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sábado, 16 de dezembro de 2017

MINHA ESFINGE


A MINHA ESFINGE
Eu não sei quem eu sou. 
Mas sei muito bem quem eu não sou.
O que restar do que não sou
Também não corresponde a mim.

Contudo, muito seguro estou
De que não vale a pena...
Insistir no esforço de decifrar a esfinge
E depois no tolo exercício de persuasão
Para ingenuamente buscar convencer,
Os incautos e implacáveis juízes,
Do que supostamente sou.

( Jean Carlos Gonçalves)

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O MENINO E A FRESTA

Por Flávio Siqueira
O menino estava cansado.

Sentado em um canto da sala mexia distraidamente nos brinquedos que os adultos compraram para que ficasse quieto. Crianças costumam fazer perguntas inconvenientes.

De vez em quando prestava atenção nos homens que falavam sem parar. Não se interessava pelos assuntos propriamente, mas reparava nas intensidades, nos tons alterados, no jeito como defendiam suas ideias como quem defende a própria vida.

O menino estava cansado das vozes sobre vozes, da luz artificial, do ar abafado, pesado por tantas arrogâncias.

Levantou-se do canto, saiu e ninguém viu.

Do outro lado, em outro cômodo, havia uma fresta. O menino caminhou em direção a fresta.

A luz do sol penetrava o pequeno espaço e modificava ligeiramente o ambiente.

Pela fresta entrou brisa, depois barulho de vento que trouxe parte do som de pássaros e das folhas que balançavam no lado de fora. Começou a chover.

Quieto, o menino ouviu.

Gotas na terra molhada, no topo das árvores, relâmpagos cortavam o céu e modificavam a iluminação assustando animais que corriam em busca de abrigo. Havia um mundo selvagem no lado de fora, completamente alheio às discussões acaloradas na outra sala.

Olhando pela fresta o menino temeu. Agora um estrondoso trovão.

Fecha os olhos instintivamente e recua. Pensa em voltar correndo para o ambiente seguro protegido por luz artificial e vozes abafadas. Pensa na segurança do canto na sala, os brinquedos, as distrações de sempre.

A chuva continua, o menino abre os olhos. Sente a brisa gelada no rosto e o medo diminui. Sem medo repara na beleza do cenário e decide abrir a janela.

Agora o menino brinca na terra molhada. A chuva parou e um raio de sol penetrou as nuvens carregadas que lentamente escasseiam e evidencia os contrastes da paisagem.

O menino está do lado de fora e brinca no jardim.

Dentro da casa, fechados na sala, os homens, emburrados, continuam a discutir.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A PARÁBOLA DA TAMAREIRA


Existe um ditado árabe que diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!”

Isso porque antigamente as tamareiras levavam de 80 a 100 anos pra produzir os primeiros frutos. Atualmente, com as técnicas de produção modernas, esse tempo é bastante reduzido, porém o ditado é antigo e sábio.

Conta-se que certa vez um senhor de idade avançada plantava tâmaras no deserto quando um jovem o abordou perguntando: ´Mas por que o senhor perde tempo plantando o que não vai colher?´

O senhor virou a cabeça e calmamente respondeu: “Se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras”.

Tradução: não importa se você vai colher, o que importa é o que você vai deixar… Cultive, construa e plante ações que não sejam apenas para você, mas que possam servir para todos e para o futuro.

domingo, 19 de novembro de 2017

A NOITE E OS VAGALUMES


A NOITE E OS VAGALUMES 
Noite, cujo o delicado véu
Oculta o palco do teatro
De vagalumes-andantes
Oscilantes, sedentos...
De luz mais brilhante.

Noite, que sem anunciar apresenta
Vacilantes vagalumes-atores que descortinam
O palco de seus próprios dramas
Na busca desesperada
De fazer ao menos comédia cômica.

Noite, que testemunha
Sátiras dos infortúnios inesperados
Ou das tragédias anunciadas
Mas que a espreita assiste
O espetáculo dos vagalumes-alados.

Noite, que convida as estrelas-vagalumes
Para pontilhar de luzes
O céu e os jardins dos alucinados amantes
Que impacientemente, ansiosamente
Aguardaram a noite chegar.

(Jean Carlos Gonçalves)

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A TECITURA DA TECELÃ


A TECITURA DA TECELÃ
Enquanto ela navega nos fios de Aracnê
Desafiando Atena e sua suposta sabedoria 
Eu navego nos fios de meu infértil narcisismo
Ela tece a teia que passa pelos interesses 
Pelos desejos de quem não sabe fiar
Nem tão pouco tecer.

Então, assisto ela entregar o novelo de Ariadne
Para qualquer Teseu derrotar o Minotauro.
Os Teseus embora vitoriosos na batalha
Não correspondem ao desmanchar do novelo
Eis que surge Dionísio.

Ela também Penélope, continua sua TECITURA
Tal como Ulisses na sua épica viagem 
Segue sua Odisséia em meio a tempestades
Por 20 longos anos se livra das maldades
E ao mundo presenteia com sua fidelidade 

Eu teço a história que muitos não compreendem 
Ela tece com o conteúdo da narrativa de Sherazade. 
Os Teseus, jamais o Sultão!
Por "mil e uma noites"...
Todos eles querem saber o desfecho final.

(Jean Carlos Gonçalves)

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

MEU DELEITE


MEU DELEITE 
Meu deleite...
É o teu honesto prazer
É o êxtase de tua satisfação 
O ápice da exortação 
De tuas cargas negativas 
Para que com leveza
Tu se agarres a mim
Fazendo também oferenda 
De teu mais profundo 
E sincero amor!

(Jean Carlos Gonçalves)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Câmara Municipal de Tuntum-MA presta homenagem ao Centro de Ensino Estado do Maranhão


Sessão Solene na Câmara Municipal de Tuntum, em homenagem aos 54 anos de Fundação do Centro de Ensino Estado do Maranhão, o Bandeirante de Tuntum. 
Na manhã de hoje, 27/10, a Câmara de Tuntum, viveu um momento marcante e que ficará cravado nos anais da história daquele Parlamento.

O presidente da Casa, Nelson do Nanxi, convocou uma Sessão Solene em homenagem ao Centro de Ensino Estado do Maranhão, escola da rede pública estadual, conhecida popularmente por Colégio Bandeirante, e que, no último dia 03, completou 54 anos de sua fundação.

A iniciativa do Presidente Nelson é uma forma do Poder Legislativo Municipal reconhecer a relevante contribuição que aquela instituição de ensino tem promovido na cidade ao longo de todas essas décadas.

Além das devidas homenagens, o Presidente da Câmara, facultou a palavra a um representante da instituição de ensino que na ocasião, fora representada pelo Professor de História, Jean Carlos Gonçalves, que enfatizou o papel social desempenhado pela Escola, além de apresentar um projeto de pesquisa histórica de resgate da memória dos ex-vereadores do município.  O Professor conclamou aos edis para que observem os dispositivos legais presentes na Lei Orgânica do Município e que versa sobre a cultura e a preservação do patrimônio histórico, cultural e artístico de Tuntum.  

Em seu discurso, o Professor Jean Carlos elogiou iniciativa do Ex-Vereador Mizael Pereira de Sousa, que apresentou um requerimento, ainda em 1993 para a criação da Galeria dos Vereadores. Uma importante atitude do ex-Vereador Mizael que hoje permite que se instigue a curiosidade dos jovens estudantes sobre os ex-parlamentares.

Entretanto, o ápice da Sessão se deu quando os estudantes do 2º Ano "A" da Escola homenageada, entregaram quadros de Ex-vereadores que ainda não estão incluídos no acervo do Palácio Manuel Valente Figueiredo. A mesma turma começou apresentar desde as 7:45 h, a Galeria dos Vereadores para os demais estudantes e público visitante.


Foram entregues a Presidência da Câmara os quadros dos seguintes ex-vereadores:









Outro ponto destacável foi a recomendação para que se digitalize os arquivos da Câmara Municipal, e que fiquem disponíveis para os pesquisadores e a todos que buscarem por tais documentos históricos.

Após o pronunciamento do Professor Jean Carlos, o Presidente Nelson do Nanxi, facultou a palavra aos vereadores.

Fizeram uso da Palavra os Vereadores: Wellington Pessoa, Alan Noleto e Jeová Soares. Os mesmos  fizeram eco às propostas apresentadas em favor de se resgatar, arquivar e conservar os documentos das instituições do município para que sirvam de fontes históricas para futuras pesquisas. Além de proferirem palavras afáveis e elogiosas para com a instituição de ensino.

Portanto, a Sessão Solene fora um momento marcante, que contou com a presença da comunidade escolar, lideranças de entidades representativas de classe, conselheiros tutelares, e, com as ilustríssimas Sra Lindalva Gomes e LindGessiana Gomes, filha e neta de João Patrício Gomes (um dos primeiros vereadores), respectivamente.
Alunas do 2A com as Gestoras do CEEM, Adriana Frade & Edelci Varão, recebendo a visita de S Lindalva Gomes e LindGessiana Gomes, filha e neta de João Patrício Gomes.
Estudantes do 2º Ano A apresentando a Galeria dos Vereadores aos visitantes. 
A classe política e a sociedade civil, precisam sem dúvidas, estabelecer parcerias com vistas, em garantir às gerações futuras o conhecimento dos fatos e personagens do passado que ajudaram no processo de formação   histórica, social, política, econômica e cultura de nosso povo.

O legado dos homens e mulheres deverá ser objeto da apreciação das gerações futuras.

Todos do Centro de Ensino Estado do Maranhão estão de parabéns pelos 54 anos de sua fundação!

Também parabenizamos a Câmara Municipal de Tuntum, na pessoa do Presidente Nelson do Nanxi pela atitude de homenagear essa importante instituição de ensino de nossa cidade.

Foi sem dúvida um momento histórico, marcante e edificante!

Parabéns a todos!!!