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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


(Fernando Pessoa)


1) Qual a ideia central do poema?

2) Relacione o texto ao contexto da Expansão Marítima e Comercial Europeia.

3) O poema de Fernando Pessoa descreve aspectos da expansão marítima portuguesa no século XV, dando início a um movimento que alguns estudiosos consideram um primeiro processo de globalização. IDENTIFIQUE DUAS MOTIVAÇÕES PARA EXPANSÃO PORTUGUESA e explique por que essa fase de expansão pode ser considerada um primeiro processo de globalização.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Canción Por La Unidad de Latino America

Pablo Milanés/Chico Buarque de Holanda


E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória

A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue

É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos

Quem vai impedir que a chama
Saia iluminando o cenário
Saia incendiando o plenário
Saia inventando outra trama


1) Qual a ideia central do texto?

2) Qual o papel e função da história?

3) Analise e interprete a estrofe: 

"A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue"


O CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE MARTINHO TAVARES

Matinho Gonçalves de Almeida aos 32 anos
No limiar aurora de meus dourados anos, na bucólica Graça Aranha-MA, os quintais verdejantes testemunharam uma infância (feliz), que saudosamente meu pensamento agora corteja, para o deleite de minha própria vaidade ou para dar sentido ao que agora sou.

Como era bom viver aquela época em que não se precisava saber definir a própria palavra felicidade. Não precisava de relógio, o tempo passava vagarosamente, prazerosamente, igual um delicioso prato que lentamente se degusta. Como demorava chegar o Natal, como melhor eram aqueles presentes...

As lembranças permanecem na memória, aliás vivíssimas, uma vez que, não tenho como não lembrar de meu velho saudoso pai. Pois, apesar das brincadeiras, dos amigos, das mangueiras e bananais, se eu tiver que resumir a minha infância numa palavra, esta seria sempre: PAI. Nesse retorno ao passado, se apodera de mim, um misto de prazer pela saudade dos tempos idos e bem vividos, em que tive meu pai como o ícone que sintetiza aquela fase feliz, com a nostalgia (saudade com dor) de não tê-lo mais entre nós. Como eu queria que ele tivesse realizado seu grande sonho de me ver adulto e agora dizer o que não tive tempo, ou mesmo, maturidade para dizê-lo.

Meu Velho, era homem de seu tempo, mas ao mesmo tempo estava à frente, com virtudes valorosíssimas que tanto foram e são a minha bússola, e, naturalmente, portador de algumas limitações, como todo ser humano.

Se entre nós estivesse, Martinho Gonçalves de Almeida, o Martim Tavares, completaria nesta terça-feira, 30 de janeiro, 100 anos de idade. 

Nascido no povoado Bacuri dos Tavares, em 1918, atual município de Barão de Grajaú-MA, foi o quarto filho do casal Francisco Tavares de Almeida e Joana Gonçalves de Almeida, que tiveram mais seis: Maria, Elesbão, Benta, Gregório, Josefa e Mariano.
Certificado de alistamento militar, 1950.
Forjado no labor do sertão do antigo Bacuri dos Tavares, fundado por nossos ancestrais oriundos do Ceará desde a segunda metade do século XVIII. Entregue desde cedo a uma vida de trabalho árduo, o menino se fez homem altivo, aguerrido e um exímio mestre em tudo a que se dedicou, desde a lida da roça, a arte de construir engenho de moenda, além de hábil comerciante, embora tenha frequentado aulas de alfabetização por apenas um mês, era dono de uma bela caligrafia e um excelente matemático. 

No início da década de 1940, o vigoroso Martinho, respeitado e admirado por todos no Bacuri e arredores, já era um abalizado comerciante no povoado. Contrai enlace matrimonial com a jovem Maria Francisca da Conceição Correia, que após o casamento passa a assinar Maria Francisca de Almeida. Em 1943, o casal recebe como dádiva a primeira estrela da constelação de suas cinco Marias: Maria Creuza, "Maria" Angelina, Maria Albertina, Maria do Socorro e Maria Dalva. Além do aguardado Sebastião, único varão do casamento.

Em 1948, consorciado como um amigo, compra o primeiro caminhão do povoado, uma proeza fabulosa para os habitantes do lugar. Em poucos anos, se desfaz do bem e decide deixar sua terra natal e rumar para a Mata do Japão, itinerário seguido por um grande número dos sertanejos do sul do Maranhão. O ousado Martinho, queria um novo lugar para prosperar e que lhe desse melhores oportunidades para exercitar sua atividade de trabalho preferida, o comércio. 
Caminhão Ford F6 1948, modelo similar ao que Martinho Tavares comprou em 1948 
Matinho Tavares ladeado da esposa Maria e a sogra.
As duas menininhas a frente são as filhas mais velhas Maria Creuza e Angelina.

Então, deixa o Bacuri em 1952 e fixa moradia no Centro dos Periquitos, nome dado pelos seus primeiros moradores de um lugarejo devido à grande quantidade do pássaro de mesmo nome. Posteriormente, o topônimo fora substituído por iniciativa de um padre, insatisfeito com a pronúncia distorcida que alguns moradores faziam, causando desconforto ao religioso e àqueles que defendiam a moral e os bons costumes. Depois de um plebiscito capitaneado pelo padre Eurico Bogéia, o lugar passa a ser denominado Palestina, em alusão a Terra Santa no Oriente Médio. 
Antiga Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Graça Aranha
Em 1959, Martinho Tavares já havia se consolidado como grande comerciante, além de acumular a função de delegado na povoação. Época em que não havia sala de custódia e os criminosos eram combatidos e presos em verdadeiros atos de coragem e valentia. Uma vez preso, o infrator era posto a ferros e amarrado a árvores, até ordem superior do próprio delegado que, em geral, era o único agente da lei no lugar. Ainda em 1959, o povoado seria elevado à categoria de sede do município com o nome de Graça Aranha, desmembrando-se de São Domingos. O novo topônimo fora em homenagem ao poeta maranhense, nascido em 1868 e que fora um dos destacáveis intelectuais que protagonizaram a Semana da Arte moderna em 1922, em São Paulo-SP.

Em 1963, Tavares, ajudaria a protagonizar as primeiras eleições majoritárias do recém criado município, concorrendo ao cargo de vice-prefeito numa chapa encabeçada por Hilton Bonfim, o Beleza, seu amigo e vizinho. Entretanto, não obtiveram êxito, pois a maioria elegeu para prefeito Nacor Rolins, primo de Martinho, mas históricos adversários políticos, inclusive com rugas pessoais. O dado curioso nessas eleições é que o voto para prefeito e vice-prefeito era feito em separado e Tavares obteve mais voto do que seu companheiro de chapa.

Dando prosseguimentos aos negócios, Martinho se destacava cada vez mais como um importante comerciante na cidade e adjacências. Comprando gêneros alimentícios juntos aos lavradores da região como algodão, milho, arroz e, principalmente, amêndoa de babaçu e vendendo produtos industrializados como açúcar, café, rapadura, biscoito, margarina, sabão, soda cáustica, querosene, vela, moinho para café, ferro de passar, motor-rádio, máquina de costura, etc. Aos domingos, dia de feira livre na cidade, sua casa comercial e residencial eram bastante movimentadas, pois recebia os clientes da zona rural.
O casal José Ribeiro da Silva e Adalgiza Almeida da Silva,
clientes de Martinho Tavares, nos anos 1950-1960.
Moradores do Povoado Cruz, município de Gonçalves Dias.

Residente no povoado Araras, Tuntum, Dona Adalgiza até hoje costura numa máquina marca
Vigorelli, comprada no comércio de Martim Tavares em 1960.
Entretanto, Tavares, em 1965-66 sofreria um revés que marcaria sua vida. Aos 48 anos, o homem até então vigoroso, ficaria deficiente de sua perna direita, devido a um tumor que infeccionou e que não recebeu os cuidados devidos. Em tratamento, na cidade de Codó-MA, sob os cuidados do renomado médico Dr José Ancelmo, Martinho passaria vários meses no leito de um hospital. Lembro-me que nosso pai sempre se queixava de que: “Dr José Anselmo foi assistir a posse do José Sarney que se elegeu para governador do Maranhão em 1965 e deixou um médico estagiário inexperiente para cuidar de mim e a perna infeccionou, quando se deram conta estava sem jeito.”

Se tinha razão ou não em suas lamentações, o fato é que nosso pai perdera a perna, uma vez que, foi retirado os músculos da região do perônio (fíbula), comprometendo seus movimentos. Além disso, no intervalo de tempo em que esteve hospitalizado, seu gerente aplicou-lhe um golpe, tomando rumo ignorado, o que levou à ruína seu empreendimento. Acrescente-se a tudo isso o diagnóstico de diabetes, que o induziu por 35 anos a uma vida de alimentação regrada. Contudo, Martinho nunca se reclamou da vida, buscando sempre se reerguer, porém como negócios mais reduzidos e como sua limitação física continuou trabalhando com otimismo e perseverança. 

Por aquela época a casa de Martinho já contava com a presença do infante Antônio Humberto, que havia sido adotado com 20 dias de nascido, em 1963. Esse fora reconhecido e registrado em cartório civil como filho legítimo, e sempre tratado como biológico.

Embora não tenha tido a oportunidade de estudar, nosso pai, sempre valorizou muito o saber, e muito incentivou seus filhos a trilhar pelos estudos. Quando aconteceu os infortúnios, alguns dos seus já haviam partido para outras cidades em busca de melhores estudos.

No ano de 1976, inesperadamente, Maria, sua primeira esposa, falece vítima de uma parada cardíaca. Dois anos depois, casou-se pela segunda vez, com Lenir Rodrigues Vieira, e em 1979, na alcova de sua casa na Rua Nossa Senhora de Fátima, nº 262, em Graça Aranha, em parto realizado pela Mãe Eunice, a parteira, proprietária de uma farmácia, localizada na mesma rua, vem ao mundo este inábil escriba. Era uma terça-feira, 13 de março, noite de lua nova, a qual cheguei sob os estampidos de revólver calibre 38. Era costume comemorar a chegada de um filho daquela forma, ainda mais depois de todas as perdas sofridas, ser novamente pai aos 61 anos de idade. Imagine a alegria do Velho?

Conto tudo isso porque, conforme disse anteriormente, meu pai foi o maior expoente de minha infância e cresci ouvindo dele todos esses fatos até aqui narrados e tantos outros pitorescos que não terei como relatar aqui. Quem sabe num breve futuro...

Lembro que eu era ainda bem pequeno, minha mãe, trouxe para nossa casa minha irmão Clenir, filha de seu primeiro casamento e que vivia com a vó. Apesar de chegar ainda bem pequena, ela nunca chamaria Martinho de “pai”, dizem que eu não permitia. Eu, honestamente não lembro disso. Daí Clenir passou a chama-lo de Padrinho. Mas nosso pai terminou se apegando muito a ela.

Em Graça Aranha vivemos até 1987, quando migramos para Tuntum, onde mesmo idoso, nosso pai, continuou fazendo o que mais gostava, comerciar. No dia 26 de junho de 1992, meses após ser diagnosticado com cirrose hepática, o Velho Martim Tavares viria a óbito.

Seus últimos anos foram de vida modesta, sempre disciplinada ao rigor, devido a sua condição de diabético. Dormia cedo da noite e bem mais cedo acordava para abrir sua bodega. Mesmo considerado homem de temperamento forte, intempestivo, sua casa não faltava gente, se não fosse para comprar algo, seria para receber informações. Nosso pai não perdia um noticiário. Pelo rádio ou pela TV, estava inteirado dos assuntos políticos, econômicos, e, sobretudo, previdenciários. Era um verdadeiro porta-voz dos acontecimentos do Brasil e do mundo. Era um homem altamente politizado. Havia dias que formava uma fila de idosos para consultá-lo sobre aposentadoria, dia de recebimento de benefícios, dentre outros assuntos.

Cartão de pagamento de benefício de auxílio doença,
do INPS, atual INSS, por conta da perda da perna direita. 
Costumo dizer, que apesar de nosso pai muito incentivar para que nos dedicássemos aos estudos, aprendi com ele, e não nos bancos escolares, os valores da honestidade e da sinceridade. Ainda assim, não esqueço o tom de sua voz embargada, tomado de emoção asseverava: “Estude pois é a única coisa que posso te deixar. Sou um velho aleijado, não tenho condições de te ensinar a trabalhar noutro ramo, então estude.”. 

A cada data de seu aniversário, há dias se encontrava confinado num gradeado um enorme capão, reservado para o almoço em comemoração de sua nova idade, em ritual solene e cerimonioso. Mandava trocar engradado de refrigerantes (era chique tomar refrigerante naquela época), que ele mesmo nunca bebia. Todo dia 30 de janeiro, mais do que qualquer outra data do ano, era um dia de muita reflexão, meditação. O queixo ficava trêmulo, algumas lágrimas corriam sua face, proferia palavras que ratificava sua trajetória de luta e trabalho incessante, de sua fé em Deus, e dos valores que sempre cultivara. Seu discurso parecia um prenúncio do fim de sua trajetória entre nós, mas sem, contudo, perder a altivez tão própria dele.

Há um séculos de seu nascimento, permanece as boas lembranças e o legado de seus ensinamentos, muitas vezes incompreendido, mas sempre pautado em grandes valores, cuja honestidade é a maior expressão de seu grande caráter.

A mim cabe o desafio e compromisso de não permitir que sua trajetória caia no esquecimento. Meu maior medo é deletar da memória sua fisionomia, a rigidez de seu rosto, as ideias firmes e convictas em que acreditava (mesmo não concordando com algumas delas), ou silenciar na minha consciência o timbre de sua voz, que tanto materializou sua postura rígida da educação inexorável que dispensou aos seus.

Nesta data é inevitável os sons, os ecos de sua fala em nossa memória:

IMPERATIVOS

Coronel Jean, venha aqui. 
Tenho uma missão para o senhor.
Faça isso... Faça aquilo.
Hora de tomar banho.
Não se senta à mesa sem camisa.
Rezar antes e depois das refeições.
Tem que agradecer a Deus.
O homem tem que ser temente a Deus.
Hora de almoço e janta é sagrado.
Todos tem que começar ao mesmo tempo.
Não se dar trabalho para quem está na cozinha.
Já fez a tarefa do colégio?
Sente aqui. 
Teu lugar é aqui no comércio perto de mim.
O comércio é uma escola. Tem que aprender negociar.
Aqui vou te ensinar a ser HOMEM com H maiúsculo.
Hora de tomar água e deitar, pois amanhã há muito o que fazer.
Levante! Hora de levantar! 
“Os pássaros não devem nada a ninguém, faz horas que cantam...”
Tudo que faço é para o teu bem. Não me contrarie.
Obedeça-me, que você será feliz.
Meu Grande Herói ...!!!
Teus inesgotáveis imperativos,
Tão incompreendidos em minha aurora
Somente a sucessão das primaveras torna
Signos decifráveis,
Reconhecidamente toleráveis
E tão necessários
Como as águas de março.



Depoimento de antigo cliente de Martinho Tavares narrando um dos inúmeros gestos de generosidade do antigo comerciante de Graça Aranha-MA. 

Um dia talvez eu seja 10% de seu caráter... Aí poderei dizer que me aproximei de ser o Homem que o meu pai gostaria que fosse.

Enquanto não me torno, agarro-me as minha lembranças e digo-lhe: Obrigado por tudo meu pai! Que DEUS Nosso SENHOR, em sua infinita bondade e misericórdia te presentei com a vida eterna, pois antes de tudo foste na Terra um Homem de bom coração.

Saudade!!!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

José Costa Carvalho, Seu Deco: Homem de Bem!




“O verdadeiro homem é aquele que respeita sua família, seus amigos e a todos sem distinção, preservando seu caráter, sua dignidade e acima de tudo seus ideais.” 
(Wallace Barbosa)
Com esse pensamento de Barbosa, que melhor exprime a ideia de Homem, o Pai, o Esposo, o Cidadão, o Ser Humano, apresento-lhes um grande amigo, Homem de Bem, exemplo de caráter, cuja trajetória de vida se confunde com a própria história de Tuntum.

José Costa Carvalho, conhecido carinhosamente por Seu Deco. Nasceu em Manoel Carlos, pequena localidade no município de Barra do Corda-MA, em 25 de janeiro de 1930. Filho de João Francisco da Costa e de Emília Carvalho Costa, ambos naturais do mesmo munícipio e descendentes de retirantes cearenses.

Chegou a Tuntum em 17 de julho de 1951, a convite de seu tio, Elpídio Carvalho, proprietário de terras e comerciante, no então povoado. Deco por sua vez, motivado pela fertilidade das terras dessa parte da Mata do Japão, aceitou prontamente o desafio de prosperar neste Eldorado. Em Tuntum, conheceu a jovem Antônia Macedo de Carvalho, com quem casou-se e constituiu família. Ao todo foram sete filhos, dois homens e cinco mulheres: Solange, Adaulange, Gutemberg, Sônia, Sandra, Silvia, Marcone.
Seu Deco em sua plantação de melancias, no povoado Axixá, município de Tuntum, em 2010.
Em Tuntum, além de lavrar a terra, também exerceu o papel de enfermeiro prático, numa época em que profissionais na área de saúde eram raros. Deco, aplicava injeções, fazia curativos, com maestria, além de outros serviços na área. Ofício que aprendeu com Gerson Almeida, antigo enfermeiro, oriundo de Teresina-PI.

Participante ativo de grandes e marcantes episódios da história de Tuntum, Deco esteve presente no ato solene de instalação do município, em 27 de dezembro de 1955, ocasião em que tomou posse da Prefeitura Municipal de Tuntum, o Srº Isaac da Silva Ribeiro, que assumiu o cargo interinamente, por força de um decreto do Governador do Estado Maranhão, Eugênio Barros. Outro marco importante foi sua presença no lançamento da pedra fundamental da Igreja Matriz, também na década de 1950.

Em 1958, foram realizadas as primeiras eleições municipais de Tuntum. No pleito, dois grupos, disputaram Prefeitura Municipal. Os situacionistas que eram capitaneados pelo o Srº Ariston Arruda Leda, candidato pela União Democrática Nacional-UDN, apoiado pelo Governo Estadual, e os oposicionistas que lançaram a candidatura do então comerciante Manoel Valente de Figueiredo, candidato pelo Partido Trabalhista-PTB. Alinhado a este, estava o idealista José Costa Carvalho, que candidatou-se ao cargo de vereador pelo Partido Republicano-PR, pertence a coligação oposicionista. 

As eleições majoritárias de 1958 foram marcadas por um nebuloso episódio: As urnas da seções dos povoados São Miguel, Belém e São Lourenço foram violadas e surrupiadas, e o pleito ficou sob júdice até setembro de 1959, quando a Justiça Eleitoral, declarou Ariston Leda como prefeito eleito. Por outro lado, Deco, obteve êxito para uma cadeira na Câmara Municipal, sendo o mais votado na sede, com 173 votos. Trata-se se quantidade expressiva se considerarmos que o município contava em torno de dois mil votos. Assim, exerceu a função de vereador na primeira de legislatura do município (1959-1963).
Diploma de Vereador de José Costa Carvalho, o Seu Deco. Um dos primeiros vereadores da história de Tuntum-MA. Eleições municipais de 1958.
Verso do Diploma.

Em 1962, voltou a disputar uma vaga na Câmara, porém não fora eleito. A partir de então, exerceu várias ofícios: agricultor, alfaiate, locutor e servidor público estadual, do qual está aposentado. 
Nas eleições estaduais de 1965, as Oposições Coligadas, grupo estadual que fazia frente ao controle político do Senador Vitorino Freire, lançou a candidatura do então Deputado Federal, José Sarney. Este, quando esteve em Tuntum, em plena campanha, fora anunciado pelo serviço de comunicação, na voz de Seu Deco. 

Deco sempre teve uma vida bastante ativa, o mesmo sempre gostou muito de trabalhar, pescar, caçar, além de praticar esporte (futebol), andar na sua bicicleta modelo 1965, da marca merck suisse, e sua motocicleta modelo ML da HONDA, ano 1978, relíquias que ele guarda com muito carinho.
Seu Deco e sua bicicleta Merck Suisse, ano 1965.
Deco e sua motocicleta ML HONDA, ano 1978.




Em 1970, participou da primeira turma do Ginásio Bandeirante, um projeto político do Governador Sarney, para ofertar aos municípios maranhenses, o ensino em nível ginasial. Iniciativa inédita, pela rede pública do sistema de ensino estadual nos municípios do interior maranhense, o Ginásio Bandeirante, tinha suas aulas realizadas no prédio do Grupo Escolar Estado do Maranhão, por isso, que o atual Centro de Ensino Estado do Maranhão, é conhecido como popularmente como Bandeirante. E na turma pioneira, lá estava Seu Deco, o veterano da turma, já casado e pai de família, sedento por conhecimento e todo animado em meio aos jovens da sala.
Seu Deco ao lado de Mestre Elias, em evento do CE Estado do Maranhão em 2014.
Hoje, do alto de seus 88 anos, goza plenamente de suas faculdades físicas e mentais, posto que é dono de uma lucidez e sobriedade invejável. Homem de vida simples, cuja a humildade denota a grandeza de tantas outras virtudes valorosas. Portador de uma memória extraordinária, Deco é um amante da cultura e do saber, sempre estimulou seus filhos para os estudos e para o trabalho. Dos sete filho, seis possuem escolaridade em nível superior. Contudo, a exemplo do pai trilham no caminho do Bem, portadores de sua verdadeira herança: os valores morais e éticos. 

Neste dia, o Blog Ecos de Tuntum, rende esta singela homenagem a esse Cidadão ímpar, de caráter ilibado, esposo e pai exemplar, pelos seus 88 anos de vida e rogando ao Altíssimo que lhe conceda muitos anos entre nós.

Assim, reconhecemos sua trajetória e seu valoroso legado para Tuntum.

Feliz Aniversário!!! Homem de Bem e do Bem! Grande artífice da história de Tuntum!!!

Um abraço do Blog Ecos de Tuntum e de seu amigo Jean Carlos Gonçalves.


 Tuntum-MA, 25 de janeiro de 2018.

domingo, 21 de janeiro de 2018

No cair da noite


No cair da noite

Na noite que cai
Meu olhar se perde
Na imensidão do breu
Da dor pungente...

Na noite que cai
Meu coração soluça 
Na magoa infinita
Da ausência sofrida...

Na noite que cai
Meu pensamento vaga 
Nas lembranças doídas
Da ilusão vivida. ..

Na noite que cai
Meu corpo estremece
Na vontade contida
Da pele aquecida...

Na noite que cai
Meu desejo queima
Na imagem esquecida
Da satisfação perdida...

Na noite que cai
Minhas lágrimas derramam
Na face entristecida
Da saudade extendida...

Na noite que cai 
Meu sonho se desfaz 
Na certeza sentida
Do abandono fugaz...

Elaine S Santos
Direitos reservados pela Lei 9.610/1998

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

A MINHA RIQUEZA

A MINHA RIQUEZA
A minha riqueza
Não é manifestação de luxúria.
O que para mim tem valor,
Para outros é indício de loucura.

Quero continuamente deleitar
A natureza de perto contemplar
Como menino, esbaldar
Na estrada que escolhi trilhar.

(Jean Carlos Gonçalves)