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sábado, 14 de janeiro de 2017

Minha velha rede!


Jean Carlos Gonçalves
Tuas breves extremidades,
A grilhões rigidamente postas,
Libertas o meu mundo...
Fora de ti, sempre prisioneiro.

O mais aconchegante leito 
Bálsamo de meu corpo abatido!
Suaviza minha matéria,
Serena minha alma!

Abriga meu universo!
Divã confidente de sentimentos indizíveis...
Silenciosa e generosamente assiste:
Angústias, dramas, desejos, sonhos... 

E ainda, com meu ser fustigado...
Em ti, revigoro a esperança,
Tão necessária e inadiável,
Silenciada por não decodificar tantos idiomas!

E no vil exercício,
De meu mais absoluto egoísmo...
Eu te aprisiono, 
Para que tu me libertes.

(Jean Carlos Gonçalves)

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