Por décadas imaginamos o que seria do mundo se as coisas tivessem esquentado entre URSS e EUA, iniciando uma guerra nuclear de grande escala. Por sorte, apenas imaginamos isso até hoje, pois ela nunca aconteceu, mesmo que as coisas tivessem fervido nalgumas ocasiões.
Uma delas foi a noite de 26/09/1983, que completou 33 anos. Esta foi a noite que, não fosse a atitude de UM homem, seria o início do “apocalipse nuclear”.
Na época, nosso herói fazia plantão noturno no centro de monitoramento e contra-medidas do espaço aéreo soviético, quando o sistema automático de detecção de lançamento de mísseis intercontinentais disparou: um míssil havia sido lançado dos EUA com direção à Rússia!
Incrédulo, ele nada fez, esperou um pouco mais. O sistema indicou OUTRO disparo.
Estava acontecendo, cabia a ele iniciar o sistema de alerta cuja última medida era retaliar os EUA e a Europa com o lançamento concomitante de MILHARES de ogivas nucleares dirigidas a pontos estratégicos e às cidades mais populosas e importantes do Ocidente, como NY, Londres, Paris, Madrid, Roma, Frankfurt.
Enquanto durou sua indecisão, outros cinco mísseis foram lançados em direção à mãe Rússia, já eram 7 ogivas prestes a atingir, em alguns minutos, a gloriosa pátria soviética. Cabia a ele proteger e vingar as milhões de mortes de seus conterrâneos que ocorreriam dentro de instantes.
Então ele tomou a decisão: ele DESLIGOU o sistema de monitoramento e alerta, antes que ele respondesse automaticamente à agressão, e IGNOROU os repetidos alertas, torcendo para que seu julgamento fosse o correto: era um alarme falso, ele não tinha como provar, mas tinha convicção.
Seu julgamento ocorreu com base na crença de que nenhuma pessoa responsável autorizaria o lançamento de ogivas nucleares a menos de dez dias depois de um incidente no qual a força aérea soviética abateu um avião comercial Ocidental que se perdeu sobre o nordeste da Sibéria, acarretando em uma centena de civis inocentes mortos.
O governo soviético jamais o recompensou e, pela indisciplina, ele foi indiciado numa série de processos burocráticos e depois afastado do cargo, o qual ele desempenhou muito bem.
O general que primeiro recebeu o relatório acerca do ocorrido o agradeceu e parabenizou, mas nada fez, oficialmente, para impedir seu ostracismo.
Hoje Stanislav Petrov vive de forma pacata, com pouca fama e pouca renda, ainda em sua querida mãe Rússia. E quem o encontra no dia-a-dia nem desconfia que aquele velhinho tranquilo um dia salvou o mundo.