As portas da minha casa
Vou permitir que os ventos
Adentrem, invadam as áreas,
Violem as salas e quartos...
Vou abrir os armários,
As vidraças opacas
Aí serão mais transparentes
E a copa-cozinha mais reluzente
Tudo menos sombrio, finalmente...
Os ventos trarão mais cores
Daí poderei olhar
Para a claridade
Que há de galantear
Meu íngreme caminho.
Vou romper o meu casulo
Pois quero aqueles ventos
Somente eles levam
A ávida inconsequência
E a vil alucinação.
Sopros sedimentares da Criação
Que fertilizam meu chão
Semeando-o de esperanças
Florindo vigorosamente
Os jardins das virtudes adormecidas.
Quero aqueles ventos
Aqueles que deveriam ser em maio...
E o maio não me trouxe
Porque ingenuamente
Não abri as portas e janelas.
(Jean Carlos Gonçalves)
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