Ana Maria Guimarães Damasceno*
Eu conheci Graça AranhaQuando era Palestina
Antes Centro dos Periquitos
Como cidade é menina.
Para trabalhar aqui
Cheguei em sessenta e quatro
Em uma escola rural
Pelo estado ignorado.
Precisando de documentos
Para alunos da Escola
Na Secretaria nada havia
Não tinha sua história.
Corri atrás para mostrar
Que a escola havia
Preparando atas e lavrei
Provando o que existia.
Como professora Dona Eunice
Muitas pessoas ensinou
Neli e Dona Teresinha
O povoado ajudou.
Senhor Isídio também
Por esse lugar lutou
Mostrando o seu trabalho
Também como professor.
Morava nessa cidade
Senhora muito idosa
Era a Dona Galdina
E contava a história.
Dizia haver chegado
Quando Ana Borges chegou
Casada com João Borges
E Palestina os adotou.
Dona Ana costurava
Ternos pra comunidade
Era costureira fina
Deste rico povoado.
Dona Galdina dizia
Que quando chegou aqui
Diziam que Senhor Zé Grosso
Foi o primeiro a residir.
Quando Ana Borges chegou
Casada com João Borges
E Palestina os adotou.
Dona Ana costurava
Ternos pra comunidade
Era costureira fina
Deste rico povoado.
Dona Galdina dizia
Que quando chegou aqui
Diziam que Senhor Zé Grosso
Foi o primeiro a residir.
E como aqui existia
Muitos mangais no lugar
Periquitos se animavam
E aqui vinham morar.
Por isso por muitos anos
Centro dos Periquitos se chamou
Por Zé Grosso e Zé Uruçu
Os primeiros moradores.
Quando Galdina chegou
João e Zuza vieram também
Souberam dessa história
E contavam muito bem.
Muitas pessoas atraídas
Pela riqueza do lugar
Como Martim e Beleza
Vieram aqui morar.
Comerciantes chegaram
Santos Borges e Chiquim
Senhor Hilton, o Beleza
E a história é assim.
João Marinho, sapateiro
Senhor Mundoca e Bibiu
Cresciam em seu comércio
E o povoado fluiu.
Chega também no povoado
Um enfermeiro afamado
Hermínio Aquino Alencar
Primeiro vice-prefeito arrojado.
Ele operava gente
Emendava osso quebrado
Querido da população
Nele o povoado confiava.
Muitas foram as pessoas
A ajudar de qualquer forma
Umas transportando produtos
Trazendo outros de volta
Um deles o Senhor Roque
Com seu velho caminhão
Transportava os produtos
Que tinham na região.
Muitos mangais no lugar
Periquitos se animavam
E aqui vinham morar.
Por isso por muitos anos
Centro dos Periquitos se chamou
Por Zé Grosso e Zé Uruçu
Os primeiros moradores.
Quando Galdina chegou
João e Zuza vieram também
Souberam dessa história
E contavam muito bem.
Muitas pessoas atraídas
Pela riqueza do lugar
Como Martim e Beleza
Vieram aqui morar.
Comerciantes chegaram
Santos Borges e Chiquim
Senhor Hilton, o Beleza
E a história é assim.
João Marinho, sapateiro
Senhor Mundoca e Bibiu
Cresciam em seu comércio
E o povoado fluiu.
Chega também no povoado
Um enfermeiro afamado
Hermínio Aquino Alencar
Primeiro vice-prefeito arrojado.
Ele operava gente
Emendava osso quebrado
Querido da população
Nele o povoado confiava.
Muitas foram as pessoas
A ajudar de qualquer forma
Umas transportando produtos
Trazendo outros de volta
Um deles o Senhor Roque
Com seu velho caminhão
Transportava os produtos
Que tinham na região.
Senhor Beleza também
Seus produtos exportava
Vendendo os seus produtos
Que aqui era encontrado.
Senhor Joaquim o seu Quincas
No civil ele casava
Também Alberto Carneiro
No interior ajudava
Depois veio Dona Cardoso
Uma escrivã concursada
E os dois velhos guerreiros
Suas funções encerravam.
Como açougueiro Seu Braulino
Foi aqui um pioneiro
No mercadinho do povo
Ele foi um dos primeiros.
Nas costuras Leudinilia
Cuidava bem das mulheres
Com a Maria de Lurdes
Com suas roupas muito belas.
As redes eram tecidas
Pela Senhora Alzira
Outras que não sei o nome
Pois a história não cita.
Na compra do babaçu
Zé Pudim se destacava
Também o Martim Tavares
Em quem todos confiavam.
Com sua seriedade
Podia ser velho ou criança
Tratava o negócio a sério
Pois era de confiança.
Com o tempo Senhor Beleza
Uma usina comprou
Seus produtos exportava
Vendendo os seus produtos
Que aqui era encontrado.
Senhor Joaquim o seu Quincas
No civil ele casava
Também Alberto Carneiro
No interior ajudava
Depois veio Dona Cardoso
Uma escrivã concursada
E os dois velhos guerreiros
Suas funções encerravam.
Como açougueiro Seu Braulino
Foi aqui um pioneiro
No mercadinho do povo
Ele foi um dos primeiros.
Nas costuras Leudinilia
Cuidava bem das mulheres
Com a Maria de Lurdes
Com suas roupas muito belas.
As redes eram tecidas
Pela Senhora Alzira
Outras que não sei o nome
Pois a história não cita.
Na compra do babaçu
Zé Pudim se destacava
Também o Martim Tavares
Em quem todos confiavam.
Com sua seriedade
Podia ser velho ou criança
Tratava o negócio a sério
Pois era de confiança.
Com o tempo Senhor Beleza
Uma usina comprou
Tirando o povo do pilão
E a coisa melhorou.
Senhor Dionízio registrava
Os momentos mais distintos
Tirando fotos do povo
Com Raimundo Passarinho.
Desculpe se não citei
Outras pessoas importantes
Relacionadas aos velhos tempos,
Eu me sinto uma criança.
Muitas parteiras experientes
Ainda pude encontrar
Como comadre Sinforosa
Que nada veio estudar.
Sem fonte para pesquisar
Pois aqui não encontrei
Eu só quis mostrar ao povo
Como me preocupei.
De mostrar um pouco a história
Desta terra tão querida
Que como filha adotiva
Eu doei a minha vida.
(Ana Maria Guimarães Damasceno)
Todos os direitos reservados à autora, conforme a Lei de Direitos Autorais – Lei nº 9.610/98.
Citação deve ser: DAMASCENO, Ana Maria Guimarães. Os Primeiros anos de Graça Aranha.
E a coisa melhorou.
Senhor Dionízio registrava
Os momentos mais distintos
Tirando fotos do povo
Com Raimundo Passarinho.
Desculpe se não citei
Outras pessoas importantes
Relacionadas aos velhos tempos,
Eu me sinto uma criança.
Muitas parteiras experientes
Ainda pude encontrar
Como comadre Sinforosa
Que nada veio estudar.
Sem fonte para pesquisar
Pois aqui não encontrei
Eu só quis mostrar ao povo
Como me preocupei.
De mostrar um pouco a história
Desta terra tão querida
Que como filha adotiva
Eu doei a minha vida.
(Ana Maria Guimarães Damasceno)
Todos os direitos reservados à autora, conforme a Lei de Direitos Autorais – Lei nº 9.610/98.
Citação deve ser: DAMASCENO, Ana Maria Guimarães. Os Primeiros anos de Graça Aranha.
Professora Ana Maria Guimarães Damasceno. Baluarte da Educação e ativa personagem da vida social e cultural de Graça Aranha. Tem lugar consagrado na história do município. |
* Natural do município de Fortuna-MA, a Professora normalista chegou em Graça Aranha-MA em 1964, aos 18 anos. Graduada em Letras pela UESPI (2006) e especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira(2008), pelo ESEA - Estudos Avançados e Especializados - Ordem Nazarena, de Araguaína-TO. Ana Guimarães, como é mais conhecida, está aposentada pela rede estadual do Maranhão e pelo município de Graça Aranha.
4 comentários:
O Resgate da História de Graça Aranha, através deste belo Texto acima.
Um Post para a Posteridade!
Segue uma singela homenagem aos primeiros Povoadores deste lugar que encheu os olhos dos Sitiantes desbravadores recém chegados.
"Do Centro dos Periquitos, passando para Centro da Palestina e depois Graça Aranha...
A História é construída por Famílias que Povoaram os rincões das nossas Matas e o Sertão no Sul do Maranhão;
A História é escrita para perpetuar a memória daqueles que, como Guerreiros e Pioneiros, lutaram, trabalharam a Terra para criar e produzir alimentos, fazer negócios e assim desenvolver suas diversas atividades diárias, econômicas, sociais, educativas e culturais do seu Povo, e do lugar em que, moravam;
O Povoado, ora elencado, assim foi com antes Centro dos Periquitos e depois Emancipado:
Graça Aranha;
Neste Quadrante Especial denominado - Alto Sertão, Região das Areias, Mata do Japão - localizado na parte Central e Sul do Maranhao, existiram uma rede de Fazendas, Centros, Povoados, com seus Manaciais, Brejos, Riachos, os quais foram sendo esquecidos ao longo do Tempo, na memória Coletiva;
Hoje, evocando antigas lembranças, externo aqui, um convite a cada Cidadão, para que contribua efetivamente no resgate da História desta Cidade e dos primeiros Povoadores deste local, em que um dia, foi chamado:
'Centro dos Periquitos...
Hoje Graça Aranha'.
Parabéns aos filhos da Terra e Felicidades aos seus Cidadãos e Cidadãs!"
Um abraço Fraterno e Festivo.
Palmas - Tocantins, 13 de Outubro de 2019.
Creomildo Carvalhêdo Leite.
Grande pesquidor Creomildos Cavalhedo! Sempre bom ler teus lúcidos comentários aqui. Você está na vanguardapela história da nossa Mata do Japão.
Pedro Adi Damasceno
Ana, gostei da tua inteligência e da forma como você contou a história de Graça Aranha - Ma.
Nesta linda forma de versos. Meus sinceros “Parabéns”!
Só lamentei profundamente a tua memória curta, ou, o teu pouco conhecimento sobre a história real da cidade de Graça Aranha. Pois uma das famílias mais antiga da cidade, vc não fizeste nenhum referência ou menção.
Que era a mui conhecida família “DAMASCENO”! Que quando esta família chegou nesta localidade conhecida como Baixão dos Periquitos, só havia 17 casa. Então, à casa dos Damasceno, passou a ser a décima oitava casa, ou seja, a casa de número 18 do referido povoado. E nos bonitos e benfazejos versos foram citados nomes de pessoas que chegaram pra residir no povoado muito anos depois.
Mas, eu gostei. Meus parabéns!
É claro, que eu teria gostado mais, se os “Damasceno” estivesse sido lembrados, por serem dos primeiros habitantes de Graça Aranha.
Caro Pedro Adi Damasceno, em que ano a ilustre família chegou ao então Baixão do Periquitos? Os DAMACENOS são oriundos de qual estado da feredaração ou região?
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