Por Jean Carlos Gonçalves
Devora-me poesia...Para que eu não pereça
Ante o vil algoz
Que persevera em minha queda
Ensejando silenciar minha voz.
Devora-me poesia...
Para eu desnudar minha alma
Dos sombrios sentimentos
Que tanto meu ser alimenta
Diante dos injustos desatinos
Devora-me poesia...
Revigoras meu escudo
Conceda-me mais essa vontade
Para firmemente empunhar a flâmula
E destronar a promíscua vaidade.
Devora-me poesia...
Despindo-me da minha razão
Para eu perder o fundamento
Que justificaria uma inglória decisão
Que faria igual a quem me imputa sofrimento
Devora-me poesia...
Para eu dizer com beleza
Sobre o atroz labirinto
Circunscrito da cruel natureza
Daquele Minotauro indigno
Devora-me poesia...
Para eu ir além de dizer
Para o ódio eu converter
Antes que o sol decline
Permita-me também eu ser
Devora-me poesia...
Pois és manifestação da onipotência de Deus
Em ti desponta a "perfeição" do homem
A imagem e semelhança do Pai
Destronando a maldade que o faz entristecer.
Então... Devora-me poesia!!!
(Jean Carlos Gonçalves)
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