Dos precursores tambores nativos
Dos batuques aquilombados ignorados
Dos remotos cajados caçadores
Dos pingos na rocha que ao infinito ecoam
Das dantes torrentes veias d’águas sertão a cruzar
Das ingazeiras e gameleiras no riacho à beira
Das soberbas noites de luar
Das brisas de maio a julho, a face afagar
Das batidas dos pilões que a recordação apresa
Das pancadas no babaçu o macete a quebrar
Das farinhadas mutirão
Das festivas tardes no engenho
Dos baldes ao fundo das cacimbas, bálsamo nosso
Dos terreiros varridos no limiar da aurora
Dos lares interessadamente providos
Dos caminhos prematuramente percorridos
Dos rojões, denúncia da alegria, os sinos a badalá
Dos festejos, ora sagrado, ora profano
Dos sincretismos não diluídos
Dos dualismos mal resolvidos
Dos cobras e labigós, ora sem sentido
Dos cristianismos com tantos ismos
Dos patrícios e plebeus
Dos insanos revanchismos
Dos gols e dribles de nossos craques magistrais
Dos estrondos da torcida alucinada
Dos choros incontidos nas derrotas imputadas
Dos brados nas batalhas triunfais
Das batidas à porta madruga solidária
Das mesas receptivas, oh! peregrino
Das casas hospitaleiras, oh! caminheiro
Das despedidas de choro coletivo
Das belas musas inspiradoras
Das sinuosas curvas, olhares galantes congelam
Das desilusões protagonizadas, antagonizadas
Das partidas, idas sem regresso
Dos teus filhos rebentos, corações a pulsar: Tuntum
Das vontades manifestas, esperança de horizontes cruzar
Das aspirações urgentes
Dos gritos de liberdade na plenitude da alma, tuntuense...
Dos tantos ecos... Deixai...
Fazei ecoar!
(Jean Carlos Gonçalves)
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