Representação do Cavalo de Troia
“[...] Existiu de fato, uma Guerra de Tróia? Não. Essa parece ser uma criação da poesia épica, fruto da liberdade e do exagero característicos da poesia oral exemplificada pela Ilíada e pela Odisseia. Provas? Em primeiro lugar, os achados arqueológicos do sítio de Hissarlik, na Turquia atual, onde foram descobertas várias camadas superpostas de assentamentos humanos, que os arqueólogos incialmente batizaram Tróia I, II, III E assim sucessivamente a partir da mais antiga e profunda das camadas. A ‘Tróia’ mais rica, a Tróia II, data do terceiro milênio antes de Cristo, quando nem populações falando ‘grego’ havia penetrado na Península Balcânica, mil anos antes da existência de Micenas. Em termos cronológicos, a camada que corresponderia à lenda seria a Tróia VII, uma pequena e pobre comunidade muito diferente da rica e poderosa cidade descrita por Homero. Caso o objetivo dos gregos fosse o saque, seria inexplicável a escolha de presa tão miserável e distante, com tantas possibilidades mais lucrativas ao seu redor. A não ser que aceitemos a romântica e fantasiosa hipótese de que a guerra tivesse ocorrido em nome do resgate de Helena, desaparecem os motivos [..]”
SOUZA, Marcos Altivo Pereira. A Guerra na Grécia Antiga.
São Paulo: Ática, 1988. P. 22.
Imagem do personagem Aquiles do filme Troia, 2004
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