Jean Carlos Gonçalves
Preciso...
Preciso de uma máquina
Uma maquina do tempo
Para do tempo não ser refém
E controlar seu movimento
Preciso...
Preciso regressar aos idos
Cortejar seres fantásticos
Enfrentar monstros vorazes
Resgatar heróis silenciados
Preciso...
Preciso descer às masmorras
Transpor as ditas, intransponíveis grades
Romper grilhões degradantes
E ouvir mudas vozes
Preciso...
Preciso alçar muros
Escalar velhas montanhas
Para de seus cumes mirar
Os adormecidos nos vales sem sombras
Preciso...
Preciso sacudir a poeira
Das prateleiras da memória
Desnuda-la e nunca estaciona-la
Em qualquer estação inglória
Preciso...
Preciso abrir o álbum da família
Apreciar cada fotografia
Fazer a leitura das não palavras
Embora com doses de fantasia.
Preciso...
Preciso fazer emergir os aterrados
Inominados protagonistas anônimos
Para conferir-lhes lugar
Num teatro sem figurantes.
Preciso...
Preciso de revisitar o passado
Para respirar justiça,
Garantir memória à posteridade
E dar sentido à vida.
Então,
Preciso!
Preciso de uma máquina do tempo!!!
(Jean Carlos Gonçalves)
Nenhum comentário:
Postar um comentário