor Victor Hugo, um dos maiores militantes contra a pena de morte na França.

Após a repercussão da morte de Mota Coqueiro e seus supostos cúmplices, apenas alguns outros civis foram executados, sendo que todos eles eram escravos ou negros alforriados, os quais não tinham posses nem dinheiro para garantir que sua defesa chegasse até o Imperador.

Texto - Joel Paviotti

Referências - nos comentários

ALERTA - Caso queira copiar o conteúdo, favor colocar os créditos. Esse tipo de pesquisa dá bastante trabalho.

Via Iconografia da História

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

MINHA PRIMEIRA PROFESSORA, MEU PRIMEIRO AMOR!



MINHA PRIMEIRA PROFESSORA, MEU PRIMEIRO AMOR!

Uma manhã ensolarada, 
Um portão aberto para o caminho
Uma sala que o alarga
Um rígido banco que assiste
Uma afetuosa acolhida

Na força do verbo com doçura
No texto delicadamente gravado
Na ternura dos orquestrados gestos
No afago das mãos inspiradas
Na singeleza da grandeza de alma

Negra tia Ceição
A Conceição, a Concebida
Da cátedra da anunciação
De história imaculada
Gentil heroína da Educação

Fez a minha vida infanta
Com o carinho e lápis
Inscreveu na folha branca
Com a nitidez do contraste das cores
As virtudes na primeira infância

Deu vida ao quadro escuro
Desenhou fantásticas paisagens
Fez da lousa um encantado portal
Para um mundo mágico
Mas inteiramente real.

(Jean Carlos Gonçalves)

Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Direitos Autorais – Lei nº 9.610/98.

Citação deve ser: GONÇALVES, Jean Carlos. Minha professora, meu primeiro amor!.

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Natural de Graça Aranha-MA (1979) , é professor de História efetivo na rede de estadual do Maranhão (desde 2010), lotado no município de Tuntum, onde reside desde 1987. Desde 2001, também é professor efetivo do município de Santa Filomena do Maranhão (desde 2001).

domingo, 13 de outubro de 2019

PRIMEIROS ANOS DE GRAÇA ARANHA

Ana Maria Guimarães Damasceno*
Eu conheci Graça Aranha
Quando era Palestina
Antes Centro dos Periquitos
Como cidade é menina.

Para trabalhar aqui
Cheguei em sessenta e quatro
Em uma escola rural
Pelo estado ignorado.

Precisando de documentos
Para alunos da Escola
Na Secretaria nada havia
Não tinha sua história.

Corri atrás para mostrar
Que a escola havia
Preparando atas e lavrei
Provando o que existia.

Como professora Dona Eunice
Muitas pessoas ensinou
Neli e Dona Teresinha
O povoado ajudou.

Senhor Isídio também
Por esse lugar lutou
Mostrando o seu trabalho
Também como professor.

Morava nessa cidade
Senhora muito idosa
Era a Dona Galdina
E contava a história.



Dizia haver chegado
Quando Ana Borges chegou
Casada com João Borges
E Palestina os adotou.

Dona Ana costurava
Ternos pra comunidade
Era costureira fina
Deste rico povoado.

Dona Galdina dizia
Que quando chegou aqui
Diziam que Senhor Zé Grosso
Foi o primeiro a residir.


E como aqui existia
Muitos mangais no lugar
Periquitos se animavam
E aqui vinham morar.

Por isso por muitos anos
Centro dos Periquitos se chamou
Por Zé Grosso e Zé Uruçu
Os primeiros moradores.

Quando Galdina chegou
João e Zuza vieram também
Souberam dessa história
E contavam muito bem.

Muitas pessoas atraídas
Pela riqueza do lugar
Como Martim e Beleza
Vieram aqui morar.

Comerciantes chegaram
Santos Borges e Chiquim
Senhor Hilton, o Beleza
E a história é assim.

João Marinho, sapateiro
Senhor Mundoca e Bibiu
Cresciam em seu comércio
E o povoado fluiu.

Chega também no povoado
Um enfermeiro afamado
Hermínio Aquino Alencar
Primeiro vice-prefeito arrojado.

Ele operava gente
Emendava osso quebrado
Querido da população
Nele o povoado confiava.

Muitas foram as pessoas
A ajudar de qualquer forma
Umas transportando produtos
Trazendo outros de volta

Um deles o Senhor Roque
Com seu velho caminhão
Transportava os produtos
Que tinham na região.


Senhor Beleza também
Seus produtos exportava
Vendendo os seus produtos
Que aqui era encontrado.

Senhor Joaquim o seu Quincas
No civil ele casava
Também Alberto Carneiro
No interior ajudava

Depois veio Dona Cardoso
Uma escrivã concursada
E os dois velhos guerreiros
Suas funções encerravam.

Como açougueiro Seu Braulino
Foi aqui um pioneiro
No mercadinho do povo
Ele foi um dos primeiros.

Nas costuras Leudinilia
Cuidava bem das mulheres
Com a Maria de Lurdes
Com suas roupas muito belas.

As redes eram tecidas
Pela Senhora Alzira
Outras que não sei o nome
Pois a história não cita.

Na compra do babaçu
Zé Pudim se destacava
Também o Martim Tavares
Em quem todos confiavam.

Com sua seriedade
Podia ser velho ou criança
Tratava o negócio a sério
Pois era de confiança.

Com o tempo Senhor Beleza
Uma usina comprou
Tirando o povo do pilão
E a coisa melhorou.

Senhor Dionízio registrava
Os momentos mais distintos
Tirando fotos do povo
Com Raimundo Passarinho.

Desculpe se não citei
Outras pessoas importantes
Relacionadas aos velhos tempos,
Eu me sinto uma criança.

Muitas parteiras experientes
Ainda pude encontrar
Como comadre Sinforosa
Que nada veio estudar.

Sem fonte para pesquisar
Pois aqui não encontrei
Eu só quis mostrar ao povo
Como me preocupei.

De mostrar um pouco a história
Desta terra tão querida
Que como filha adotiva
Eu doei a minha vida.


(Ana Maria Guimarães Damasceno)

Todos os direitos reservados à autora, conforme a Lei de Direitos Autorais – Lei nº 9.610/98.


Citação deve ser: DAMASCENO, Ana Maria Guimarães. Os Primeiros anos de Graça Aranha.
Professora Ana Maria Guimarães Damasceno. Baluarte da Educação e ativa personagem da vida social e cultural de Graça Aranha. Tem lugar consagrado na história do município.
_______________
* Natural do município de Fortuna-MA, a Professora normalista chegou em Graça Aranha-MA em 1964, aos 18 anos. Graduada em Letras pela UESPI (2006) e especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira(2008), pelo ESEA - Estudos Avançados e Especializados - Ordem Nazarena, de Araguaína-TO. Ana Guimarães, como é mais conhecida, está aposentada pela rede estadual do Maranhão e pelo município de Graça Aranha.

sábado, 12 de outubro de 2019

GRAÇA ARANHA - SOB A LIRA DOS PERIQUITOS E BEM-TI-VIS.

Jean Carlos Gonçalves*
Praça e Igreja de Nossa Senhora das Graças, Graça Aranha-MA.
FOTO: GONÇALVES, Jean Carlos. Março de 2019.
Sol que descortina a aurora
Do horizonte, implacável, ilumina
A rígida face aguerrida
Projeta raios, vence a neblina
Orienta caminhos e veredas...
Para o coração cumprir sua sina.

Artérias no corpo da Mata
Crivada de pegadas, ubérrimo chão
Fertilizado por ventanias e dilúvios
Intemperismos do meu sertão
Sob os auspícios de sofridos braços (fortes)
Ergueu-se uma clareira na imensidão.

Ecoa no seio da floresta
O pulsar do peito atrevido
De obstinados desbravadores
Destemidos filhos do sertão
Semeadores da dignidade
Com trabalho, fé e abnegação.

Sob a lira dos periquitos e bem-te-vis
Do alto de suntuosas mangueiras
Da altivez de imponentes palmeiras
Nos jardins, o beijo dos colibris
Testemunhos de tempos imemoriais
De uma gente guerreira e feliz!

Gente que espelha o firmamento
Um povo, com lavor, se fez
Pródigo artífice de almejados tempos
Pretéritos, idos, vindos, que virão
Na tessitura da pequena urbe
Rega com suor, abençoado chão.

Em cada gota derramada
A onomatopeica divina providência
O canto dos pássaros,
Revela a natureza em sua sapiência
Para interessadamente orquestrar
A arte da sobrevivência

O ringido da rústica roda...
O açoite no ar e no dorso...
As pancadas dos macetes...
Nos pilões que apresa recordações,
Das festivas tardes de domingo
Das farinhadas, mutirões...

Herdeiros da voz dos periquitos
Pioneiros do Centro e do Baixão
Saga de teus filhos rebentos
No sítio da embrionária citadina
Risonha infanta menina,
Que pujante, se tornou Palestina.

Para os olhos encantar
E acenar à Nação
Bradar com fervor e bravura
O desejo da libertação
E assim, bendita se fez:
Graça Aranhão do Maranhão!


Sob a lira dos periquitos e bem-ti-vis!
...................................................................

(Jean Carlos Gonçalves)


Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Direitos Autorais – Lei nº 9.610/98.
Citação deve ser: GONÇALVES, Jean Carlos.
Jean Carlos Gonçalves, no largo da praça da Igreja de Nossa Senhora das Graças, na cidade de Graça Aranha-MA, sua terra natal.
__________________
Natural de Graça Aranha-MA (1979) , é professor de História efetivo na rede de estadual do Maranhão (desde 2010), lotado no município de Tuntum, onde reside desde 1987. Desde 2001, também é professor efetivo do município de Santa Filomena do Maranhão (desde 2001).

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Pensamento do dia - As flores no caminho.

"Ao longo de íngremes caminhos, também encontramos perfumadas flores, que exalam a divina essência - a força motriz - que impulsiona em direção à LUZ."

JCG

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Pensamento do dia - UTOPIA


"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar" 

( Eduardo Galeano)

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

BANDEIRANTE DE TUNTUM - 56 ANOS.


Por Jean Carlos Gonçalves.
Neste dia 03 de outubro, o Centro de Ensino Estado do Maranhão, o Bandeirante de Tuntum, completa mais um aniversário de sua inauguração.
Há exatos 56 anos (03/10/1963), a comitiva do então Governador do Maranhão, Newton Belo, fora recepcionada por importantes personalidades locais, além de numerosos citadinos.
Era uma quinta-feira, quando o avião do Governador, aterrissara na única pista da jovem cidade, localizada na propriedade do Srº Edésio Fialho, que corresponde a Fazenda Sertânea, onde reside atualmente, a viúva do saudoso Jãozinho do Luizão, Marly Batista.  
Edésio Fialho, dono do único aparelho de telefone do lugar, empresário, até então bem sucedido, liderança política, vereador da primeira legislatura da Câmara Municipal, além de postulante ao cargo de prefeito em Tuntum com o apoio do Governador, cuja a visita seria para ratificar in loco, a candidatura de seu aliado nas eleições que realizara-se três dias após, no domingo subsequente (06/10/1963), pleito em que antagonizara com Luiz Gonzaga da Cunha, que por sua vez, fora eleito, com o apoio do então Prefeito do município, Ariston Arruda Léda, e do Deputado Federal, Eurico Ribeiro, que havia rompido com do executivo estadual.
Numa época em que os pleitos eleitorais eram marcados por excessos e abusos de toda sorte, incluindo-se ameaças e violências físicas, a condição de representante do Governo estadual não fora suficiente para Edésio Fialho garantir vitória nas urnas ante ao seu adversário, que por sua vez era apoiado pelas Oposições Coligadas¹, grupo que se insurgia para destronar o vitorinismo² em 1965, com a ascensão de José Sarney ao Palácio dos Leões, quando contava apenas 35 anos.
Foi naquela conjuntura de rugas políticas, de disputas sem o devido espírito republicano que o prédio de 4 salas de aula, construído em menos de dois meses, recebeu a placa do Governador com o nome de Grupo Escolar Estado do Maranhão. O ritual de inauguração seria apresentado para a comunidade como uma demonstração de força política de Edésio e da ala governista. Contudo, o contexto em que se deu a construção, de modo algum macula a vida e obra dessa instituição de ensino que há mais de meio século, presta relevantes serviços à Educação e à sociedade tuntuense.
Uma escola pública como muitas pelos rincões do Brasil, que enfrenta muitas dificuldades devido a falta de recursos financeiros e humanos, mas que luta, resiste, reluta em cumprir, dentro de suas possibilidades, sua histórica missão de educar, de oportunizar aos seus, as condições para continuar sua caminhada.
Instituição feita por homens, mulheres, profissionais, pais, mães, e, sobretudo jovens com o peito carregado de esperança, portadores de sonhos, representantes dos sobrenomes, dos artífices que no passado regaram de suor este solo, para fazer o alicerce, preparar a massa, erguer colunas e paredes, construir o telhado, edificar o nosso “Liceu”.

E ao longo do tempo,
outros riscaram quadros,
descortinaram cenários,
orquestraram a diária sinfônica,
recitaram palavras aladas,
receitaram o caminho do bem ,
ecoaram o suave brado,
que vai ao encontro da LUZ.

Para singela e gloriosamente fazer: Centro de Ensino Estado do Maranhão! O Bandeirante que desbravou "terras ocultas" e que continua a saga em oportunizar conhecimento e dignidade.


_____________________________
¹ Grupo político formado por dissidentes do grupo governista e por uma nova geração de políticos maranhenses, que encerrou o período de hegemonia política do Senador Vitorino Freire na política maranhense.


² Chama-se vitorinismo à vivência de uma dinâmica política peculiar que recebeu essa denominação em razão do domínio do então senador Vitorino Freire. Este, embora fosse pernambucano, manipulou o jogo político no Maranhão desde 1946 até aproximadamente 1965 com base numa ação clientelista e num mandonismo aberto.

ALTERIDADE



PENSAMENTO DO DIA -
ALTERIDADE 
"Promova o BEM. Não para satisfazer o teu próprio ego, nem tão pouco para que te rendam circunstancial homenagem, que te aguça a atroz vaidade. Faça-o para que a tua alma se alimente da mesma seiva que causa no outro, o mais pleno estado de graça. "

(Jean Carlos Gonçalves)


ALTERIDADE

Por Bela Aires

O que é alteridade?

Alteridade é o que tem faltado no mundo e o que precisamos ensinar aos nossos filhos, que eles tenham!

Visão de alteridade é a visão de olhar o outro como outro e não como inimigo, estranho e alheio.

A perda da função da alteridade é deixar de olhar o outro como outro e passar a olhar como estranho, inimigo, alheio.

Como observadora que sou, observo relações familiares bem diferentes e complexas hoje em dia: pais que competem com os filhos, sem amor, tratando-os como estranhos.

Falta-nos a alteridade em diversos momentos, mas principalmente naqueles que colocamos o outro, como estranho. Quando deixamos de enxergar nossos filhos como outras pessoas e os achamos estranhos, não os reconhecemos, não parecem mais fazer parte de nós.

De fato, não fazem. Criamos nossos filhos para o mundo, para a vida, para terem vontades e ideias próprias. Porém, devemos respeitar as diferenças e aceitá-las. Não podemos exigir e querer que nossos filhos sejam obrigados a concluir nossos sonhos e planos não concretizados. Devemos encará-lo e respeita-lo como outro, apesar das diferenças.

Além disso encarar a todos como inimigos e estranhos faz com que os nossos filhos tenham uma visão ruim e distorcida da vida. Tudo se torna pesado e agressivo demais. Aquela pessoa que a fechou no trânsito se torna um inimigo, assim como a que pegou a sua vaga, o que discutiu com você na reunião de condomínio e o professor que chamou a atenção do seu filho.

Acabamos por temer viver em sociedade e a confiança e o “pensar e se colocar no lugar do outro” não faz parte mais da sua forma de encarar a vida e nem dos seus filhos e família. Ensinamos o egoísmo e a intolerância.

Talvez você não tenha dificuldade e tenha a alteridade como um princípio, mas nem sempre é fácil, principalmente quando aperta o nosso calo. Que possamos encarar mais o outro como outro e menos como estranho ou inimigo! E que possamos assim, ensinar nossas crianças a serem tolerantes, sem preconceitos e discriminações.

Fonte: http://belaaires.com.br/alteridade/

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

VOCÊ

Fátima Queiroz*
sua vida

VOCÊ 
As vezes chega suave como a brisa da manhã. 
Ou quente como o sol de meio dia. 
Inquieto como as ondas do mar 
Vem para me alegrar.

Usando a razão, força e emoção. 
Eu grito o teu nome. 
Em profundo silêncio preciso calar a voz. 
O sentimento não é para o mundo, e sim para nós.

O tempo e a distância são inimigos dos que amam. 
Mas as palavras suaves e dóceis confortam a alma, 
A essência é a revelação do ser. 
O teu olhar revela o que tens a me dizer.

A essência do querer faz você revelar –se imprudente. 
Mas, a natureza humana, não é muito paciente. 
Chega suave, inquieto, homem, menino. 
Declarando o quanto tua alma, tem a minha.

(Fátima Queiroz)

Poetisa Fátima Queiroz
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*Francisca de Fátima Queiroz Lima, a poetisa Fátima Queiroz, é natural da cidade de Graça Aranha-MA. É graduada em Filosofia e Serviço Social, além de Especialista em Filosofia Clínica. Atualmente trabalha com Assistência Social, na Direção do  Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, na cidade de Presidente Dutra, onde reside atualmente.

ANJO AMIGO



ANJO AMIGO

Anjo que emite luz,
Que a sofrida face afaga
Acalenta a minha alma
Em hora atribulada.

Suaviza a pesada carga
Abranda meu coração
Transforma a angústia em calma
Em momentos de aflição.

O sorriso já se mostra
O olhar volta à vida
O pensamento mira o sonho
Com a coragem precisa.

Curvo-me em reverência
Ante a alma iluminada
Por personificar o bem,
Faz retomar minha estrada.

(Jean Carlos Gonçalves)

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

TUNTUM - E A RICA ZONA CHAMADA: JAPÃO.

Por Creomildo Cavalhedo Leite.
Mapa da Província  do Maranhão, 1819.
Sua epopeia é iniciada com o mapeamento da região, para efetuar os trabalhos de abertura da primeira estrada realizada em 1837, contratada pelo Governo da Província Maranhense.

Coube realizar essa façanha hercúlea, conduzida de forma magistral, o Cidadão Diogo Lopes de Araújo Salles, o qual partiu do lugar de sua residência no antigo Arraial de Campo Largo, na beira do Rio Alpercatas ao Rio Mearim na confluência com o Rio das Flores.

Avançando pelo extenso Território fértil, um verdadeiro paraíso riquíssimo em todos os aspectos, favorável para diversas atividades econômicas, um tapete verde de florestas virgens, densas e de acesso difícil.

Ricos mananciais, lagoas e córregos e riachos de águas límpidas e potáveis.

As Terras demonstravam ser bastante ubérrima, sua fauna e flora inexploradas e, em si um grande tesouro pronto para ser trabalhado;

Na perscrutação deste grande quadrante espacial, denominado Mata do Japão, foi identificado os Riachos: Japão (Riacho Tuntum) e Jacaré cujas correntes desaguam no Rio das Flores.

Mapa das Províncias do Maranhão e do Piauí, 1892.
E, Foi nesta Ribeira do Japão que, em 1849 então Coronel Diogo Lopes de Araujo Salles, tomou posse de áreas devolutas e que, em 1855, as registrou no livro da Freguesia de Santa Cruz da Barra do Corda, e pagou os emolumentos destas propriedades, por ele situada e registrada com os seguintes nomes, conforme cópia de documentos publicados nos Jornais da Província Maranhense, segue descrição abaixo:
1 - Santa Maria do Japão;
2 - Tabóa;
3 - Preguiça (e Coco Grande);
4 - Bom Sucesso, por seus Familiares, seu genro José de Mello Alburquerque;
5 - Jacoca, por seus Sobrinhos:
* Antonio de Souza Carvalhedo e
* Anastácio Martins Chaves e
* Francisco Ferreira de Souza;
6 - Tumtumtum, por Francisco de Sousa Mil-Homem.

"Todos estes lugares e muitos outros que hoje (Dia: 18 de agosto de 1891) compõem o magnífico Território do Japão, foram sempre reconhecidos como pertencentes à Comarca de Barra do Corda, assim como sempre respeitados os direitos adquiridos por seus Primeiros Povoadores, verdadeiros beneméritos da Pátria, já há muito falecidos..."
(...)

O escrevinhador e perquiridor de documentos antigos, traz à luz em poucas linhas, notícias da origem e o resgate da história, como tributo e homenagem à data especial: 12 de Setembro de 1955, a Emancipação Política e Administrativa de Tuntum.

Há 106 anos, antes da emancipação de Tuntum, já havia sitiantes Povoando e Produzindo no Coração do Território Fértil do Japão, o que significa que, grandes vultos históricos atualmente são ilustres desconhecidos.

A névoa do esquecimento, será dispersa através da luz projetada pelos Arqueólogos da História e o outro lado do moeda virá a tona.

Desejo que esta simples Crônica Histórica, sirva de indagação e inspiração aos entendidos e sábios da arte de escrever, para que mergulhem, ainda mais, neste tema ainda tão desconhecido:

"Território Fértil - Chamado Zona do Japão.

Parabéns e muitas Felicidades aos Tuntuenses!

Um abraço fraterno e festivo deste Carvalhêdo, cujos ancestrais em muito contribuíram com o Sul do Maranhão e sua Povoação.

Palmas - Tocantins,
12 de Setembro de 2019.

Creomildo Cavalhedo Leite.
Creomildo Cavalhedo Leite. Pesquisador e hoje umas das maiores autoridades em História do Sertão Maranhense.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O Arraial de Campo Largo

Por Creomildo Cavalhedo Leite
Ponte sobre o rio Alpercatas, limite entre Tuntum e Mirador, no Arraial do Campo Largo.
Ainda hoje, é um lugar desconhecido por muitos pesquisadores e escritores que amam a Historia das Povoações no Sul do Maranhão. 

Levantemos o véu da História e deixemos que, os raios de luz jorre e nos mostre um pequeno vislumbre, sobre o que, foi e o que representou "as paragens do antigo Arraial de Campo Largo", portal de entrada para o Alto Sertão e do imenso Território fértil do Japão, para os primeiros Vaqueiros, Sitiantes, Povoadores, Pioneiros e Desbravadores do Sul do Maranhão rumo ao Oeste desta riquíssima Província.

O antigo Arraial de Campo, localizado nas Barrancas do famoso Rio Alpercatas, foi o lugar escolhido nos primeiros anos do Século XIX, pelo então Cidadão Diogo Lopes de Araújo Salles, oriundo de Tamboril, Província do Ceará, filho da Capitão Francisco Salles de Araújo, da Fazenda do Serrote, Terra dos Inhamuns de homens de palavra, de tempera forte, honrados e destemidos.

Arraial de Campo Largo, desde 1826 foi "lugar de residência de Carvalhêdo", sim do Major Antonio de Souza Carvalhedo, que muito contribuiu no palco principal da História do Sul do Maranhão

No Brasil, muitos fatos narrados pela Família Carvalhêdo, foram sendo transmitidos através das Gerações, ao longo destes 339 anos (1680 a 2019), e assim, entrou para a História escrita e publicada através de livros e de jornais da Província Maranhense, bem como de outras e até mesmo na Capital do Brasil Imperial. 

Os Carvalhêdo do Maranhão - do Piauí - Ceará - Pernambuco - São Membros do mesmo Tronco da Árvore Genealógica, proveniente do Cidadão Português Antonio de Souza Carvalhêdo casado em 1704, com Nazária Ferreira Chaves, filha do rico Sesmeiro o Coronel Manoel Martins Chaves, do Porto da Folha, antes Capella do Buraco, em Penedo das Alagoas, quando ainda pertencia a Capitania de Pernambuco. 

O antigo Arraial de Campo Largo, na beira do Rio Alpercatas, teve sua expansão impulsionada pela existência das antigas Fazendas dos Padres Jesuítas, e que nesta citada região a historia nos legou duas Fazendas, das quais cito apenas uma aquela que entraria para a História como: "Fazenda Nacional de São Bernardo" às margens do Riacho Ourives que, deságua no Rio da Corda ou Rio Canela, que depois seria denominado Rio Corda. 

Voltando ao tempo presente, o glorioso e histórico Arraial Campo Largo, é atualmente um Lugar Desconhecido até mesmo pelas autoridades do assunto chamado: HISTÓRIA DAS POVOAÇÕES DO SUL DO MARANHÃO. 

Um abraço fraterno e saudosista deste Carvalhêdo, aos Filhos desta Terra, tão rica na sua fauna e flora. 

Palmas-TO, 10 de Setembro de 2019. 

Creomildo Cavalhedo Leite

domingo, 8 de setembro de 2019

CAFÉ DA MANHÃ!



CAFÉ DA MANHÃ!

O aroma do negro suor
Exala pela casa escancarada
Na manhã que desperta sonhos
Sob este céu de setembro
Reedita as brisas de maio
Com límpido firmamento.

Fragrância que embriaga a alma!
Remete à necessárias lembranças,
Aguça doce saudade
De meus tempos de criança.

Fecho os olhos...
Viajo na infinita dimensão
Do infanto encanto
Atirando-me à desejada paixão.

Agarro-me ao passado,
Sem indulto da Independência!
Vou reconstruindo cenas,
Presente da divina providência!

(Jean Carlos Gonçalves)
Tuntum-MA -08/09/2019.


terça-feira, 9 de julho de 2019

ESCRAVIDÃO


ESCRAVIDÃO 
Meus amigos do Bandeirante
Ouçam-me com atenção
Nesta poesia vou contar
Sobre a escravidão

A escravidão é diferente de tudo
Extremo sofrimento
Criança, mulher, homem, negro
Vivem em tormento

Quando chegaram na fazenda
Começam-lhe logo a maltratar
Jogando-os na senzala
Com fins a explorar

Ambição tem os senhores
Que só querem o dinheiro
Tirando o sonho de inocentes
Onde poderia existir, o tão sonhado respeito

Então minha gente
Agora pra terminar
Deixo-lhes a recomendação
Defenda o trabalhador
Disque 100 com determinação
Ajude a resgatar a dignidade
Para um sofrido cidadão.

(Hugo Leonardo Andrade Araújo Filho)
Hugo Leonardo Andrade Araújo Filho,16 anos, estudante do 1º Ano A, do Centro de Ensino Estado do Maranhão.