Com a preocupação de solucionar os problemas em consequência das enchentes periódicas nas regiões do curso médio e baixo do rio Mearim e a necessidade de executar projetos que viessem favorecer o desenvolvimento sustentável de regiões com potenciais naturais (hídricos, principalmente), o Governo Federal, através do Programa Nacional de Irrigação – PRONI, buscou a promoção de projetos dessa natureza. É dessa iniciativa que nasce o “O Plano Geral do Mearim e Afluentes” e, seu apêndice – O Projeto Hidroagrícola do Flores.
O Plano Geral do Mearim previa a construção de cinco barragens: Barragem do Flores, Barragem de Grajaú, Barragem do Catete, Barragem Madail e Barragem Marianópoles, das quais apenas a primeira fora realizada, sendo a mesma uma das etapas do Projeto Hidroagríciola do Flores, pois como sugere o nome, também era previsto a criação de unidades produtivas a serem localizadas em cinco áreas próximas, valendo-se de tecnologia de irrigação, com o devido apoio de técnicos especializados. Assim o governo pretendia os seguintes objetivos:
- Criação de 750 empregos diretos e 2.200 indiretos na área 1 e 2;
- Incorporação de áreas ao processo produtivo do estado, através do efeito multiplicador de novas práticas de cultivo e de novas opções de exploração;
Regularização de suprimento alimentar básico, com a implantação de uma economia mais sólida com base na adoção de culturas permanentes, que, além de atingirem patamares de renda significativamente mais elevados, proporcionarão um sistema de exploração integrado e mais rentável.
Essas cinco unidades produtivas seriam distintas e independentes, totalizando 1800 hectares, divididas da seguinte forma: duas áreas pilotos (2 e 4) com 250 ha. cada uma, localizadas à margem esquerda, e mais três (1, 3 e 5), com um total de 1.300 há situadas à margem direita do rio Flores.
Para a efetiva implantação dos núcleos produtivos dentro do perfil apresentado deveria ser garantido:
- Agrovias (estrada de acesso para o escoamento da produção agrícola);
- Núcleo habitacional;
- Caixa de passagem;
- Linha fixa de adução para irrigação por asperção;
- Rede de drenagem;
- Rede viária.
Além disso, o Projeto deveria contar com o envolvimento e a articulação integrada de diversos órgãos públicos:
- DNOS/Ministério de Irrigação – responsável pelos estudos e obras implantação do Projeto;
- Secretaria de Desenvolvimento Rural e Irrigação – coordenação dos trabalhos de treinamento de colonos, estruturação e operacionalização do Projeto;
- Iterma – participa do processo de seleção, cadastramento e assentamento dos produtores através de concessão de documento de direito real de uso;
- Fetaema e Sindicatos Rurais – participam das ações referentes ao cadastramento e seleção dos agricultores beneficiários do Projeto;
- UEMA – Instalação no projeto, unidade de demonstração, treinamento e pesquisa;
- EMATER – Trabalhos de assistência técnica e extensão rural;
- Secretaria de Saúde – medicina preventiva e curativa;
- Secretaria de Educação – desenvolvimento de ações específicas de sua, voltadas para as famílias dos irrigantes.
Como se demonstra acima, o Projeto Flores era fantástico, o que possibilitaria um salto qualitativo no desenvolvimento econômico e social da região central do Maranhão. Entretanto, fora irresponsavelmente abandonado pelo governo estadual e federal, e, diante de governos locais dos municípios atingidos pela Barragem do Flores, sem qualquer visão futurista, e, ainda, sem organização dos movimentos sociais, o Projeto passa da esperança à desilusão.
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