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domingo, 10 de setembro de 2017

TUNTUM - A REDENÇÃO DOS SILENCIADOS!


TUNTUM – A REDENÇÃO DOS SILENCIADOS!

Uma cidade...
Casebres, casarões e telhados!
Ruas, passeios e praças...
Oficinas da vida de um povo...!
Que pelas artérias, desfilam...
Entre eles não há coadjuvantes ou figurantes.
Todos são atores protagonistas. 

São artífices do futuro,
Jornaleiros do presente,
Antes, são reflexos distorcidos do espelho
De velhos intérpretes da Urbe...
Muitos esquecidos, ignorados
Velada ou desveladamente...
Cuidadosamente, silenciados.

Do Morro da Piçarra,
Miro naqueles casarões,
Nos telhados, cabelos da cidade!
Fixo o olhar nas copas
Das remanescentes árvores
Acalentadas pelos ventos,
Que também afagam inominadas faces.

Do Alto da Boa Vista,
Ouço surdos gritos
De gente desesperada, prisioneira...
No calabouço do tempo.
São aqueles velhos atores
Que na ignomínia padecem 
Nas galés do vil esquecimento.

Evocai então os antigos!
Tornai audíveis seus desesperados gritos...
Valha-te de um lampejo de lembrança
Daqueles que desfilaram pelas ruas
No nosso, no teu tempo de criança
Daqueles que teciam o cotidiano
Com o peito carregado de esperança.

Que a pulsação – TUNTUM
Tenha a substância da matéria,
Da fibra dos aguerridos homens e mulheres
No bojo do mais remoto passado!
Com todos os sobrenomes,
Que nesta prometida terra
Deixaram a força de seu magistral legado. 

Para que do mirante da Caixa D’água
Ao cume do Monte da Paz
Se contemple o vale do Riacho de outrora
Onde destemidos desbravadores, teus ancestrais!
Com sangue, suor e lágrimas...
Regaram este fértil solo e te fizeram
TUNTUM, ABENÇOADA CIDADE!!!

Assim, teus filhos conhecerão a luz...
Habitarão sua própria memória!
Ofertarão a justiça aos desvalidos
Àqueles que ora se ignora
Libertarão todos os prisioneiros
Dos grilhões, farão buquês
Das mais perfumadas rosas!

Então, o rebuliço da cidade
Legitimamente alegre o será
Quando os marginalizados da história
Estiverem no mesmo patamar
Daqueles fidalgos maiorais,
Cujo privilégio será reconhecer
O valor de cada um.

Ademais, basta a paisagem:
A fauna, a flora, a aurora desta parte
As manhãs ensolaradas
As brisas da primavera e do outono
O Pôr-do-sol que deslumbra os olhos
No poente que aguaça a saudade
Ou a imponência deste céu estrelado


Tudo faz de ti, TUNTUENSE
Um ser mais abençoado!
Forte, lutador, exalado de coragem!
Relutante, perseverante, resistente...
Obstinado malabaristas nas intempéries da Mata, da vida
E que da cartola encantada tira a alegria,
Matéria e essência para a necessária alquimia

Para poetas e apaixonados
Declamarem TUNTUM com CIÊNCIA e POESIA!

(Jean Carlos Gonçalves)


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