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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Menino de 14 anos que passou em federal de medicina dá palestras sobre Enem

Paulo Rolemberg
Do UOL, em Aracaju
28/07/201520h03
José Victor Menezes Teles, agora com 15, dá dicas para estudar para o Enem

A vida do sergipano José Victor Menezes Teles mudou quando no início deste ano obteve nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) suficiente para ser calouro do curso de medicina da UFS (Universidade Federal de Sergipe) com apenas 14 anos. O adolescente do município de Itabaiana (SE), a 52 km da capital, agora com 15 anos, tem utilizado as horas de folga, antes do início das aulas na universidade, para ministrar palestras em Sergipe e alguns Estados brasileiros, com dicas para estudar e resolver as questões nas provas do Enem.

"Depois de toda a repercussão midiática, indiscutivelmente, houve várias mudanças em minha vida, passei a ministrar palestras. Nelas converso desde a questão da maturidade até resolução de questões do Enem", revelou José Victor, ao lembrar que o tema das palestras é: "O meu desempenho para alcançar o sucesso". O adolescente fez questão de ressaltar que esta exposição na mídia mudou a conduta pública dele, inclusive nas redes sociais, nas quais tem sido vigiado, constantemente, pelo uso formal da língua portuguesa. "Neste ambiente virtual que tendemos a nos portar informalmente, sou cobrado para o lado formal da língua, que, de qualquer maneira, não deixa de ser construtivo", salientou.

O adolescente disse que tem cobrado pelas apresentações, mas não quis revelar o valor. No entanto fez questão de frisar que também tem feito palestras para alunos em escolas públicas de forma gratuita. "Na maioria das instituições, que foram particulares, fui orientado a estabelecer um preço em um tempo específico. Entretanto, nas instituições públicas, que fui convidado pelos meus pais e ex-professores, ministrei filantropicamente', contou ele, que já esteve em municípios do interior do Espírito Santo e em Campo Grande (MS), com uma média de três palestras por cidade.

Segundo José Victor, esta nova atividade na vida dele deverá durar até o início das aulas no curso de medicina que ainda não tem data prevista para o início devido a greve dos professores na UFS. Porém não descartou continuar ministrando palestras. "Estão em segundo plano é só as realizo quando não estou em períodos escolares, atualmente a UFS está em greve, o que me disponibiliza tempo", avisou.

Questionado sobre os estudantes que nas férias ficaram longe dos livros, José Victor, como tem feito nas palestras, deu dicas. "Quando se está de férias, realmente, há uma tendência natural de acomodar-se mais, pois não haveria aquela cobrança rotineira exercida pelo colégio. Entretanto, digo isso por experiência própria, que cada vez que for utilizar uma rede social, fazer uma pesquisa na internet, ou algo do tipo, resolva ao menos uma questão, de preferência que tenha gabarito para poder nivelar-se", orientou.

Para José Victor, aplicativos e as redes sociais devem ser utilizadas como aliados nos estudos. "Torna-se interessante ter algum "app" no celular ou tablet, para poder estar resolvendo casualmente os exercícios, pois dessa forma não se tornaria cansativo e, simultaneamente, muito produtivo", afirmou ele, ao descartar o rótulo de "gênio". "Os resultados que atribuem a genialidade, na verdade, são frutos das pequenas ações que todos deveriam praticar, como por exemplo resolver questões nas férias", frisou.

Livro
E a mente do garoto franzino do interior de Sergipe não para de ter ideias. Em breve poderemos ter o escritor José Victor. Está nos planos dele, escrever um livro sobre a sua trajetória de estudo até alcançar a vaga no curso de medicina. "Uma frase que o descreve é: a inovadora performance que pais compromissados e estudantes conscientes precisam conhecer", finalizou.

terça-feira, 28 de julho de 2015

A adesão do Maranhão à Independência do Brasil

Por Rogério Henrique Castro Rocha

MOREAUX, F.R. Proclamação da Independência.

O dia de hoje, 28 de julho, comemorado como feriado estadual, demarca na história o dia em que, no ano de 1823 - após vários levantes e a oposição de grande resistência - o estado do Maranhão aderiu à Independência do Brasil.

Os questionamentos que proponho que nos façamos aqui são os seguintes: houve mesmo adesão do Maranhão à independência do Brasil? Seria esse o termo mais apropriado para definir o que historicamente ocorreu em nosso estado?

Em primeiro lugar, vale destacar que a assim chamada "adesão" do Maranhão à Independência do Brasil ante Portugal não aconteceu através de um gesto espontâneo. Logo, não se deu de forma livre da parte daqueles que comandavam o estado colonial à época. 

Em segundo lugar, seguindo-se o mesmo raciocínio constante na afirmação inicial, se não houve concordância expressa livremente, não houve, pois, um assentir, ou seja, não houve um consentimento do Maranhão para com o panorama que se configurava ao resto do país.

Isto posto, podemos afirmar que a palavra adesão, no sentido pleno da palavra, não é a melhor expressão linguística para dizer o que se passou naquele período da história. Ademais, o que se caracterizou claramente, desde o início, foi, antes de tudo, resistência e oposição (nunca adesão). 

Mesmo porque aderir é uma ação propositiva, concordancial, um ato de assentimento a determinada realidade. E o Maranhão efetivamente não aderiu (e possivelmente demoraria bem mais a aderir) à independência do Brasil em relação à Coroa Portuguesa.

Por isso, em vez de adesão, proponho adotarmos a expressão utilizada por Marcelo Cheche Galves (2011) em seus estudos, e que, ao meu ver, descreve perfeitamente o fenômeno histórico-social analisado, qual seja, o que houve foi a gradativa "incorporação simbólica do Maranhão ao novo corpo político que se delineava". 

Naquelas circunstâncias, portanto, o Maranhão foi incorporado ao movimento de independência (e não aderiu a ele). E mais: essa incorporação não deu-se efetivamente, mas apenas simbolicamente, visto que o sentimento de não pertencer àquele novo quadro situacional permaneceu ainda arraigado na opinião pública maranhense por um tempo considerável.

A título de aprofundamento, aos curiosos, e a fim de buscar entender as razões pelas quais teimava nosso estado em não desvencilhar-se do Estado Português, seria fundamental consultar as fontes documentais existentes no Arquivo Público do Estado do Maranhão, que conserva vários documentos que retratam a situação política da época, bem como no período pós-independência. 

Recorrendo-se aos documentos (originais e secundários), sobretudo cartas trocadas entre o governo local e as autoridades de dentro e fora do estado colonial português, pode-se perceber de que forma se desenrolaram as lutas e quais interesses estavam subjacentes à posição maranhense.

No Maranhão do início do século XIX as elites agrícolas e pecuaristas eram fortemente ligadas à Metrópole. Naquele período o estado era uma das regiões mais ricas do país, vivendo uma fase de relativa pujança econômica, com a presença de intenso tráfego comercial com os portugueses, além da existirem fortes laços políticos com a Coroa.

Por ocupar uma posição geográfica privilegiada, mais próxima da Europa, o acesso marítimo a Lisboa tornava-se mais facilitado do que com o sul do país, razão pela qual, por exemplo, os filhos dos comerciantes mais prósperos eram, quase sempre, mandados à Europa, muitos deles fazendo todos os seus estudos escolares e universitários em instituições de ensino de Portugal. 

Outro traço que ajuda a contextualizar o que era o Maranhão daquele tempo - e que nos permite entender melhor a razão de sua resistência à ideia de desvincular-se do domínio português - é o de que nossa região era por demais conservadora e, geralmente, avessa às ordens que partiam do Rio de Janeiro, então principal e mais importante cidade do Brasil e centro do poder do Império do Brasil convertido à independência.

O governo provincial pregava a permanência do Maranhão sob o jugo português, posição essa que se reforçava ainda mais ante a quase inexistência, no seio da sociedade maranhense, de oposição à tese. Fato este também firmado no teor das publicações da imprensa da época, principalmente a da cidade de São Luís, que não só sustentava essa visão anti-separatista, como, de parte da opinião pública, diziam seus cidadãos serem "verdadeiros portugueses".

Segundo nos informa o professor Marcelo Galves, para além das motivações de ordem político-ideológicas, 

O que estava mesmo em jogo era a indicação para cargos públicos e a obtenção de privilégios. Na época, São Luís tinha cerca de 30 mil habitantes. A população masculina, adulta e branca, não chegava a quatro mil pessoas. Entre elas estavam os "homens de bem": importantes fazendeiros e comerciantes que tinham relação próxima com o governo provincial, e por vezes chegavam a ocupar cargos públicos. Em sua maioria, eram membros do Corpo de Comércio e Agricultura da cidade. (GALVES, Marcelo Cheche. Independência é traição. Revista de História da Biblioteca Nacional: Rio de Janeiro, 2008.)

Naquele tempo, uma Junta Governativa fiel às ordens vindas de Lisboa controlava a região do vale do rio Itapecuru, onde estava situada a vila de Caxias, uma das principais cidades do estado atualmente. Foi lá, em Caxias, que o major Fidié (João José da Cunha Fidié) e seus comandados resistiram ao avanço das tropas do Império, após a derrota na Batalha do Jenipapo, travada no vizinho estado do Piauí. 

Fidié, após resistir por alguns dias com seus soldados aos ataques das tropas imperiais, situados no morro do Alecrim (parte mais alta da cidade de Caxias), teve que capitular, sendo preso e depois mandado de volta a Portugal, onde foi recebido como herói.

São Luís, como tradicional reduto português que era, foi bloqueada por mar e ameaçada de bombardeio pela esquadra do almirante escocês Thomas Alexander Cochrane (o Lord Cochrane), sendo forçada a aderir à Independência em 28 de julho de 1823. 

No Brasil, mais especificamente, Cochrane foi crucial nos trabalhos prestados ao imperador D. Pedro I, a quem foi indicado por José Bonifácio de Andrada e Silva, então ministro das relações exteriores. Seus valorosos serviços lhe renderam, dentre outras reverências, o título de Marquês do Maranhão. Título que se vê inscrito na lápide do túmulo onde encontra-se enterrado, na Abadia de Westminster, em Londres.

Lord Cochrane foi, por sinal, um personagem importantíssimo nas lutas de independência na América do Sul, tendo participado das campanhas de libertação do Chile e Peru, a pedido destes governos, com feitos memoráveis, tendo sido contratado para ajudar a combater as forças que resistiam aos processos de independência em curso nesses países. 

Um detalhe interessante é que somente em 7 de Agosto de 1823 foi assinado o termo oficial de Adesão do Maranhão à independência brasileira, na Igreja da Matriz, no centro da cidade Caxias. Ou seja, a adesão maranhense como um todo, se levarmos em conta a referência histórica acerca da data de assinatura do citado documento em Caxias, foi, a bem da verdade,ainda mais tardia que a data hoje simbolizada pelo feriado estadual.

Como bem descreve Galves, ilustrando o clima de tensão que viveu nosso estado, afirma que

Em julho de 1823, uma Câmara Geral reunida em São Luís oficializou a "adesão" da província ao Império brasileiro. Após as formalidades que a ocasião ensejava segui-se um espinhoso processo de legitimação do novo centro de autoridade na dinâmica política provincial. A "adesão" - resultado do avanço das tropas oriundas do Ceará e Piauí e do desembarque, em São Luís, liderado pelo almirante Cochrane ante a resistência dos "portugueses" da província - deixou marcas profundas. Da Corte, não tardaram a chegar outras medidas de força, como o reenvio de tropas em 1824, a demissão do presidente da província no final do mesmo ano, e a prisão/julgamento, nos tribunais do Rio de Janeiro, de dezenas de envolvidos nos tumultos que agitaram a cena provincial. (2011, p. 106)

Apesar da proclamação da independência do Brasil em relação a Portugal, todo o legado colonial foi mantido sem que houvesse, de fato (mas apenas ao nível simbólico), uma ruptura histórica real para com o status quo ante. Pelo contrário. A escravidão, a monocultura e a monarquia permaneceram, bem como os demais privilégios que gozava a elite ligada ao poder.

Os anos que se seguiram (chegando aos nossos dias) foram ainda bastantes cruéis com o Maranhão, haja vista sua longa história de governos (e desgovernos) oligárquicos, que contribuíram negativamente para o atual momento do estado (e com reflexos decisivos em seu futuro), levando-o a um empobrecimento secular. Legado nefasto que lhe rende, ainda hoje, péssimos indicadores sócio-econômicos dentro do nosso país.

Referências:

GALVES, Marcelo Cherche. "Aderir, "jurar" e "aclamar": o Império no Maranhão (1823-1826). Almanack. Guarulhos, n. 01, p. 105-118, 1º semestre 2011.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/independencia-e-traicao

http://www.maranhaodagente.com.br/adesao-maranhao-independencia-entenda-o-feriado-de-hoje/

http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/lorde_cochrane_marques_maranhao.html

http://cultura.ma.gov.br/portal/sede/index.php?page=noticia_extend&loc=apem&id=13

sexta-feira, 24 de julho de 2015

POR UMA INCLUSÃO DOS JOVENS DE TUNTUM

Se quisermos ampliar o horizonte de oportunidades para os nossos jovens estudantes em Tuntum, precisamos urgentemente, atualizar nossas ações, no sentido de melhor orientá-los para que sejam ativos, participativos, engajados em sua própria causa: sua sobrevivência e seu êxito nessa sociedade competitiva e seletiva.
Vários são os programas do Ministério da Educação e de outras instituições governamentais que oferecem mecanismos para uma formação cidadã participativa, indispensável para os jovens nos dias atuais, e, para o próprio amadurecimento e fortalecimento da democracia no Brasil. Entretanto, por razões diversas, que vai desde a necessidade de aperfeiçoamento dessas políticas públicas por parte das instituições competentes, até a quase total ignorância do conjunto da sociedade civil, esses programas não são plenamente democratizados.
No Brasil, ao longo de sua formação sociocultural, sedimentou-se a ideia de que a solução dos problemas é atribuição exclusiva da classe política. Desse modo, é compreensível que a sociedade, organizada num sistema político representativo, reforce ainda mais essa postura historicamente construída,  e, aguarde como expectadora, pelas ações do Estado para solucionar os problemas, decorrentes das demandas e dos conflitos existentes. Deriva daí, o grande problema prático, que atrofia  e fragiliza nosso regime de organização: atribuir ao outro o dever de fazer. 
Tudo isso se traduz em omissão, passividade, e sendo um pouco mais ácido, covardia. Nada mais ilustrativo dessa aplicação prática de "nossa ética" do que a célebre frase dos covardes: "Alguém tem que fazer alguma coisa!".
Precisamos superar esse modelo de prática social, de homem e buscar continuamente construir uma nova mentalidade, um novo cidadão, que esteja em consonância com os postulados na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional (Lei 9394/96), expressão dos nossos anseios sociais. Todavia, cabe ressaltar que é de todos a responsabilidade em promover as ações necessárias na solução das problemáticas emergentes.
Não se trata de negar as atribuições do Estado na resolução dos problemas, ao contrário, mas enfatizar que o mesmo, somente o fará, mediante a participação consciente do conjunto da sociedade civil. Do contrário, continuaremos a assistir à reprodução e ao aprofundamento das desigualdades sociais. 
Dentre os programas nessa linha de formação cidadã que o governo oferece, está o "Parlamento Jovem Brasileiro" , que é realizado anualmente e tem por objetivo possibilitar aos alunos de escolas públicas e particulares a vivência do processo democrático, mediante participação em uma jornada parlamentar na Câmara dos Deputados, na qual os estudantes tomam posse e atuam como Deputados Jovens.
No último dia 22/07, a Secretaria de Educação do Estado do Maranhão - SEDUC, divulgou uma lista de:

"Doze estudantes maranhenses que tiveram seus projetos pré-selecionados para participar do Parlamento Jovem Brasileiro 2015 (PJB 2015). Destes, três serão classificados para representar o Maranhão no Congresso Nacional, em Brasília, durante a edição do projeto para este ano. O resultado final do processo seletivo será divulgado no dia 17 de agosto, no portal da Câmara e na fanpage do programa. Os 12 projetos maranhenses vêm de escolas das cidades de Imperatriz, Paraibano, São João dos Patos, Bacabal, Vargem Grande, Trizidela do Vale, Vitorino Freire, São Luís e Poção de Pedras. A lista completa está disponível no portal da Secretaria de Estado de Educação. Entre os projetos do Maranhão, há o da estudante Beatriz Cabral Farias, do Centro de Ensino Nova Vitória, de Imperatriz, que sugere a obrigatoriedade para concessionárias de veículos automotores de plantar árvores para atenuar o efeito estufa e o impacto ambiental no território brasileiro.
O projeto do estudante Bruno de Sousa Noleto, do Centro de Ensino Manoel Campos Sousa, do município de Paraibano, dispõe que o político tenha um nível de escolaridade determinado e o de Giorgia de Andrade Brito, do Centro de Ensino Presidente José Sarney, de Bacabal, determina a construção de berçários em instituições de ensino público para mães solteiras adolescentes de baixa renda." (SEDUC-MA)

Ficamos muito felizes pelos irmãos maranhenses, mas nós tuntuenses devemos participar ativamente desse e de tantos outros projetos também. Temos que demonstrar iniciativa e oportunizar novos encaminhamentos aos nossos jovens, motivá-los e envolvê-los. Os filhos de Tuntum merecem e devem está incluídos nessas políticas porque é seu direito inalienável.
Os sistemas de ensino de Tuntum, devem melhor divulgar, incentivar, e exigir que as suas respectivas unidades de ensino, desenvolvam trabalhos sistemáticos voltados à inserção dos estudantes nos diversos programas governamentais, como o já citado Parlamento Jovem Brasileiro, o Projeto Jovem Cientista, Projeto Jovem Senador, as Olimpíadas de Língua Portuguesa, e tantos outros. Principalmente, as Olimpíadas Brasileiras de Matemática da Escolas Públicas, OBEMEP, que não podem ser encaradas como uma mera formalidade e/ou instrumento de avaliação dos sistemas de ensino, mas como uma mola propulsora para emancipação dos estudantes. Portanto, deve ser trabalhada sistematicamente.
As escolas em Tuntum ainda não tem uma política institucional definida, pois sua prática cotidiana não está pautada num Projeto Político Pedagógico construído democraticamente pela comunidade escolar. Pouco, ou quase nada tem sido feito para incluir os jovens do Ensino Médio de Tuntum e ninguém melhor do que a escola pra assumir a vanguarda nesse processo de mudança de mentalidade, para que os pais e a comunidade em geral, tomem consciência de sua ação, e, assim, possam participar e exigir a efetiva democratização das oportunidades.
Precisamos urgentemente de assumirmos o engajamento na luta pela ampliação de novas possibilidades alternativas para os tuntuenses, pois somente com a mobilização de todos os agentes é que teremos condições de direcionar os nossos jovens rumo a um futuro desejável.

Cientistas descobrem fóssil de cobra com 4 patas, que pode ter sido roubado do Brasil

Pesquisa foi feita na Europa, com fóssil de um museu alemão. Cientistas brasileiros acreditam que a peça, originária da Chapada do Araripe, no Nordeste, tenha saído ilegalmente do País. Departamento Nacional de Produção Mineral vai pedir investigação

Ilustração de como seria a cobra de quatro patas, que tinha 20 cm. Os cientistas sabem que ela era carnívora, pois encontraram restos de um vertebrado fossilizados em seu estômago. Crédito: Julius T. Cstonyi
Por Herton Escobar / O Estado de S. Paulo
Cientistas europeus estão anunciando na edição desta semana da revista Science a descoberta uma cobra com quatro patas que viveu há 120 milhões de anos onde hoje fica a Chapada do Araripe, no coração do sertão nordestino, na divisa do Ceará com Pernambuco e o Piauí. Trata-se de um achado potencialmente revolucionário para o estudo da evolução das cobras e lagartos no mundo todo, mas que não deverá arrancar aplausos da comunidade científica brasileira. Muito menos das autoridades nacionais.

Apesar de o fóssil ser patrimônio brasileiro, os autores da pesquisa são todos estrangeiros, e não está claro como a peça saiu do País. A lei brasileira proíbe, desde 1942, a exploração e retirada de fósseis do território nacional por estrangeiros sem autorização do poder público.

Os autores do trabalho dizem que a peça estava “há várias décadas” em uma coleção particular e que não há informações sobre como, quando ou por quem ela foi coletada.

“Não tenho como provar que isso não é verdade, mas eu não acredito”, disse aoEstado o chefe da Divisão de Proteção de Depósitos Fossilíferos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Felipe Chaves. “É um material muito nobre para ter ficado guardado tanto tempo sem despertar o interesse de ninguém.” Segundo ele, este é o primeiro fóssil de cobra (com ou sem patas) já descoberto no Araripe, e está em excelente estado de conservação. “Do ponto de vista paleontológico, é um material espetacular.”

O mais provável, segundo Chaves, é que o fóssil tenha saído ilegalmente do País. “Vamos solicitar à Polícia Federal que abra uma investigação sobre isso”, afirma.

O presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia, Max Langer, é da mesma opinião. “Pode até ter acontecido como eles (os autores) dizem, mas é muito pouco provável. A maior probabilidade é que esse fóssil saiu há poucos anos do Brasil, de forma ilegal”, avalia Langer, professor do Departamento de Biologia da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, no interior paulista. “É muito frustrante.”

Procurado pelo Estado, o autor principal da pesquisa, David Martill, disse que viu o fóssil pela primeira vez três anos atrás, durante uma visita com seus alunos ao Museu Bürgermeister-Müller, em Solnhofen, na Alemanha. Segundo ele, a peça estava exposta como um “fóssil de vertebrado desconhecido”. “Me disseram que o espécime veio de uma coleção privada”, afirma Martill, professor da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra.


Martill é um crítico conhecido da lei brasileira de proteção aos fósseis, que ele diz considerar anticientífica e xenófoba.

“Pessoalmente, não dou a mínima sobre como o fóssil saiu do Brasil ou quando ele saiu do Brasil. Isso é irrelevante para o significado científico da peça”, disse-me Martill, em uma entrevista por email. “Os paleontólogos brasileiros podem acreditar no que eles quiserem”, desafia o britânico. “Não há nenhuma etiqueta no fóssil dizendo quando ou como ele foi coletado. Ele só foi reconhecido como sendo certamente do Brasil porque eu sou um especialista na Formação Crato”, completa Martill, referindo-se à seção da Chapada do Araripe da qual o fóssil teria sido extraído, que possui um tipo muito característico de rocha.

Para o herpetólogo (especialista em répteis) e paleontólogo Hussam Zaher, do Museu de Zoologia da USP, cabe aos autores demonstrar a legalidade do fóssil, e não ao Brasil. “Eles é que têm de provar isso”, diz.

ELO PERDIDO?

Zaher questiona o estudo não só do ponto de vista ético mas científico. A análise que os autores fazem do fóssil, segundo ele, é “furada”. “Não há nenhuma evidência irrefutável de que esse bicho seja uma cobra”, afirma Zaher, que ajudou a descrever alguns dos primeiros fósseis de cobras com patas e tem vários de seus trabalhos citados no artigo de Martill. Ele acredita se tratar de um “lagarto serpentiforme”, e não de uma cobra verdadeira. “Está muito mais para lagarto do que cobra”, diz.

“Bem, é meio que uma cobra-lagarto, porque tem patas. Mas é mais cobra do que lagarto”, rebate Martill. Na interpretação dos autores, trata-se de uma forma intermediária (vulgo “elo perdido”) entre lagartos e cobras, com características dos dois grupos. O animal tinha cerca de 20 centímetros e a espécie foi batizada de Tetrapodophis amplectus. Não é a primeira vez que se encontra uma cobra com patas, mas todas as espécies descobertas até agora tinham apenas duas patas (traseiras), nunca quatro.

Se a interpretação dos autores estiver correta, o Tetrapodophis é mesmo uma descoberta espantosa, que pode revelar muitos detalhes sobre a evolução das cobras. A teoria predominante é que as serpentes evoluíram de uma linhagem de lagartos que foram reduzindo suas patas gradativamente, até perdê-las por completo (ao longo de muitas gerações, por meio de um processo de seleção natural). Há dúvidas, porém, se essa transição ocorreu no ambiente marinho ou no meio terrestre. Se Tetrapodophis é mesmo uma cobra primitiva, suas características anatômicas sugerem que a transformação ocorreu em terra. Seu corpo não possui nenhuma característica de animal aquático; é típico de animais fossoriais, adaptado para cavar túneis e se esgueirar por debaixo da terra. Os pesquisadores acreditam que suas patas — incrivelmente bem preservadas no fóssil — eram ainda funcionais, mas usadas para ajudar a segurar presas, não mais para locomoção. Onde ficava o estômago do bicho, podem ser vistos os restos fossilizados de um outro vertebrado, indicando que a cobra era carnívora.

Além de Martill, assinam o trabalho Nicholas Longrich, da Universidade de Bath, também na Inglaterra, e o alemão Helmut Tischlinger, sem filiação acadêmica. Longrich disse ao Estado que concorda com a posição de Martill, de que a ciência não pode ser atravancada e que pesquisadores devem ter liberdade para estudar fósseis de outros países, mas entende a preocupação dos brasileiros e acha que o fóssil deveria retornar ao país de origem. “Se a escolha fosse minha, eu teria devolvido para o Brasil. Mas o fóssil não era meu, então a escolha não era minha.”

O fóssil, em excelente estado de preservação. Crédito: David Martill




quarta-feira, 22 de julho de 2015

Governo do Estado cria programa de intercâmbio para jovens de escolas públicas

Governador Flávio Dino ao lado do vice-governador Carlos Brandão,do deputado estadual 
Othelino Neto e do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação na oficialização do
programa ‘Cidadão do Mundo’.


Com 100 vagas para alunos de 18 a 24 anos participarem de intercâmbio linguístico em diferentes países no primeiro ano de execução, o Governo do Estado oficializou o programa “Cidadão do Mundo”. Destinado a estudantes de escolas públicas ou de entidades paraestatais sem fins lucrativos, o programa levará os primeiros estudantes maranhenses ao exterior com despesas arcadas pelo Governo do Estado em 2016.


A partir da criação oficial do programa, que passou pela aprovação da Assembleia Legislativa, o programa “Cidadão do Mundo” dará oportunidade aos jovens oriundos da rede pública de ensino de terem experiências internacionais. Com isso, o Governo do Estado investe na emancipação dos jovens que vivenciarão outras experiências civilizacionais e terão acesso a culturas diferentes.

Essa é mais uma medida para “transpor a barreira econômica, aparentemente intransponível, na formação dos jovens maranhenses,” foi o que avaliou o governador Flávio Dino durante o evento. Para ele, o programa garante aos estudantes da rede pública acesso a experiências que os engrandecerão pessoal e profissionalmente.

O Programa ofertará bolsas de estudos em duas modalidades: cursos de Ensino Médio (High School) e de Idiomas. A medida é mais uma ação do Governo do Estado pela inclusão social e concretização de direitos aos jovens hipossuficientes de escolas das redes estatais, sistema S e organizações sem fins lucrativos.

Durante o evento, Dino fez questão de destacar que a ideia foi debatida com o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em uma de suas visitas ao Maranhão. “Aprendemos com experiências exitosas e abrimos diálogo para a construção de um Brasil mais justo”, disse, ao destacar também esforços como o programa ‘Ciências Sem Fronteiras’, do Governo Federal.



Ao detalhar os pré-requisitos do Cidadão do Mundo, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Bira do Pindaré enfatizou a oportunidade concedida pelo Executivo aos jovens maranhenses e a sensibilidade do governador ao acolher a ideia. “Com esse programa, o Governo diminui as barreiras para formação dos jovens de Escola Pública. Estamos de fato dando oportunidades para os jovens maranhenses terem um diferencial na carreira profissional”, disse o secretário.


Para participar da seleção, os candidatos deverão ter nacionalidade brasileira; egressos ou integrantes da rede pública de ensino ou de instituições de ensino vinculadas a entidades paraestatais ou a fundações sem fins lucrativos; ter obtido, ao longo do ano imediatamente antecedente à inscrição no Programa, frequência mínima de 80% nas aulas regulares e aprovação com média igual ou superior a 7 em todas as matérias cursadas.

Marcaram presença no lançamento o vice-governador, Carlos Brandão; os deputados estaduais Othelino Neto e Wellington do Curso; o deputado federal, Rubens Pereira Jr; os secretários estaduais Marcelo Tavares (Casa Civil), Bira do Pindaré (Ciência, Inovação e Tecnologia), Robson Paz (Comunicação), Gerson Pinheiro (Igualdade Racial) e Susan Lucena (adjunta da Mulher); a presidente da Funac, Elisângela Cardoso; o prefeito de Timon, Luciano Leitoa; o vice-reitor da UEMA Walter Canales e o secretário municipal de Educação, Geraldo Castro.

Como vai funcionar?


A seleção dos alunos levará em conta a nota obtida na última avaliação do Enem, a nota obtida no Curso de Imersão em Língua Estrangeira (disponibilizado pelo Programa), a frequência em sala de aula no 3º ano do Ensino Médio e a maior idade. As datas e os detalhes para inscrição e seleção serão publicados no portal da Secti até o dia 31 de agosto de 2015.


Cada aluno selecionado receberá uma bolsa de R$ 1.500,00 para alimentação e transporte no país para o qual for selecionado. Para o ano de 2016 serão disponibilizadas 100 vagas, seguindo os critérios acima.

O programa integra o conjunto de ações voltadas para a educação e inclusão do jovem maranhense no mercado de trabalho. A construção dos Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia (Iema), a criação de programas como o CNH Jovem e o Rondon Regional têm como principal objetivo capacitar os jovens e assegurar novas oportunidades de emprego aos jovens maranhenses.


Fonte: Governo do Maranhão

terça-feira, 21 de julho de 2015

Prazo de cadastramento para garantir o recebimento dos livros didáticos termina em agosto


As escolas do Sistema Estadual de Ensino têm até o dia 30 de agosto para realizarem seu cadastramento e garantir o recebimento dos livros didáticos. O não cadastramento implica no bloqueio do recebimento de livros didáticos de 2016.
As escolas deverão acessar o SISCORT – Sistema de Controle e Remanejamento da Reserva Técnica, que é um sistema virtual que incentiva o remanejamento de livros didáticos entre as escolas e o atendimento com a reserva técnica.
As sugestões para requerimento de reserva técnica ou de remanejamento são feitas automaticamente pelo sistema (fnde.gov.br/simad). Quando as escolas preenchem a atualização de alunado e de livros recebidos em 2015, via Correios, no menu do sistema, as secretarias devem aguardar que os pedidos de reserva técnica sejam gerados para autorizar seu atendimento.
Livro Didático
O Programa do Livro Didático tem como meta principal prover as escolas públicas com livros de qualidade. Nesse sentido, o Ministério da Educação, por intermédio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, em parceria com as secretarias Estaduais de Educação – SEDUCs, visa atender alunos da Educação Básica e Bibliotecas Escolares com livros didático-pedagógicos.
Data20/07/2015
FonteAscom/Seduc

sábado, 18 de julho de 2015

O MEU PRESENTE! O MEU COMPROMISSO!




Por algumas vezes tive a ideia e até a iniciativa de criar um espaço virtual, para fins sócio educacionais .Todavia, por razões diversas, foram experiências efêmeras, fugazes.

Agora, mais uma vez revigoro as energias, na esperança e convicção de que podemos contribuir mais e melhor para o nosso Município.Veiculando informações, ofertando possibilidades educativas/pedagógicas, difundindo conhecimento, irradiando cultura. A NOSSA CULTURA!

Nesse afã de falar de nós mesmos, de olharmos no espelho de nossa história, de utilizar a palavra, o discurso como forma de empoderamento de nossas ações, de construir uma representação lógica, coerente de nosso passado, como meio para nos autocompreendermos, é que buscamos otimizar aqui, os recursos necessários para cumprir nossa proposta, ou, ao menos fazer uma PROVOCAÇÃO a todos aqueles que declamam amor à Tuntum.

Próximo de completar 60 anos de emancipação política, padecemos da ignorância de nosso passado. Sabemos mais dos outros do que de nós mesmos. Há muito para se investigar, discutir, refletir, em suma, há muito que se fazer por Tuntum, pois como diria Jacques Bossuet: "A história é o grande espelho da vida; instrui com a experiência e corrige com o exemplo".

Assim sendo, convido-lhes então:
Aos filhos e filhas deste amado Torrão
Aos erradicados (como eu)
Aos que passaram
Aos que estiveram
Aos que ficaram
Aos que ao mundo ganharam

Façamos eco ao "ECOS DE TUNTUM"!!!!!!!!!!!
Apresentemos ao mundo o que temos de melhor, as nossas singularidades, potencialidades, e, responsavelmente, nossas limitações, contradições, demandas e anseios.

Sejam bem-vindos! Um abraço fraterno a todos e todas!

Jean Carlos Gonçalves!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

ECOS DE TUNTUM

Dos precursores tambores nativos
Dos batuques aquilombados ignorados
Dos remotos cajados caçadores
Dos pingos na rocha que ao infinito ecoam

Das dantes torrentes veias d’águas sertão a cruzar
Das ingazeiras e gameleiras no riacho à beira
Das soberbas noites de luar
Das brisas de maio a julho, a face afagar

Das batidas dos pilões que a recordação apresa
Das pancadas no babaçu o macete a quebrar
Das farinhadas mutirão
Das festivas tardes no engenho

Dos baldes ao fundo das cacimbas, bálsamo nosso
Dos terreiros varridos no limiar da aurora
Dos lares interessadamente providos
Dos caminhos prematuramente percorridos

Dos rojões, denúncia da alegria, os sinos a badalá
Dos festejos, ora sagrado, ora profano
Dos sincretismos não diluídos
Dos dualismos mal resolvidos

Dos cobras e labigós, ora sem sentido
Dos cristianismos com tantos ismos
Dos patrícios e plebeus
Dos insanos revanchismos

Dos gols e dribles de nossos craques magistrais
Dos estrondos da torcida alucinada
Dos choros incontidos nas derrotas imputadas
Dos brados nas batalhas triunfais

Das batidas à porta madruga solidária
Das mesas receptivas, oh! peregrino
Das casas hospitaleiras, oh! caminheiro
Das despedidas de choro coletivo

Das belas musas inspiradoras
Das sinuosas curvas, olhares galantes congelam
Das desilusões protagonizadas, antagonizadas
Das partidas, idas sem regresso

Dos teus filhos rebentos, corações a pulsar: Tuntum
Das vontades manifestas, esperança de horizontes cruzar
Das aspirações urgentes
Dos gritos de liberdade na plenitude da alma, tuntuense...

Dos tantos ecos... Deixai...  Fazei ecoar!



(Jean Carlos Gonçalves)