Pesquisar este blog

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

INFÂNCIA EM TUNTUM

Por José Remy Alves e Silva* 
Largo da Praça Eurico Ribeiro, a Pracinha.
Lugar de diversão da criançada no  Antigo Tuntum.
As brincadeiras das crianças de hoje e de antigamente são bem diferentes, a molecada hoje tem: iPod, iPad, iPhone, lap top, ou seja, é a famosa parafernália eletrônica já nascendo com o DNA da cibernética e manuseando essas gerigonças com uma maestria tamanha que dá inveja.
Peteca ou bolinha de gude
Jogam, fazem corridas em carros imaginários, pilotam aviões, tiram fotografias e inserem em outras parafernálias através de técnicas que eles vão descobrindo. É, mais eu não troco pelas brincadeiras de antigamente, como jogo de peteca, você com direito a platéia e uma boa pontaria quicar de longe a peteca do adversário. Jogar um peão sobre o outro, os que "morressem"(parasse de rodar) seriam bicados pelo peão do adversário, as bicadas: Fazíamos uma espécie de “cabresto” no pião do vencedor e amolava a ponta do prego na calçada até ficar afiado e começava a massacrar o pião do adversário que chegava a partir ao meio sob o aplauso dos estudantes. Isso acontecia sempre antes das aulas, no intervalo ou até depois delas, em frente aos colégios Bandeirante, Paroquial, Isaac Martins (o Grupo Velho).


Jogo de pião
 Em Tuntum, na minha infância empinávamos papagaios e os fazíamos com varetas de buriti, bambu, taboca, cola e papel de seda; depois fazíamos a rabiola; linha boa era a linha corrente número 10, comprávamos nos comércios do Manoelzinho da Assunção, Zé Felinto e do seu Dedé e após, corríamos pela rua aonde os embates aconteciam. Realizávamos as manobras, fazia o bicho embicar para cortar a linha dos outros papagaios, nos transformava em heróis ou bandidos, se o papagaio não atingisse a perfeição do movimento ou da manobra tentada. Não sabíamos dos riscos que o cerol trazia (cerol é uma mistura de cola, grude como chamávamos era feito de tapioca, misturávamos com o pó de vidro moído de preferência de injeção que pegávamos nas lixeiras dos hospitais ou das farmácias de Dona Rita Coelho, Dona Inocência, seu Dodô e do Zequinha Enfermeiro). Outra arma secreta era uma Gilette implantada no final da rabiola do papagaio para corta linha com cerol. Não recordo de algum acidente ou incidente, ainda que fossem utilizados em profusão. O anjo da guarda dos papagaieros nos protegiam! Hoje, é certo que jamais permitiria o uso dessas verdadeiras “armas”.

Imagem ilustrativa
Derrubar, abater o papagaio do outro refletia uma conquista, e a garotada, os sem papagaio ficavam a espreita, torcendo para aqueles que estivessem cortando, ou seja, guerreando, cruzando com outros papagaios, com o cerol implantado nas suas linhas ou com as Gilettes nas rabiolas para derrubar o mais rápido possível um papagaio, que era para eles entrarem na brincadeira, quando acontecia o abate, tinha a desabalada correria buscando alcançar o papagaio abatido, um verdadeiro troféu, que jamais seria reclamado pelo antigo dono e com isso, meus camaradas, os quintais eram invadidos e aí, de quebra e de boa fé se furtava uma: goiaba, abacate, carambola, caju, tangerina, manga. O sal com pimenta do reino já andava no bolso, isso, era estratégico. Agora, tinha um mas: Quem derrubasse o papagaio do outro e se ele viesse enroscado na linha do seu objeto flutuante, você era aplaudido e passava a ser o dono do despojo do adversário vencido.

A gurizada de Tuntum dos anos 1970. Possuir uma bicicleta era luxo.
Aos sábados e domingos aconteciam os banhos de riacho que começava pelo Poço do Velho que ficava atrás cadeia pública. Nesse trecho, tinha um barranco de massapé onde fazíamos deslizador tipo tobogã, que era para descer até a água. Nos demais trecho do riacho que ia até o Pubeiro a mata ciliar era diversificada; arvores altas, palmeiras, ingás, sapucaias, atracas, jatobá, cajá e as rasteiras, canapu melancia da praia, melão de são caetano etc. A vegetação alta cobria todo trajeto do riacho como uma cúpula de uma catedral. As gotas d’água desciam pelas raízes emergente das árvores que saiam pela fendas dos paredões areníticos e caiam no leito do riacho, que era quase todo de pedra, e formava cacimbas. As melhores era as cacimba do Pinga, da Otília, do Velho Julião e a da Mucuíba. Após esse trecho do riacho chegávamos ao Poção e Pubeiro. Esse trajeto era feito tomando banho, passarinhando, naquela época não tínhamos a consciência da preservação da fauna, pescávamos piaba, bodó, cará, tabaco doido, mandi e comendo frutas silvestres. O bom era quando atingíamos a área entre o Poção e o Pubeiro, nesse trecho tinha a vazante do tio Alípio que era uma quinta com uma cacimba e muitas frutas. Obs: Essa dádiva que a natureza nos legou (as pedras retiradas desses paredões e do leito do riacho servem hoje de alicerces para as residências, outras edificações e pavimentações das ruas. A precursora dessa destruição – “pasmem” – foi a igreja católica de Tuntum, o nosso templo foi construído todo em pedra retirado dos paredões e do leito do riacho, todas essas destruições foram capitaneada pelos padres capuchinhos, debita-se também, como promotor dessa "façanha" o velho Julião que se intitulava dono das pedreiras do riacho) foi destruída e mais tarde contaminada pelo poder público haja vista, a falta de saneamento básico, fossas assépticas, aterro sanitário, pelo descaso dos moradores que residem as margens do riacho e pelos empresários donos de cerealistas (usinas de arroz) e de serrarias, os vilões da história são: Luiz Gonzaga, Manoel Valente, Alípio Coelho, Abelardo Ferreira, Gerardo Urucu, Zé da Mata, Antônio Joaquim, Raimundo Cunha, João Ferreira, Carlito Cunha, Franckalino, Cornélio Noleto, Clinica São José e Hospital Hermes Cunha, etc., que despejavam direto no leito do riacho, palha de arroz, pó de serra e outros excessos oriundos das usinas de arroz, serrarias, lixo doméstico e o pior!! Lixo hospitalar, contaminando uma água de mesa, transparente, límpida, inodora, cristalina própria para o consumo, e com certeza sem a necessidade de exame bacteriológico. Na época não havia uma política ambiental, por parte do executivo municipal, nem se quer, SE FALAVA EM PRESERVAÇÃO DE MEIO AMBIENTE, portanto, conscientizar esses empresários, quanto ao futuro desse manancial, que hoje, lamentavelmente agoniza ferido de morte. Com certeza, isso nunca foi ventilado, eles nunca atentaram para esse desfecho e nem um tipo de alerta foi dado a esses cidadãos. (só nos resta lamentos). “Na cidade de Morros que fica na direção dos lençóis maranhense, tem o hotel casa de pedra nesse hotel, tem um riacho com as mesmas características do riacho de Tuntum, vale apenas conferir”.

Os banhos, essa farra toda tinha hora para acabar principalmente aos sábados, por que a partir das dezesseis horas em ponto começava o catecismo e a igreja ficava repleta fervilhava de crianças. Frei Dionísio muito pontual dava inicio a pregação tratando todos de modo inteligente e sensível que era para harmonizar o ambiente e acabar com a algazarra “mulher do lado direito e homem do lado esquerdo tudo isso monitorado pela Nozinha”, só que você colocar no mesmo espaço o Elimar, Gardênio, Pedro Rones, Junior do Gerardo, Zé Brugueia, Nego Silva, Wagno Lobão, Chiquinho Andrade, Alexandre, Idaspe, Zé Neto, Ligon, João José, Chico Engole, Gessé Pacará, Zamba, Gessé do Abelardo, Zé Pinheiro, João do Ozano, Francês, Zaquinha, Pé de Pega, Zeca do Irineu, Djalma do Júlio Dantas, Raimundinho Bacabal e outras figuras que não me recordo no momento dava muito trabalho. Só o nosso Frei para manter essa moçada sobre controle, mas, de vez em quando o clima era desarmonizado com os peidos (se fedesse muito era bufa) do Elimar e do Zé Brugueia. O catecismo era ministrado com um projetor de slides, era o que tinha de mais moderno em Tuntum, na época poucos se quer, conheciam um aparelho de televisão, era como se hoje dispuséssemos de um painel de Led esses utilizados nos estádios.


E, após íamos jogar futebol, alias, jogo de futebol tinha todos os dias pelos campos da rua do Ariston, Baixa da Égua, no pátio dos colégios, rua do Zé Preto, rua da Bosta, Pubeiro, Poção, Maria Cosme, São Coquita. Com a construção do estádio Dom Adolfo Bossi, obra do grande empreendedor Frei Dionísio, as peladas passaram a ser concentrada no nosso moderno estádio. E a bola, ora! A bola podia ser de meia, de borracha, de couro que naquele tempo vinha com encordoamento ao meio, como se fora um fecho, que as fazia correr como estivesse meia torta, o esférico objeto moderno só chegou em Tuntum tempos depois. Não tínhamos chuteira e valia tudo, pés descalço, kichute, tênis, sapato etc. 



As brincadeiras de hoje com essas parafernálias disponível por técnicas modernas, sinceramente a meu ver não dar a desenvoltura para as crianças como a brincadeiras de antigamente.
Escritor Remy da Mata, colaborador do Ecos de Tuntum
________________________
*José Remy Alves e Silva, o Remy da Mata, natural de Tuntum e filho da união das tradicionais famílias da Mata e Benvinda. É escritor de Alto Solimões - Crônicas I e II, Miscelâneas, Inspiração e Crônicas Maçônicas. Atualmente, está aposentado como Superintendente da Infraero no Amazonas, estado que reside atualmente.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Mestre Quinca Julião - Um dos Construtores de Nossa História!

Por Jean Carlos Gonçalves.
Joaquim José dos Reis, o Mestre Quinca Julião
Tenho refletido muito sobre o papel do indivíduo comum para a construção da história.
Fico pensando o quanto de trablalho é necessário para que um seleto grupo se torne personagens conhecidos e imoralizados pelas colossais obras da engenharia e arquitetura, a produção da arte, pelos próprios registros da história, que sempre fora um mecanismo de fazer culto a imagem dos "grandes homens", reconhecidamente heróis. Mesmo ciente de que não é reflexão inédita, insisto a pensar, posto que, não basta a simples constatação de coisas tão óbvias, mas de buscar a aplicação prática das conclussões que fazemos a cada exercício mental dessa natureza.

Coincidentemente, hoje fui apanhar meu filho na escola, quando virei a face, mirei sentado no banco aguardando seu netinho, também estudante da escola, um senhor de terceira idade de fisionomia vívida, considerando sua idade. Não hesitei, imediatamente bradei: 

- Mestre Quinca Julião!
- Diga Meu Amigo!

Na verdade eu esperava: - Fala, Meio Quilo! Sempre chamava assim, devido a minha massa muscular. Aproximei apertei-lhe a mão e sentir a mesma força de 25 anos atrás. Homem tinha força e aparentemente, o tempo não a dimuniu.
Mestre Quinca, aguardando o netinho no banco da
Escola Santa Gianna Beretta Molla. Costume diário
Joaquim José dos Reis, nascido em Tuntum em 1940, é um amigo desde inicio dos anos 1990. Eu contava apenas 11 anos de idade, ele homem na casa dos cinquenta. A grande diferença de idade, não impediu a amizade entre o homem e o menino, um moleque magricelo, que o saudoso Honorato Paraibano, tratou de reder-lhe a alcunha de Meio Quilo. 

Na casa de Honorato Paraíbano, Mestre Quinca, na roda que se formava todas as manhãs e tardes, no tabuleiro de damas, enchia a boca para dizer: Joga Meio Quilo! Quero ver tu te sair dessa! Perdeu Meio Quilo!

O moleque era abusado. O melhor de damas naquela época. A todos vencia, os adultos sofriam.  Impressionava. Despertava admiração de todos. Deixava Mestre Quinca e os outros perús (como se chama os espectadores do jogo), com a ligeira impressão de que ia perder, quando de repente, numa jogada final, como um mágico que tira um truque da  cartola, finalizava o adversário numa só jogada.

Os breves segundos entre aquele forte aperto de mão e o assento ao seu lado naquele banco, me conduziu a todas essas lembranças. Mas era necessário iniciar um diálogo para que o velho amigo não ficasse sem nada entender diante de meu silêncio momentâneo. Daí lembrei de Julião, seu pai, que somente conheci pelas conversas que sempre estabeleci como os mais idosos. Comecei a perguntar sobre Mestre Julião, e Mestre Quinca como muita empolgação relatou-me:
"Meu pai foi um antigo tirador de pedras na beira do riacho para construir a igreja. Eu também trabalhei com meu pai. Mas trabalhei muito para a Igreja quando o Frei Dionoísio era o vigário, nos anos 1970."
Ele apontou para o piso do corredor da Escola Santa Gianna Beretta Molla, antigo Centro Pastoral, com o dedo em riste apontou: "Esta vendo esse piso? Fui eu que botei. Veja aí se tem algum mosaico desses aí mais alto que o outro?"

E com um soriso de satisfação enfatizou: 
"Naquela época eu tinha vista boa! Trabalhei muito. Assentei todo o piso aqui da paróquia, desde a primeira sala até a última. Quem fez o rejunte do alto da torre da igreja fui eu. Além disso, trabalhei na paróquia de Dom Pedro e também na igreja do Alto Alegre. Lá naquele povoado que antigamente pertencia a Barra do Corda, onde os índios mataram os padres (Massacre de Alto Alagre, em 1901)."
Mestre Quinca, pisando sobre os mosaicos
que ele próprio assentou há mais de 45 anos.
Numa manhã inesperada, ganhei  um presente preciosíssimo de Mestre Quinca Julião, pois seu enriquecedor relato me fez voltar aquela reflexão inicial e fiquei impressionado como extraordinarimente, um homem tão simples, humilde, mas valorosíssimo, contribuiu tanto para a dinâmica da vida social de Tuntum, que a atual geração insiste em silenciar, omitir, reservando os lugares de destaque, exclusivamente, para as figuras que ocupam os cargos de poder.

A imagem que construi, ao longo dos anos, de Mestre Quinca foi de homem alegre e ao mesmo tempo muito sério e correto, mas que gostava muito de brincar com os mais jovens. Sempre foi dono de um sorriso e gargalhada inconfundível nas rodas de damas, ou no seu lugarzinho sagrado, de onde assistia as partidas no Velho Dom Adolfo Bossi, especialmente, para assistir seu filho Jerre, destacado atacante da Associação Esportiva Tuntuense e do Atalanta Futebol Clube de Tuntum, no inicio dos anos 1990.

Lembro que eu contava 10 ou 11 anos, quando assisti Seleção de Tuntum x Espressinho de São Luís e Seleção de Tuntum x América de Codó. Nas duas partidas o placar registrou 1 x 1 e Jerre marcou os gols. Só lembro de Mestre Quinca vibrando, eufórico com os gols do filho e após ouvir tantos elogios dos torcedores em volta, ao final das partidas, dizia, já com comedida felicidade, risonhamente falava para os que estavam próximo: "O Jerre é oportunista. Se vacilar ele faz!"

Eu de perto, criança espiava aquele homem esbanjando alegria, sabia que tinha como ofício a profissão de pedreiro, tudo era muito sem sentido para mim. Eu menino, não tinha dimensão da importância histórica daquele homem que tempos depois se tornaria um amigo através dos tabuleiros de damas e do jogo de 3-7 da Casa do saudoso José do Pedrão. Foi o acaso, um breve encontro na escola, que ele todos os dias religiosamente apanha o netinho,  e eu raramente busco o meu filho, que em poucos minutos rememorei tantas lembranças e descobri tantas proezas realizadas por aquele velho amigo.

Da união matrimonial com Dona Sebastiana, Mestre Quinca, teve além de Jerre, o primogênito, mais uma filha, a Jerreane.
Mestre Quinca, um dos construtores de nossa história
Um Homem de vida modesta, que pautou sua vida em virtudes, nos bons valores do trabalho e da família. De passado impoluto e caráter ilibado, que tanto fez por Tuntum, precisa ser colocado em seu devido lugar de importância na história local. É, portanto, dígno de nossa gratidão, respeito e reconhecimento. Pois, muitos que diariamente cruzam as salas e corredores daquela escola ignoram que aquele Grande Homem, diariamente pisa sobre os mosaicos, que de próprio punho, assentou há mais de 45 anos. 

Assim sendo, o Ecos de Tuntum apresenta Joaquim José dos Reis, o Mestre Quinca Julião, como um dos construtores de nossa história.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

FELIZ ANIVERSÁRIO POETISA VILANI!!

Por Jean Carlos Gonçalves.
Vilani recitando seu poema "A OBRA DO CRIADOR"
Feliz coincidência, logo hoje que o Ecos de Tuntum apresentou a poetisa Vilani para o mundo, descobrimos que ela está aniversariando, completando 66 anos nesta data.

A poetisa Maria Vilani Soares Costa, nasceu, em 18 de fevereiro de 1951, no município de Iguatu-CE. Ainda criança, chegou ao município de Tuntum em 1958, na localidade São Bentinho, próximo ao grande povoado Creoli do Bina. Casou-se em 1969, com José Rosendo Costa e passou a morar no Bruto, fazenda de propriedade de seu sogro, Rosendo Bernardo da Costa (atual fazendo do Zezinho irmão do falecido Zé Almir. Após 25 anos fixou residência no Creoli do Bina, onde reside até a presente. Da união com José Rosendo, teve 7 filhos.

Viúva desde 2001, a artesã e poetisa leva vida modesta, mas exercitando sempre as boas virtudes, próprias das grandes mulheres construtoras da história do município de Tuntum.

O blog Ecos de Tuntum, na pessoa do Profº Jean Carlos, parabeniza a poetiza popular, que na sua simplicidade nos presentei com sua profunda sabedoria.

Que DEUS regue sua vida com muitas bênçãos, materializadas e plena saúde, paz e gloriosas conquistas.

Feliz aniversário!!!!

TRIBUTO AO HUMANISTA E DEMOCRATA JOAQUIM MORAES

*Por José Remy Alves e Silva
José Remy Alves e Silva, o Remy da Mata

Joaquim Rodrigues de Morais passou pela vida de maneira soberana e íntegra, ficou conhecido pelas nossas cercanias como um Homem chamado virtude. Sua configuração física de homem elegante empunhava admiração, cabelos brancos, com certeza o Grande Arquiteto do Universo os pintou com a mesma tinta que ele pintou as nuvens estratocumulus. 

O gentleman andava bem trajado, sempre alinhado e mantinha se dentro dos valores cívicos bem elevados, o mesmo civismo que se corporificava através do cumprimento dos seus deveres como cidadão, combinados com a plena consciência dos seus direitos. Muito solícito, Joaquim Morais jamais criticava uma pessoa, ainda que estivesse sendo castigada por um testemunho pesado, aniquilador. A trajetória de vida desse ilustre cidadão se integra à história de Tuntum, da qual é um dos protagonista, participante ativo em todas as etapas evolutivas da nossa cidade. 

Como político e empresário contribuiu para a construção do nosso município, atuando em diversificadas atividades entre as quais, no ramo de hotelaria, comércio, foi proprietário de um empório de secos e molhados. Joaquim Moraes era também um autodidata, aprendeu com a escola da vida, por si só, um intelectual nato, sempre comprometido com a fidelidade da verdade, da coerência e da imparcialidade. Esse tripé foi o seu esteios, o sustentáculo e a manutenção de sua independência como empresário e político. 

Joaquim Morais se envereda pela política partidária no início da década de 60, se elege em 1964 vice-prefeito na chapa com Luiz Gonzaga da Cunha. 

No inicio dos anos de chumbo, o Brasil fugia do comunismo, e dava início ao governo Militar com o Marechal Castelo Branco assumindo a presidência da república. O Maranhão era nessa época era comandado pela máquina da ditadura violenta e sanguinária de Vitorino Freire. O Deputado Ariston Costa, fiel escudeiro de Vitorino na mesorregião do Mearim, não satisfeito com a liderança da dupla Luis Gonzaga e Joaquim Moraes, os depõe na marra de seus cargos por aproximadamente 60 dias. 

Ariston Costa era um dos comandantes da tropa de choque da ditadura Vitorinista, tinha carta branca para agir à margem da lei. Com a vitória de José Sarney em 1965 para o Governo do Maranhão, Joaquim Morais e Luiz Gonzaga se fortalecem dando realmente início ao seu governo, e após seus mandatos, elegem sucessivamente diversos correligionários e amargam apenas uma derrota nas urnas em uma chapa composta por José Justino e Silva – Zé da Mata e Antônio Joaquim da Cunha. 

A posse de Zé Sarney foi concorridíssima, pelo fato da queda do governador oligárquico, o Tenente Vitorino de Brito Freire, um dos líderes do PSD nacional, é dele a frase “vou ao Maranhão apertar as cangalhas”, que demonstra, de um lado, o desprezo pela população que o acolheu. Esse cidadão de Pernambuco veio ao Maranhão para servir a ditadura Getulista e do outro, o poder de coronel, chefe autoritário, cacique, características imanentes ao vitorinismo. 

Joaquim Morais e Luiz Gonzaga com toda bancada de Vereadores de Tuntum se deslocaram até São Luís, para prestigiar o mais novo Governador eleito pelo povo da historia do Brasil, que veio mais tarde se tornar a figura mais conhecida da UDN a ganhar prestigio nacional com seu programa de governo o Maranhão Novo. O gentleman, Joaquim Morais era o nosso diplomata, o nosso Henry Kissinger tupiniquim, ele moldou a política tuntuense na década de 60 e 70. 

Ao comando dos dois líderes seguiram então para a capital em caravana. Durante o cerimonial de posse Joaquim Morais que era amigo do vice-governador eleito, Antônio Dino, esteve grande parte do temp com Glauber Rocha (o jovem cineasta Glauber Rocha que se encontrava no Maranhão fazendo o filme que tinha como título: "Deus e o Diabo na terra do Sol", Glauber fez o documentário da posse de Sarney, nesse documentário aparece a figura de Joaquim Morais), e com as estrelas do jornalismo Samuel Wayner e Nelson Rodrigues. 

Ao retornarem de São Luís, Joaquim Morais traz consigo uma cópia do discurso de Sarney que foi rodado no velho mimeógrafo e distribuído entre os políticos, correligionários e o povo. O Mestre Elias o nosso Príncipe Negro, passou então a divulgar durante todo dia pelas ruas de Tuntum na boca de ferro (o Mestre Elias tinha um Jeep com uma amplificadora com era conhecida, adaptada no capô) que as oito horas da noite Joaquim Morais iria ler na íntegra na voz do progresso o discurso de Sarney (a voz do progresso era uma boca de ferro instalada no alto de um poste de madeira, que ficava exatamente onde está instalado o posto de gasolina, no início da praça São Francisco de Assis. Esse meio de comunicação pertencia a Prefeitura, Luiz Gonzaga divulgava através desse sistema de comunicação os feitos do Paço Municipal e era também de utilidade publica) pontualmente as 20:00h ele inicia a leitura do discurso: 
"Recebo em praça pública o direito de governar o Maranhão, direito que me foi dado pela vontade soberana do povo, o céu e nossa terra testemunharam os longos, trabalhosos, ásperos e heróicos caminhos que me conduziram a esta solenidade e a este instante. O Maranhão a partir de hoje é outro Maranhão! A partir de amanhã os troncos das cadeias da Santa Luzia, Tuntum, Presidente Dutra e São Mateus não funcionarão mais; a partir de hoje, os delegados de polícia serão instrumento da ordem; a partir de hoje o direito de cada um será respeitado a insegurança o banditismo não contarão com a proteção oficial, porque eles estão na preocupação do Governador com vergonhas a extirpar." (Discurso de posse do governador do Maranhã, José Sarney, em 1966)
O povo delirava, o velho mercado que ficava onde hoje e o local da praça, já estava tomado e Joaquim Morais continuava: "Por todo o Maranhão espalharam-se os métodos da tortura, da extorsão, do saque, do marasmo e do não fazer; do deixa, do largar, do espera, do fica aí, do está dando, do não adianta; enfim as luzes baixas que não aquecem e não ilumina..."

Joaquim Rodrigues de Morais era otimista ao extremo, cortês com muitos, sociável com todos, tinha muitos amigos e inimigo nenhum, homem virtuoso. Para quem o conheceu, nada preciso dizer. Para quem não o conheceu, tudo que eu falar sobre sua personalidade é insuficiente para defini-lo.

_______________________
**José Remy Alves e Silva, o Remy da Mata, natural de Tuntum e filho da união das tradicionais famílias da Mata e Benvinda. É escritor de Alto Solimões - Crônicas I e II, Miscelâneas, Inspiração e Crônicas Maçônicas. Atualmente, está aposentado como Superintendente da Infraero no Amazonas, estado que reside atualmente.

Sarau no Creoli e a Poetisa Vilani

Por Jean Carlos Gonçalves.
Poetisa Vilani, Profº Jean Carlos, Poeta Ezequiel, o Patativa de Tuntum
Dizem que as melhores coisas da vida são aquelas que você não planeja.
Não não sei, a até certo ponto, eu concordo com essa sentença. Mas faço uma constatação óbvia: alguns acontecimentos que espontaneamente ocorrem são muito mais agradáveis. E um deles inesperadamente ocorreu comigo esta última quinta-feira.

Logo que saí da residência do Poeta Ezequiel, o nosso Patativa de Tuntum, a Profª Márcia Araújo, a nossa embaixadora no Creoli do Bina, conduziu-me à casa ao lado e apresentou-me a Srª Maria Vilani Soares Costa, 66 anos, irmã do escritor e poeta Assis Soares, ambos cearenses, mas que chegaram ainda crianças no município, no de 1958. 

Na oportunidade a Srª Maria Vilani, falou-me da vida e obra de seu irmão Assis Soares, que por sua vez, integra a Academia Cordense de Letras. Após breve momento na sala de visitas de Maria Vilani, sentamos à porta, um costume característico de nossa gente.

Daí, começamos agradabilíssima conversa. De repente chega o Poeta Ezequiel, que começou declamar suas poesias, inéditas para nós, que intercalamos com diálogos comentários, além da leitura e recitação de poesias de Assis Soares, pois Maria Vilane empunha va um livro de seu irmão.

Entre uma e outra não resisti recitei uma poesia de minha autoria, que foi gentilmente bem recebida por meu interlocutores. Entretanto, o ápice, o mais surpreendente ocorrera quando Maria Vilani indagou: 

"- Eu posso dizer uma minha Professor?"
Com sorriso estampado no rosto, risonho, respondi: 
"- Por favor! Sem censura Dona Vilani. 
Antes gargalhadas tomaram conta de nosso aprazível cenário. E nossa poetisa declamou:

A OBRA DO CRIADOR!
O dia vem raiando
Vou rezar minha oração
Igreja florada, 
E o sino 
E o vilão
Para que você me nega
As luz do seu olhar
O sol nasceu para todos
Também quero aproveitar
Deus quando formou o mundo
Fez o sol 
E fez a lua
Fez o homem e a mulher
Fez dois amores no seguro
Seja o sol 
E seja lua
E seja lá o que DEUS quiser!

(Maria Vilani Soares Costa)

É como eu sempre digo: "Poesia puxa poesia... e poetas!
Sarau no Creoli

A poetisa Maria Vilani Soares Costa, nasceu, em 18 de fevereiro de 1951, no município de Iguatu-CE. Ainda criança, chegou ao município de Tuntum em 1958, na localidade São Bentinho, próximo ao grande povoado Creoli do Bina. Casou-se em 1969, com José Rosendo Costa e passou a morar no Bruto, fazenda de propriedade de seu sogro, Rosendo Bernardo da Costa (atual fazendo do Zezinho irmão do falecido Zé Almir. Após 25 anos fixou residência no Creoli do Bina, onde reside até a presente. Da união com José Rosendo, teve 7 filhos. 



Observe a imagem de anjos. A temática religiosa é recorrente na arte de Vilani

Crochê, outra paixão da poetisa Vilani
Viúva desde 2001, a artesã e poetisa leva vida modesta, mas exercitando sempre as boas virtudes, próprias das grandes mulheres construtoras da história do município de Tuntum.

Após outras recitações, o tempo aceleradamente implacável fez o sol declinar e tive que despedir dos novos amigos. Aos sorrisos e abraços, uma certeza: O inevitável retorno.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A DESCOBERTA DO POETA EZEQUIEL, "O PATATIVA DE TUNTUM"

Por Jean Carlos Gonçalves.

Aos poucos, surgem os efeitos positivos das postagens do ECOS DE TUNTUM, que em sua iniciativa de resgatar a história e  a cultura de nosso povo tem obtido frutíferos e surpreendentes resultados, pois muito temos desvendado e realizado a descoberta de grandes talentos. 

Um grande exemplo é a proeza da Professora Márcia Araújo, residente no povoado Creoli do Bina. Professora de Matemática, mas bastante inclinada para as questões humanísticas, é dotada de uma singular sensibilidade para com os elementos da cultura local e a gente de sua comunidade, tem desenvolvido um importante trabalho de valorização da cultura daquele grande povoado, e, desse, modo nos revelou talvez o seu maior achado: O POETA EZEQUIEL! A quem damos o codinome de O PATATIVA DE TUNTUM.
Profª Márcia e o Poeta Ezequiel.
Trata-se de um senhor de terceira idade, que reside no povoado desde 1969. Natural do município de Luís Gomes-RN, Ezequiel Alves de Morais, nascido em 10 de abril de 1942, nunca sentou num banco escolar. Aprendeu a ler em livretos de cordel, sendo, portanto, muito influenciado pelos poetas cordelistas, repentistas e cantadores de seu estado natal, onde a poesia de cordel é uma de suas maiores manifestações culturais.

Ezequiel Alves de Morais, o Patativa de Tuntum
Hoje, aos 75 anos e viúvo desde 2004, o Sr Ezequiel, além de poeta é um exímio artesão fabricante de arreios e passa a maior parte do seu dia-a-dia em sua pequena oficina ao fundo do quintal de sua casa, o que passa uma ideia inicial que é mais um modesto sertanejo levando modestamente sua vida no interior de Tuntum. 

O que muitos não sabem é que o Sr Ezequiel é dotado de um dom extraordinário de dizer com graça, destreza oral e muita beleza, as coisas da vida, da natureza. Isso mesmo! Ezequiel é autor de poesias que nos deixa maravilhados, especialmente, porque se trata de um homem que nunca sentou em bancos escolares e mal sabe escrever o próprio nome, mas foi no labor das dificuldades da vida desenvolveu a impressionante capacidade de compor e com um linguajar apuradíssimo.

O Poeta Ezequiel tem uma grande admiração e respeito pela professora Márcia, pois a admira por valorizar sua obra e render-lhe atenção. Além disso, a empatia e a amizade entre os dois aumenta cada vez mais, especialmente, porque a Profª Márcia assumiu a importante tarefa de documentar a vasta obra do Poeta, o qual até ontem vivia no anonimato e que agora apresentamos...

Vídeo 1- Explicação do poema Chuva


Vídeo 2 - Recitação do poema Chuva

Vídeo 3 - Recitação do poema Meu Bem 

Convertido, ao evangelho há sete anos, o Poeta Ezequiel, aborda em suas composições poéticas as temáticas da fé, da natureza, dos dramas existenciais, tragédias, heroísmos, dentre outras.

Na última quinta-feira, o administrador do Ecos de Tuntum, o Profº Jean Carlos Gonçalves, acompanhado da Profª Márcia Araújo, estiveram na residência do Poeta Ezequiel, que gentilmente nos recebeu com toda cordialidade e hospitalidade, próprias de um homem dotado de sabedoria e polidez no trato refinado conferido a nós, deixando-nos ainda mais maravilhados com o artista e o homem, que nos despertou um intenso sentimento de gratidão.
Profº Jean Carlos, adminitrador do Ecos de Tuntum, ladeado do Poeta Ezequiel
Agredecemos enormente também a Profª Márcia pela aguçada sensibilidade e competência, comprovada pela descoberta e valorização da obra do Sr Ezequiel, um verdadeiro gentleman que não precisou da academia para desenvolver as virtudes e o dom magistral de encantar a todos com sua poesia.

Desse modo, atingimos um enorme estado de satisfação diante da boa aceitação do conteúdo do Ecos de Tuntum e a, consequente, adesão de um considerável número pessoas dispostas a promover a cultura  do município.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O MARANHÃO EM 1917

Por Benedito Buzar*
Buzar, atual  presidente da Academia Maranhense de Letras
Demograficamente o Maranhão, há 100 anos, não tinha um milhão de habitantes. Sua população girava em torno de 800 mil pessoas, irregularmente distribuída nos 63 municípios. São Luis, com 52.920 habitantes, seguido de Caxias, Cururupu, Codó e Viana, respectivamente, com 52.316, 28. 190, 24.896, 23.931, eram as cidades mais populosas.

Em 1917, do ponto de vista econômico, o Maranhão não era o mesmo dos séculos XVIII e XIX, em que a sua elite social ostentava um padrão de vida semelhante a dos europeus, status perdido pela escassez de mão de obra resultante simultaneamente da abolição da escravatura e do declínio da lavoura do algodão.



Segundo o professor Jerônimo de Viveiros, “a liberdade dos escravos e o advento da República, uma desorganizando o trabalho agrícola e outro criando novas obrigações para o Estado, determinaram no Maranhão uma tremenda crise econômica, que se prolongou por um quarto de século”.

Essa terrível situação altera-se com a deflagração da I Guerra Mundial (1914-1918), com os produtos primários, principalmente o algodão, que voltam a ter boa cotação no mercado internacional.

Em 1917, o Maranhão beneficia-se dessa circunstância bélica, ganha alma nova e a economia incrementa-se. Esse ciclo de revitalização, afirma Tribuzi, foi suficiente para reequilibrar as finanças empresariais e públicas, fazendo o Estado viver alguns anos de otimismo, com a instalação de um parque industrial têxtil bem significativo.

Sob o aspecto político, indiscutivelmente, o Maranhão em 1917 não podia se envergonhar de sua representação no Executivo e no Legislativo, que tinham em seus quadros políticos intelectualizados e moralmente burilados. Como representantes do povo, participavam das lutas pelo poder com ardor e determinação, mas evitavam cair na vala comum da corrupção. Comparar Godofredo Viana, Luiz Domingues, Herculano Parga, Urbano Santos, Manoel Inácio Dias Vieira, Afonso Geffining de Matos, Clodomir Cardoso, Artur Colares Moreira, José Eusébio de Carvalho, José Barreto Costa Rodrigues e outros com os néscios que atualmente nos representam, é um exercício nada prazeroso.

OS NOSSOS GOVERNANTES

A figura humana e política que ocupava o cargo de governador do Estado do Maranhão em 1917 era o brilhante advogado Herculano Nina Parga. De acordo com o professor Mário Meireles, realizou um bom governo porque “soube tirar proveito das circunstâncias que no campo econômico sobrevieram da Primeira Guerra Mundial, sendo zelosamente honesto na aplicação dos dinheiros públicos, com vistas ao reequilíbrio das finanças estaduais.” Renunciou ao cargo em 3 de novembro, para concorrer às eleições de deputado federal, sendo substituído pelo vice-governador, Antônio Brício de Araújo.

Na sua gestão, fatos importantes vieram à tona. A 15 de março, a instalação na Rua do Trapiche, da primeira agência do Banco do Brasil em São Luis; a 1º de abril, a fundação da Liga Maranhense de Futebol, com a participação das agremiações Fabril Atlético Clube, Onze Maranhense, Esporte Clube Luso-Brasileiro, Bragança Esporte Clube e Santiago Futebol Clube. Sancionou leis de alta relevância, como a que criava o município de Axixá; isentou de impostos os interessados na instalação de fábricas de sal e na industrialização de peixes, mariscos e óleos em frigoríficos; autorizou a construção da estrada de ferro São Luis a São José de Ribamar. A propósito: o prefeito Luis Fernando Silva, bem que poderia agarrar essa proposta e reativá-la na sua gestão.

Um evento assaz relevante para São Luis: a 4 de outubro de 1917, a empresa Cinematográfica Maranhense inicia a construção do Cine-Teatro Eden, na Rua Oswaldo Cruz, onde funcionava o Cine São Luis, destruído pelo fogo. O engenheiro italiano, Gaspare Connazoni construiu a obra e inaugurada com a exibição do filme Chispa de Fogo.

A NOSSA REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR

O ano de 1917 não foi só de conquistas e sucessos. Flagelos também afloraram como as inclementes enchentes que transformaram nossos rios em mares de água doce, a devastar plantações, vilas e povoados. Os prejuízos causados pela cheia foram incalculáveis, preocupando as autoridades estaduais, que se juntaram para minorar o sofrimento das populações ribeirinhas. Nesse particular, o Governo solicitou ao Congresso Estadual (assim era chamada a Assembleia) autorização para contratar recursos, destinados às vítimas das enchentes dos rios Itapecuru e Mearim.

Um assunto muito debatido nas sessões legislativas de 1917: a concessão sem ônus às empresas estrangeiras de terras devolutas para fomentar a cultura de produtos agrícolas e criação de gado.

Deputados estaduais que atuaram na Assembleia Legislativa em 1917: Adolfo Medeiros, Afonso Geffining de Matos, Albérico Dias da Silva, Alcebíades Silva, Antônio de Azevedo Goulart, Antônio Pereira Rego, Antônio Soares da Silva, Aristides Rios, Artur Leão e Silva, Euclides Maranhão, Francisco Lisboa Filho, Georgiano Gonçalves, Heráclito Nina, Inácio do Lago Parga, Jorge Amorim, José Barreto da Costa Rodrigues, José Carneiro de Freitas, José do Rego Medeiros, Jorge Ferreira Pinto, José Joaquim Marques, Libânio Lobo, Luis do Lago Junior, Máximo Martins Ferreira, Nelson Serejo de Carvalho, Pedro Leão Viana, Saul Nina Rodrigues, Tarquínio Lopes Filho e Tucídides Barbosa.

O cargo de presidente do Congresso Legislativo, naquele ano, foi exercido pelo deputado Joaquim José Marques.

Na Câmara Federal, desempenhavam o mandato em 1917 os seguintes deputados: Henrique Maximiano Coelho Neto, Artur Quadros Colares Moreira, Francisco da Cunha Machado, João Dunshee de Abranches Moura, Luiz Antônio Domingues da Silva, Agripino Azevedo e Marcelino Rodrigues Machado. Uma representação parlamentar para ninguém botar defeito.

O PODER JUDICIÁRIO EM 1917

As turbulências políticas, pipocadas com o advento da República, repercutiram sobremodo nas Constituições Federal e Estadual, que sofreram alterações de monta, com reflexos diretos no funcionamento do Poder Judiciário. No Maranhão, os magistrados começaram a vislumbrar melhores condições de trabalho e dispor de maior estabilidade funcional a partir de 1917, quando uma reforma judiciária modificou tudo quanto fora feito anteriormente. Quem contribuiu muito para isso foi o desembargador Lourenço Valente de Figueiredo, que, graças à sua competência e firmeza nas ações, manteve-se no cargo de presidente do Tribunal de 1913 a 1917.

A CIDADE DE SÃO LUIS EM 1917

Naquele tempo, não existia em São Luis a figura do prefeito. Quem a administrava era o intendente, que chegava ao posto não pelas mãos de governadores, mas pela vontade do povo que o elegeu para cumprir um mandato de três anos, começado a 1º de janeiro de 1916 e acabado a 31 de dezembro de 1918.

O intendente de São Luis era o brilhante advogado, Clodomir Cardoso, que promoveu mudanças significativas na estrutura urbanística da cidade. Por lei, obrigou os moradores ao uso de cimento na construção de calçadas. O ponto alto de sua administração: a inauguração da luz elétrica.

Naquele ano, a capital do Maranhão se diferenciava das demais brasileiras por uma singularidade: a marcante presença da cultura na sociedade, que se orgulhava de ser Atenas Brasileira, título conquistado a partir do século XVIII, pela excelente qualidade de seus poetas e prosadores.

Fervilhava na cidade um elenco de instituições culturais, capitaneada pela Academia Maranhense de Letras, que articulavam movimentos literários e eventos artísticos e culturais, ações essas que resultaram no despontar de intelectuais da estirpe de Antônio Lobo, Maranhão Sobrinho, Domingos Barbosa, Nascimento Moraes, Viriato Corrêa, Vespasiano Ramos, Corrêa de Araújo e Humberto de Campos, nomes de valor, que se projetaram no cenário nacional.

Em meio a essa formidável onda cultural, o Maranhão ganha em 1917 dois nomes que anos depois se transformam em ícones da intelectualidade brasileira. A 21 agosto, nasce em São Luis, Josué Montello; a 10 de outubro, nasce em Nova York, Neiva Moreira.


______________________
*Benedito Buzar nasceu em Itapecuru Mirim. Jornalista, advogado, escritor, professor universitário (aposentado). Ex-deputado estadual. Ocupou cargos no setor público, dentre os quais, chefe de gabinete e secretário municipal de Educação e Ação Comunitária, presidente da Maratur, presidente do Sioge, secretário da Cultura do Maranhão, presidente do Conselho Estadual de Cultura, membro do Conselho Universitário da Universidade Federal do Maranhão, gerente da Gerência de Desenvolvimento Regional de Itapecuru Mirim. Membro da Academia Maranhense de Letras, da qual é o atual presidente. Publicou vários livros.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

TRIBUTO AO FREI DIONISIO GUERRA – O CONSTRUTOR DO BEM

Por José Remy Alves e Silva


Na década de setenta, chega em Tuntum Frei Dionísio Guerra. 

De origem italiana, aquele sacerdote guerreiro, voluntarioso, intrépido, amigo, sonhador, empreendedor e um grande construtor. 



Abandonou o Primeiro Mundo para doar-se ao Terceiro Mundo com aquela vontade indômita de fazer o bem e assumir uma enorme responsabilidade como pastor de uma jurisdição que ultrapassava os limites geográficos do município de Tuntum, que ia de São Joaquim dos Melos a Santa Vitória para levar a palavra de Deus através da Bíblia, seja evangelizando as mulheres, homens e crianças, brancos e negros, ou levando um pouco de conforto, um pouco de esperança, visando melhor qualidade de vida para o seu rebanho numa época em que, não tínhamos estrada e o povo vivia num isolamento total, abandonado a própria sorte.

As desobrigas por ele chamadas, eram feitas a lombo de animal uma maratona cansativa sem conforto nenhum, que só ele sabia cumprir com devotado amor ao próximo. E ele chegava aos recantos mais bucólicos onde a mão do Governo não alcançava, e inibia um processo que retirassem do isolamento espiritual e material as pessoas que viviam esquecidas fora da sede do município e os levasse rumo ao progresso e ao caminho da afirmação, do desenvolvimento, do exercício da cidadania e da fé cristã.

A obra de Frei Dionísio está consagrada não apenas na nossa MAJESTOSA Igreja que foi por ele concluída, mas também na visão pastoral combinada com a gestão social, como também no seu vigoroso empreendedorismo. Na visão revolucionária concebeu meios de implantar a escola PAROQUIAL plantando a semente do saber que acendeu a chama multiplicadora da alfabetização até o ensino médio, construiu oficina (prédio das obras sociais) para instruir mulheres jovens e adultas dando-lhes domesticidade quanto a: corte-costura, bordados, crochê, confeitaria, serigrafia etc. E, ainda, para toda comunidade jovem montou uma escola de datilografia “uma coqueluche na época, era como se hoje você tivesse fazendo curso de informática adentrando ao mundo virtual e acessando as redes sociais”.

Igreja Matriz
Ao fundo, vista  da lateral da nave da Igreja de São Raimundo Nonato.
Em primeiro plano, o Convento erigido sob os auspícios de Frei Dionísio Guerra
Além disso, Frei Dionísio construiu um convento e deu início ao noviciando abrigando jovens que tinham vocação eclesiástica e pedagógica para ministrarem aulas na escola paroquial e orientar seu jovem rebanho dentro dos preceitos da doutrina cristã, e aos sábados à tarde a igreja ficava repleta, fervilhava de crianças (os moleques) ele tratava a todos de modo inteligente e sensível, dava início à catequese com a força motriz que possuía cantarolando as musicas “Jesus Cristo” de Roberto Carlos e o “Homem de Nazaré” de Antônio Marcus, com certeza impulsionado pelo o Espírito Santo. O incansável sacerdote não parava, cuidava de sua pocilga, aviário, adorava o hortifrutigranjeiro, distribuía os produtos de sua horta. Tinha e conservava um belo pomar e, atire a primeira pedra quem de meus contemporâneos nunca lhe furtou de boa fé uma uva, manga, tomate, laranja lima, goiaba etc.
Oficina Mecânica São Loureço de Brindisi
Frei Dionísio sonhou, idealizou e construiu. Trabalhando de forma tenaz, instala uma oficina mecânica com tornearia e serviço de lanternagem que ficava a cargo do Meia Noite ( o Meia Noite era o Chefe de sua oficina e foi também o melhor zagueiro que Tuntum já teve), trouxe da Itália um caminhão de marca Detroit (esse veículo foi usado na Segunda Guerra Mundial, era rústico fabricado todo de ferro, tracionado um verdadeiro trator), que foi apelidado carinhosamente de “MODRONGO”, esse veículo era utilizado nas desobrigas, pelas freiras, religiosas(os) e pela juventude tuntuense transportando a banda os Dinâmicos da qual eu fui dos crooner (na década de 70 a igreja tinha uma banda musical chamada de OS DINÂMICOS, os membros Renatinho, Natan, Geovany, None, Sinhará, Múmia, Elimar, Meia Noite e outros que me falha a memória, até por que a banda não tinha uma formação fixa, nós estudávamos em São Luís, tocávamos em bailinhos e trajávamos um visual Hippie, cabelos longos, barba etc.). O “MODRONGO” também servia para os passeios de final de semana, jogos de futebol nas cidades circunvizinhas e nos famosos piqueniques que eram realizados pelos açudes do Gerardo Uruçu, Abelardo, Manoel Valente, Zé da Mata e até banhos de rio em Barra do Corda.
Obras Sociais, local onde se oferecia vários cursos para os jovens

Aprendizes de corte-custura
O incansável construtor não dava descanso para ele mesmo. Montou uma fábrica de cerâmica e começa a fabricar piso mosaico cerâmico, combogó e tijolos, com isso muda em Tuntum a cultura das construções de casa com adobe cru e os velhos ladrilhos. Ele não para por aí, passa a fabricar móveis tanto para a população como para as igrejas católicas, evangélicas e residências do complexo que faziam parte de sua paróquia. O predestinado eleito de Deus, com certeza, analisou a juventude tuntuense, viu a sua carência na área da esporte, lazer, e cultura e nos brinda com uma sala de cinema “O CANEQUINHO, esse espaço cultural foi batizado com esse nome devido em Tuntum já existir uma sala de cinema com o nome CANECÃO, e aí a moçada aproveitou a deixa, e o denominou carinhosamente com esse nome, vale ressaltar que o preço dos ingressos era bem acessível, o nosso Pároco era um visionário e pensava em tudo e assim chega a Tuntum a sétima arte, esse espaço por ele criado era também transformado em teatro para encenação de peças teatrais principalmente de cunho Bíblico Religioso. Após esses feitos funda o JAPREC – Juventude Associativa Paroquial Recreativa Esportiva e Cultural, que era nosso clube, nosso espaço “dance” na época da jovem guarda e ali dançávamos ao som do Rei Roberto Carlos, Jerry Adriane, Martinha, Paulo Sergio, Erasmo Carlos, Fevers, Renato e seus Blue Caps, Antônio Marcus, Vanusa, Wanderléya, Incríveis, Pholhas, Beatles, Pink Floyd, Rolling Stone e Bob Dylan etc. Antes da criação desse clube os bailes eram realizados nas residências do Gerardo Uruçu, Anfiloquio, Tônico Coletor, Tônico Saraiva, nos colégios Bandeirante, Comercial, Grupo Velho e no auditório do Município, hoje Prefeitura Municipal. Após, o Edino funda o clube dos 200 e o Hosmy Carvalho funda boate Laguna. 
Frei Dionísio Guerra
Frei Dionísio era de um dinamismo contagiante! Construiu em Tuntum o estádio Dom Adolfo Bossi hoje desativado, uma pena! Na sua sagração eu o vi eufórico entregando aquele monumento majestoso para a juventude, e ali, naquele palco esportivo eu vi os craques Tuntuenses construírem belíssimas jogadas a exemplo, do Elimar, Tema, Raimundinho, Meia Noite, Pé de Ouro, Tucá, Chico Cunha, Piudo, Aroaldo, Neco e Dedé do Leor, Serra Grande, Chiquinho Sertão, Chico Engole, Mirulão, João do Ozano, Raimundo e César Saraiva, Zeca Firme e Roberval e até eu fiz algumas firulas! E que viesse os times de São Luís, Teresina, Caxias, Codó e Imperatriz. Quem não tem saudade de ter assistido um jogo sentado ao lado do Frei Dionísio tendo próximo, o João Velho, Mudim, Júlio Dantas, Seu Dodô, Chico Batista, Mestre Riba, Mestre Elias, Dêjinha entre outras figuraças do nosso torrão Tupiniquim, comandada pelos técnicos Rogerão, Almir Lacerda e Aquiles? Isso tudo, em um 31 de agosto com a praça, o estádio e as ruas fervilhando de gente, vaqueiros vestidos a rigor com ibão de couro e tudo que tinham direito, inclusive cheios da manguaça, e a bola rolava na cadencia do SOM irradiado pelos amplificadores, boca de ferro da nossa MAJESTOSA igreja (nossa Igreja é uma das mais belas do Brasil, pena que hoje não é mais a mesma, foi DESCARACTERIZADA por dentro, ferindo a memória de Frei Pedro Jorge, Frei Felix e Frei Liberato, homens que tiveram a inspiração divina para ornamentar seu interior com gravuras de passagem bíblica, sua frente está cercada com grades metálica tem-se a impressão de que o nosso templo sagrado está SEGREGADO aos fiéis, o que não ocorria em épocas anteriores, enquanto isso outras religiões ficam com as portas de seus templos aberto 24 horas, é uma pena!), tocando “TRISTE PARTIDA” cantarolando assim “... Meu Deus, meu Deus, setembro chegou outubro e novembro, já estamos em dezembro meu Deus, que é de nós, meu Deus, meu Deus assim fala o pobre do seco Nordeste com medo da peste da fome feroz AI, ai, ai, ai ...” musica de Luiz Gonzaga o Rei do Baião, TEMA oficial dos Festejos de São Raimundo Nonato que foi escolhida e imortalizada nos corações e na memória dos Tuntuense pelo nosso brioso sacerdote.

Estádio Dom Adolfo Bossi, inaugurado em 31/08/1972.
Espaço de lazer construído quando Frei Dionísio era o vigário da Paróquia de São Raimundo Nonato
Frei Dionísio, no sentido espiritual e paternal, todos o tivemos como Pai ou como Avô, pela gratidão e pela imensidão do amor tão grande que lhe devotamos e que ficou para sempre, posto que, derivado do reflexo das bênçãos que Frei Dionísio nos legou, pessoas como ele jamais morrerão, enquanto o ser humano cultivar, a virtude da gratidão para reverenciar os espíritos generosos, que nos deixaram exemplos dignificantes, a partir de um trabalho hercúleo, bem fecundo, que traduziu a Mão de Deus, enviando um anjo, na figura exemplar de Frei Dionísio, para nos ajudar a sermos melhores cidadãos, cristãos mais virtuosos, pessoas mais felizes, esperançosas e realizadas. O Santo Padre nos deixou o legado de bom cristão e amor ao próximo, suas lições de vida nos enobreceram e hoje ele atuando na milícia CELESTIAL, lá em cima é nosso embaixador, nosso zeloso guardador e que o vosso espírito de bondade nos conduza pelo caminho da retidão nos abençoando todos os dias.

Santo Padre infinita graças vos damos Luz Divina e fiel consolador dos aflitos, penetrai nos abismos profundos dos corações tuntuense tornando dóceis e fiel ao Criador. Rogai por nós Frei Dionísio. A BENÇÃO GUERREIRO DE DEUS.
José Remy Alves e Silva, escritor e colaborador do Blog Ecos de Tuntum
________________________

*José Remy Alves e Silva, o Remy da Mata, natural de Tuntum e filho da união das tradicionais famílias da Mata e Benvinda. É escritor de Alto Solimões - Crônicas I e II, Miscelâneas, Inspiração e Crônicas Maçônicas. Atualmente, está aposentado como Superintendente da Infraero no Amazonas, estado que reside atualmente.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

COMPANHIA NA GÉLIDA NOITE!





Chuva que ora lentamente cai
Sobre meu telhado de sonhos
Ecoa sons indecifráveis
Dos anseios fustigados, amordaçados
Nos braços da gélida noite...

No compasso de teu ritmo
Consumo a solidão e o abandono
Daí não me queixo de ti
Tua sã conspiração 
Não impede o sonho.

Mas, resisto em desfalecer
Para da janela admirar tua poesia
Ouvi o dedilhar de tua mística melodia 
Sentir o sopro da brisa que te escolta
Afloras em mim, a esquecida alegria!

Com o tempo, tu lentamente se esvai
Parece ser vencida
Pela minha razão egoísta
O silêncio também te abraça
Agradeço-te pela companhia!

Hora de dormir!


(Jean Carlos Gonçalves)

POESIA PUXA POESIA... E POETAS!

Por Jean Carlos Gonçalves.

Hoje curiosamente amanheci e por toda manhã fiquei lembrando do texto "O MENESTREL" de William Shakespeare. 
Quem conhece o texto sabe bem da riqueza de ensinamentos de vida que o ser humano "Depois de um tempo aprende..."

Algumas coisas você aprende depois de um tempo, isso é fato. Porém outras, depois que você aprende, teimosamente insiste em não incorporar com guia de orientação de tuas próprias práticas. Daí sofre, por não compreender que coisas tão simples são de valor imensurável, edificantes e, invariavelmente, assiste e vivencia reveses. Tua sorte, se é que ela existe, talvez, consiste no fato de se ter, na maioria das vezes,  mais de uma oportunidade para recomeçar, de se reinventar.

Hoje, ao regressar de breve viagem,  deparei com um presente surpreendente e valioso, cuja o sentido de expressão jamais exprimirei com exatidão. Foge de minha limitada competência. Sei apenas que se Shakespeare aqui estivesse eu acrescentaria óbvia constatação que tanto se ignora: Depois de algum tempo você aprende que tem e recebe bem mais do que merecia.

Eis o presente:

A sua estrada é longa

Difícil de ser percorrida,
No constante vai e vem
Entre duas cidades queridas,
Lá está o tio Jean com sua rota Definida. 

És um exímio professor
Ao qual posso admirar, 
Pois trabalha com dignidade 
Para o conhecimento repassar, 
Dando aulas de história
Às quais podem fascinar.

Fico muito agradecido 
Por suas aulas prestadas,
Continue sempre assim 
Sendo uma pessoa honrada,
Pois sua história será
Em nossos corações gravada.

( Michael Gomes Vieira )

Michael Gomes Vieira, concludente do
Ensino Médio no Centro de Ensino Estado do Maranhão,
o Bandeirante de Tuntum, em 2016.
O presente é a gratidão de nosso mais novo poeta!
É a beleza do sentimento manifesto.
É a expressão de verdade que flui da essência de seu caráter.
É a generosidade dispensada a quem já perdeu de vista e, somente com singelo e precioso presente, reencontra em si mesmo, o sentido do fruto de seu árduo trabalho.

Ofereço-te singelamente na mesma proporção a minha recíproca GRATIDÃO! Obrigado Michael Gomes Vieira!

De cá fico a espreita aguardando novas poesias.
Convicto de que  incessantemente exalarás tua essência do BEM!