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domingo, 8 de novembro de 2015

MATERIALISMO HISTÓRICO


O materialismo histórico constitui parte inalienável da filosofia marxista. Ele transformou de maneira radical as concepções de sociedade e as leis mais gerais em que se pautavam as forças motrizes de seu desenvolvimento, além de ser uma metodologia de análise nos estudos sociais.

Sua particularidade básica consiste na importância das posições filosóficas na análise da vida das sociedades; considera que todas as coisas naturais ou históricas não são fatos estáticos, acabados, mas em movimento, construídos a cada momento, sempre em transformação, logo historicamente determinados.

O materialismo histórico é uma maneira de pensar as ideias que determinam a consciência humana, ou seja, para Marx, são as condições materiais instituída pela sociedade que propiciam ao ser humano sua consciência – pensar desta ou daquela maneira. Essas condições materiais são determinadas a partir das relações sociais de produção e da divisão social do trabalho. Mas por que materialismo histórico? Para CHAUÍ (1997):

Materialismo porque somos o que as condições materiais (as relações de produção) nos determinam a ser e a pensar. Histórico porque a sociedade e a política não surgem de decretos divinos nem nascem da ordem natural, mas dependem da ação concreta dos seres humanos no tempo.
Outro ponto importante levantado por Marx é a constatação de que o motor da história é luta de classe, expressão das contribuições da sociedade e base desta forma de pensar a realidade, o que nos leva afirmar que o materialismo histórico é também dialético.

Além disso, como método de pesquisa nas ciências humanas, o materialismo histórico-dialético pretende romper com as diversas formas de análises metafísicas, de variados enfoques e níveis de compreensão da realidade, porém sempre lineares, a - históricas e harmônicas. “Há, pois, a exigência necessária de uma concepção de realidade, um método capaz de desvendar as ‘leis’ fundamentais que estruturam um problema que se investiga” (FRIGOTTO, 1991)

Marx Pontua em uma analogia que a sociedade é um edifício no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc).

Em “A miséria da Filosofia” (1847) Marx afirma:

"As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial."

Um exemplo de Materialismo histórico é o seguinte:

O modo de produção feudal é o fato positivo, a afirmação mas já traz dentro de si o germe de sua própria negação: o desenvolvimento de suas forças produtivas propicia o surgimento da burguesia. À medida que estas forças produtivas se desenvolvem, elas vão negando as relações feudais de produção e introduzindo as relações capitalistas de produção. A luta entre a nobreza e a burguesia vai se acirrando; em um determinado ponto deste desenvolvimento ocorre a ruptura e aparece o terceiro elemento mais desenvolvido, que é mo do de produção capitalista. É, portanto, 5 luta entre as classes que faz mover a História. (SPINDEL, A. op. cit. p. 39.)


Fonte: Marzzitelli, Edna. CONHECENDO O MATERIALISMO HISTÓRICO E O MARXISMO: CONHECENDO MARX. UFSC, 2011.

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